Uepa é sede de seminário nacional sobre Telessaúde e SUS Digital
O encontro teve como um dos objetivos principais apresentar o Programa SUS Digital e sua integração ao programa "Agora tem Especialistas", com foco no Pará

Modernizar a gestão da saúde e aumentar o acesso a serviços por meio da transformação do ambiente digital do Sistema único de Saúde (SUS). Com este propósito, o Ministério da Saúde (MS), por meio da Secretaria de Informação e Saúde Digital, e a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) promoveram, durante toda esta quarta-feira (24), o I Seminário do Pará SUS Digital no programa "Agora tem Especialistas", no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS/Campus II), da Universidade do Estado do Pará (Uepa), em Belém.
O encontro teve como objetivo apresentar o Programa SUS Digital e sua integração ao "Agora tem Especialistas", com foco no Pará, firmar compromissos entre os diferentes níveis de governo e parceiros institucionais e alinhar as estratégias para a implantação da Clínica Integrada SUS Digital, que reunirá múltiplas ofertas de telessaúde em um fluxo unificado de acesso. O programa "Agora tem Especialistas" é uma iniciativa do governo federal voltada a reduzir a fila por serviços especializados de média e alta complexidade em todo o País.

O evento promoveu mesa de debates, roda de conversa e diversos painéis com experiências em telessaúde no Pará, especialmente em territórios de difícil acesso e exposição de trabalhos, como o do projeto "Saúde Digital", da Uepa/CCBS. Um outro painel foi sobre Telessaúde e Especialidades, que tratou da integração do programa "Agora tem Especialistas" com a Clínica Integrada SUS Digital. Destaque também para a apresentação especial do projeto PET-Saúde Digital: Formação e Inovação para o Futuro do SUS. A Uepa selecionou seis projetos neste edital do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde/Informação e Saúde Digital (PET-Saúde Digital I&SD/2025), iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação.
PET-Saúde Digital - A Uepa ficou com quarta posição em número de projetos aprovados, e que serão desenvolvidos na capital Belém, e nos municípios de Ananindeua, Cametá, Marabá, Santarém e Tucuruí, e refletem o compromisso da universidade com a inovação tecnológica, a inclusão digital e o fortalecimento da saúde pública na Amazônia.

O seminário contou com a presença da Secretária de Informação e Saúde Digital do Brasil (SEIDIGI/MS), Ana Estela Haddad; do reitor da Uepa, Clay Chagas; representantes da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), Secretaria Municipal de Saúde (Sesma/Belém), Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Pará, Universidade Federal do Pará (UFPA) entre outros órgãos. O Pará foi escolhido para sediar o seminário por sua diversidade geográfica, representatividade das 13 Regionais de Saúde do Estado e pela oferta consolidada de serviços de Saúde Digital em mais de 100 municípios.
A secretária Ana Estela destacou durante o seminário sobre a transformação digital do SUS, a atuação expressiva do Pará na área de telessaúde e também da posição de destaque nacional do Estado, com dez projetos aprovados no PET-Saúde Digital e mais de mil bolsistas envolvidos. Ela ressaltou a importância da integração da Telessaúde como parte estratégica desse processo e agradeceu, por meio do Ministério da Saúde, à universidade e aos demais parceiros pelo trabalho conjunto. Segundo Ana Estela, "o objetivo é seguir motivados fortalecendo o SUS Digital e fazer do Pará um modelo para todo o País".
“O Pará representa um território estratégico para o avanço do SUS Digital. Este seminário marca um passo importante na integração de tecnologias que aproximam especialistas e garantem mais acesso e qualidade nos serviços de saúde para a população”, disse Ana Paula Reis, representante da Secretaria de Estado de Saúde e Diretora de Políticas de Atenção Integral à Saúde (DPAIS/Sespa).
Durante o evento, o reitor da Uepa, Clay Chagas, saudou os presentes e destacou a importância de compreender a saúde em sua totalidade, com o papel da universidade indo além do ensino tradicional. Ele ressaltou os desafios do Pará, um Estado marcado por contrastes entre áreas urbanizadas e regiões remotas da floresta, com aldeias indígenas, por exemplo, o que evidencia a complexidade da oferta de serviços públicos. A ocasião foi vista como uma oportunidade para ouvir essas realidades e refletir sobre soluções. Ele também enfatizou a importância da integração entre tecnologia e saúde, do serviço do projeto Saúde Digital, além dos avanços da Uepa nas residências em saúde.

Saúde Digital da Uepa/CCBS - Lançado em 2024, sob o Programa Brasil Rede-Telessaúde, o projeto Saúde Digital da Uepa/CCBS já realizou cerca de 70 webpalestras abertas ao público e mais de três mil consultas com médicos em especialidades como cardiologia, neurologia, ortopedia, reumatologia, urologia e dermatologia. Também promoveu capacitações presenciais e on-line para diversos municípios, qualificando profissionais em localidades remotas e melhorando o atendimento à população de 27 municípios contratualizados, incluindo a comunidade quilombola Boa Vista, na zona rural de Oriximiná. Por meio da extensão universitária, o projeto conta com alunos bolsistas da área da saúde, e foca também na formação de profissionais por meio de teleassistência e tele-educação, visando aprimorar a resolutividade da Atenção Básica. Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o site https://ccbs.uepa.br/saudedigital/.
Para o médico Emanuel Sousa, diretor do CCBS, a tecnologia já redefine a forma como a saúde pública chega até a população brasileira. "O projeto Saúde digital da Uepa/CCBS é muito importante para universidade, porque ele faz a integração da tecnologia, de todas as áreas da saúde e na assistência à população da nosso Estado, assim temos ações relacionadas com qualidade do atendimento, com a educação, com várias áreas de conhecimento da instituição, então, esse primeiro seminário é muito relevante para ampliar a inserção da universidade nesse contexto de assistência à saúde pública", detalhou.