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Hospital de Clínicas Gaspar Vianna encerra programação da “Semana da Criança” no Bosque Rodrigues Alves

A visita concluiu uma semana de celebração à infância, marcada por ações de integração e humanização do cuidado

Por Lucila Pereira (HC)
10/10/2025 16h00

Para encerrar a programação especial da “Semana da Criança”, o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, promoveu, nesta sexta-feira (10), um passeio ao Bosque Rodrigues Alves com pacientes das clínicas pediátrica e psiquiátrica. A atividade reuniu crianças internadas, acompanhantes e profissionais de diferentes áreas, que acompanharam de perto cada momento de interação com a natureza e com os animais do local. O objetivo foi proporcionar um respiro da rotina hospitalar e estimular o bem-estar emocional, social e terapêutico.

Logo na chegada ao parque era possível perceber a mudança de comportamento dos pacientes. Para muitos, o contato com o ambiente externo representa mais do que lazer, é parte do tratamento. A cuidadora e técnica em enfermagem Palmira Pompílio, de 55 anos, que acompanha a adolescente Alana Clara, da clínica psiquiátrica, destacou a importância da atividade. Segundo ela, o hospital surpreendeu pela forma acolhedora como conduz esse tipo de ação.

A cuidadora e técnica em enfermagem Palmira Pompílio destacou o acolhimento do Hospital de Clínicas durante as atividades realizadas com os pacientes da clínica psiquiátrica

“Eu achei muito importante e admirável. Eles saem um pouco, se distraem, olham a natureza, e a gente vê a mudança deles. Até o semblante dela muda”, contou. Ela ressaltou ainda que a mobilização da equipe faz diferença no tratamento e citou profissionais da enfermagem e da psicologia como parte essencial no cuidado diário.

O psicólogo George Pontes explicou que a ação busca resgatar aspectos da infância que ficam em pausa durante o período de internação

Os pacientes que participaram do passeio são, em sua maioria, crianças e adolescentes com média ou longa permanência no hospital. O psicólogo George Pontes, que atua na emergência psiquiátrica e na UTI pediátrica, explicou que a ação busca devolver aspectos da infância que ficam suspensos durante a internação. Ele observou que esses momentos ampliam o conceito de cuidado para além da medicação. “É um momento de tirar a criança do cenário hospitalar e devolver um pouco da infância, da sociabilidade e da interação com a natureza. Isso também é saúde”, afirmou. Para ele, o impacto é positivo tanto para os pacientes quanto para familiares e acompanhantes, que vivenciam um ambiente de esperança e mudança de humor.

Juliana Maria de Oliveira, de 20 anos, mãe do pequeno Luca Hariel, de oito meses, participou da atividade menos de 24 horas após chegar ao hospital com o filho, que passará por um procedimento cardíaco. Ela relatou que experiências como essa ajudam a enfrentar o momento delicado com mais leveza.

Juliana Maria de Oliveira participou da atividade ao lado do filho, Luca Hariel, de oito meses, e afirmou que momentos como esse ajudam a enfrentar o tratamento com mais leveza

Segundo Juliana, o acolhimento oferecido pelo HC faz diferença no emocional das famílias. “A gente passa por um momento delicado, e nosso psicológico fica abalado. Então é muito importante ter distração, conversar com outras mães e profissionais e renovar a esperança”, disse. Foi a primeira vez que o bebê visitou o Bosque.

A pedagoga Karen Xavier ressaltou o caráter educativo e cultural da ação, que proporciona novas experiências às crianças vindas do interior

A atividade também teve caráter educativo e cultural. A pedagoga Karen Xavier, que atua na clínica pediátrica desde 2008 e coordena o projeto do passeio desde 2010, ressaltou que muitas crianças são do interior e nunca haviam visitado o espaço. Ela explicou que o contato com a fauna e a flora amazônica amplia o aprendizado e fortalece a autoestima.

“Trazer a criança para esse lugar exótico, que faz parte da nossa cultura, é proporcionar vivência e conhecimento. Eles veem animais de perto, aprendem, e isso também mexe com o emocional”, afirmou.

Karen lembrou ainda que o passeio exige planejamento e logística, incluindo transporte, lanche e identificação dos participantes, e que a oficina de serigrafia realizada na Semana da Criança permitiu que as próprias crianças confeccionassem as camisas usadas no passeio.

Josias do Rosário, da administração do Bosque Rodrigues Alves, destacou o preparo da equipe para receber os pequenos visitantes com atenção e carinho

A equipe do Bosque Rodrigues Alves também teve papel fundamental na programação. Segundo Josias do Rosário, da administração do parque, o espaço se prepara todos os anos para receber os pequenos visitantes com atenção e carinho, garantindo um ambiente acolhedor e seguro para o passeio. Segundo ele, a equipe realiza um trabalho cuidadoso com trilhas, atividades pedagógicas e campanhas de doação de brinquedos. “Para cada faixa etária temos uma atividade pedagógica, um tipo de trilha. Hoje eles puderam conhecer um pouco da fauna e da flora, com animais empalhados, de forma segura. É um contato diferenciado, que permite correr, brincar e aprender sobre a natureza”, disse. Josias reforçou que o Bosque funciona normalmente de terça a domingo, das 8h às 16h, com atividades educativas para escolas e grupos, além de ações profissionalizantes.

Humanização - O HC comemorou a “Semana da Criança” com uma programação especial que uniu diversão, acolhimento e cuidado. A agenda incluiu festa na clínica pediátrica, piquenique para os pacientes da clínica psiquiátrica, jogos na brinquedoteca e oficinas criativas, como a de serigrafia para confecção das camisas usadas no passeio ao Bosque Rodrigues Alves, que encerrou as atividades.

As ações promoveram momentos de alegria e socialização entre pacientes, familiares e equipe multiprofissional, reforçando o compromisso do hospital com a humanização do atendimento.

Texto: Kelly Barros (Ascom HC)