Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
PRÉ-ESTREIA
English Version

Cine Líbero Luxardo promove sessão dupla de pré-estreia de “Malês”, nesta terça-feira (16)

A segunda sessão de pré-estreia será às 19h30 com a presença do ator e diretor Antonio Pitanga

Por Aycha Nunes (FCP)
16/09/2025 14h38
A exibição foi voltada exclusivamente para alunos do curso de Cinema da Universidade Federal do Pará (UFPA)

O Cine Líbero Luxardo, em Belém, recebeu, na manhã desta terça-feira (16), uma sessão de pré-estreia do filme “Malês”, dirigido por Antônio Pitanga. A exibição foi voltada exclusivamente para alunos do curso de Cinema da Universidade Federal do Pará (UFPA) e contou com a presença do próprio cineasta, que também protagonizou a obra. Após a exibição, o público participou de um debate mediado pelo professor e crítico de cinema Marco Antônio Moreira, proporcionando uma troca rica de reflexões sobre cinema brasileiro, memória histórica e representatividade.

“Debater o cinema brasileiro é essencial, especialmente obras como esta, que resgatam histórias muitas vezes esquecidas. A presença de Pitanga, um ícone do nosso cinema, enriquece ainda mais essa troca. É um privilégio ter esse contato direto, ainda mais aqui, no Pará, onde o cinema regional enfrenta tantos desafios. Momentos assim inspiram e ensinam", destacou Moreira.

Antônio Pitanga detalhou, aos alunos, detalhes sobre a produção do longa

Na conversa com os estudantes, Antonio Pitanga compartilhou detalhes sobre o processo de produção do longa, que levou mais de 30 anos para se concretizar.

"Esse filme retrata o levante mais importante do século XIX. O filme se passa em 1835, na Bahia, e exigiu um longo período de pesquisa e preparação. Espero que todos se sintam tocados por essa história", afirmou Pitanga, que interpreta o Pacífico Licutan, um dos líderes da Revolta dos Malês — movimento protagonizado por escravizados muçulmanos que lutaram por liberdade, igualdade e o fim da escravidão.

Rafael Nzinga aproveitou para tirar dúvidas sobre o filme

Entre os presentes, estava o produtor cinematográfico Rafael Nzinga, diretor da produtora Cine Diáspora. Ele aproveitou a oportunidades para tirar dúvidas em relação à produção do filme:

"Acompanhei de longe a produção do filme desde o início e estava muito ansioso para assisti-lo. Tive a oportunidade de perguntar sobre o desafio de retratar o passado. As respostas de Pitanga sobre escuta e construção coletiva com o roteirista foram inspiradoras, especialmente para minha produção atual, que também é de época. Foi uma troca muito enriquecedora", contou Nzinga.

Andréa Mello, mestranda em Sociologia e Antropologia pela UFPA, tem interesse nas questões históricas do filme

A sessão também atraiu pesquisadores interessados nas questões históricas abordadas pelo longa. É o caso de Andréa Melo, mestranda em Sociologia e Antropologia pela UFPA.

“O filme resgata uma parte importante da história do povo negro no Brasil, especialmente na Bahia. Como mulher negra e pesquisadora da história do Ver-o-Peso, aqui em Belém, me senti profundamente tocada. Nossa história foi apagada por muito tempo. Ver isso sendo contado no cinema é uma forma de resistência, de aprendizado e de pertencimento. O debate também impactou minha pesquisa, reforçando a importância de conhecermos a verdadeira história do nosso país" afirmou a estudante.

Sobre o filme

Antônio Pitanga e Marco Antônio Moreira durante a sessão especial de "Malês"

“Malês” é uma jornada de resistência e coragem ambientada na Salvador de 1835. A trama acompanha dois jovens muçulmanos que, durante o casamento, são sequestrados na África e vendidos como escravizados no Brasil. Separados pelo tráfico negreiro, eles lutam para sobreviver, se reencontrar e se tornam parte da maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês.

A pré-estreia oficial de “Malês” acontece nesta terça-feira (16), às 19h, no Cine Líbero Luxardo. O evento é aberto ao público e os ingressos podem ser comprados na bilheteria do cinema uma hora antes da exibição. O evento promete ser mais uma oportunidade de reflexão e celebração do cinema brasileiro comprometido com a memória e a luta por justiça.

Texto de Maurício Carvalho/ Ascom FCP