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Filhote de mutum-de-penacho já pode ser visto pelos visitantes do Mangal das Garças

A conquista é resultado de uma parceria entre o Mangal e a Reserva do Congo, no Maranhão. Como parte de um intercâmbio, guarás foram enviados para lá e o parque recebeu um macho de mutum

Por Fernanda Scaramuzini (Pará 2000)
10/09/2025 17h19

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças tem um novo motivo para celebrar a preservação da fauna amazônica. Um filhote de mutum-de-penacho (Crax fasciolata), espécie considerada vulnerável à extinção, já está adaptado ao recinto e agora pode ser visto pelos visitantes.

A conquista é resultado de uma parceria entre o Mangal e a Reserva do Congo, no Maranhão. Como parte de um intercâmbio, guarás foram enviados para lá e o parque recebeu um macho de mutum. Ele se juntou à fêmea já existente em Belém e, dessa união, surgiu uma postura. O primeiro ovo não foi viável, mas o segundo trouxe uma nova vida.

A fêmea, no entanto, não realizou o processo de incubação, e a equipe técnica do Mangal assumiu o processo. O ovo foi colocado em incubadora e acompanhado diariamente até o nascimento. “Foram 28 dias de monitoramento constante do desenvolvimento do embrião. O nascimento foi emocionante para todos nós. Até onde temos conhecimento, este pode ter sido o primeiro nascimento da espécie em cativeiro no Pará”, conta o médico-veterinário Camilo González.

O filhote precisou de cuidados intensivos e de estratégias criativas. Nos primeiros dias, apresentou dificuldade para se alimentar. Para estimular o comportamento, a equipe colocou um pintinho de galinha como referência e o jovem mutum aprendeu a comer observando o companheiro. Mais tarde, espelhos foram usados para que pudesse reconhecer a própria espécie.

Depois de vencer cada uma dessas etapas, a ave já está adaptada ao viveiro. A convivência será feita de forma gradual, sempre observando o bem-estar de todos os animais. Agora, os visitantes têm a oportunidade de acompanhar de perto esse resultado do trabalho de conservação.

Segundo González, os mutuns pertencem a uma das famílias de aves mais ameaçadas do Brasil. Na natureza, sofrem com a caça, já que são aves grandes e chamativas, tornando-se presas fáceis. O médico-veterinário explica que o objetivo do Mangal é não apenas garantir a reprodução, mas também gerar conhecimento científico e promover a educação ambiental, aproximando o público da importância dessa espécie para a Amazônia.

Curiosidades

O mutum-de-penacho é um galliforme da família Cracidae. Também é chamado de mutum-pinima e mutum-pinicha no Pará e no Maranhão, nomes que significam “mutum cheio de pintas”. Herbívoro, alimenta-se principalmente de frutos e folhas, vive em grupos e é conhecido por seu comportamento arisco, que reflete sua vulnerabilidade na floresta.

O nascimento e o desenvolvimento deste filhote marcam um avanço nos esforços de preservação e abrem caminho para a continuidade de programas de reprodução em cativeiro. O momento reforça o papel do Mangal das Garças como referência em conservação, educação e turismo sustentável.

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças é administrado pela Organização Social Pará 2000, por meio de contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Turismo e governo do Pará. O espaço funciona de terça a domingo, das 8 às 18h, com entrada franca. Fecha às segundas-feiras para manutenção.

Texto: Beatriz Santos/Ascom OS Pará 2000