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Pesquisa e inovação impulsionam desenvolvimento sustentável no Pará

Investimentos e novas parcerias internacionais reforçam o papel da Fapespa no campo da ciência amazônica, com políticas públicas e formação de pesquisadores

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
16/10/2025 08h05

No Dia Mundial da Ciência e Tecnologia, celebrado em 16 de Outubro, a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) destaca os avanços alcançados em 2025 no fortalecimento da pesquisa, da inovação e da produção científica no Pará. A instituição tem ampliado sua atuação com novas parcerias nacionais e internacionais, incentivo à formação de recursos humanos e ações voltadas à integração entre ciência e políticas públicas.

Entre as iniciativas de destaque deste ano está o fortalecimento das ações de cooperação científica internacional. No último dia 9, a Fapespa promoveu um workshop sobre o Programa Horizon Europe, maior programa de financiamento à pesquisa da União Europeia. O evento, realizado na Universidade do Estado do Pará (Uepa), apresentou aos pesquisadores paraenses as oportunidades de participação em editais internacionais e estratégias para inserção em redes globais de pesquisa.

Fapespa amplia parcerias com instituições internacionais

Trata-se de uma parceria com o British Council Brasil, da Inglaterra, em que o Pará é o local de execução do Programa Global Climate Skils – Seeds for transitions. Este programa objetiva apoiar projetos para a formação de jovens em temas relacionados a mudanças climáticas, por meio da construção de conhecimento científico, tecnológico e inovador.

A Fapespa também lançou a chamada Connect Amazônia 2025, em parceria com a University of Birmingham (Reino Unido), voltada a projetos colaborativos entre pesquisadores do Pará e da Inglaterra, especificamente da UoB. As propostas priorizam temas estratégicos, como bioeconomia, mudanças climáticas, biodiversidade e desenvolvimento sustentável.

A Fundação tem ampliado sua presença em fóruns estratégicos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Entre os destaques de 2025 está a participação no Fórum Nacional do Confap, realizado em Belo Horizonte (MG), que discutiu mecanismos de cooperação entre fundações estaduais e órgãos federais de fomento à pesquisa e inovação.

A instituição também marcou presença em Portugal, no 34º Encontro de Prospetiva, evento internacional que reuniu cientistas, gestores e especialistas para debater vários temas, como inovação, segurança alimentar, biotecnologia e transição ecológica, reforçando a importância da ciência amazônica no cenário global.

Além disso, no início deste mês, a Fapespa participou pela primeira vez de uma das maiores plataformas internacionais dedicadas à ciência, tecnologia e suas implicações para a sociedade, Science and Technology for Society Forum (STS), realizada em Kyoto, no Japão, representada pelo presidente da Fundação, Marcel Botelho.

Ciência a serviço das políticas públicas e da formação de recursos humanos

Outro eixo prioritário da Fapespa é o uso da ciência como base para o planejamento público. Por meio da Coordenadoria de Estatística e Disseminação da Informação, a Fundação publicou em 2025 uma novidade, o PIB Trimestral, que agora apresenta de forma mais célere os dados do PIB paraense, estudo estatístico que antes era publicado a cada dois anos.

A Fundação também segue com a divulgação de publicações, como o Anuário Estatístico do Pará, intitulado "Pará em Números", e o "Radar de Indicadores". Essas ferramentas reúnem e analisam dados populacionais, econômicos e sociais, subsidiando a formulação de políticas públicas.

Atyliana Dias, diretora da área de Estatística, observa que “a disponibilização de indicadores atualizados fortalece a capacidade de gestores estaduais e municipais em planejar ações com base em evidências, garantindo mais eficiência e transparência”.

Garantia de editais e bolsas

A Fapespa também segue investindo na formação de pesquisadores e na consolidação de grupos de pesquisa regionais. Em 2025, a instituição manteve editais de bolsas em diversos níveis, da iniciação científica ao doutorado, e ampliou parcerias com o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ), Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) para o cofinanciamento de programas voltados à pós-graduação e inovação tecnológica.

Nos últimos anos, a Fundação se destaca pelo empenho em financiar projetos que abordam questões ambientais, sociais e econômicas da região, visando ao desenvolvimento sustentável. As novas parcerias com instituições acadêmicas, científicas e de diversas outras vertentes ampliam o impacto das pesquisas, favorecendo a colaboração interdisciplinar e privilegiando o interesse no investimento em ciência. Esses investimentos reforçam o compromisso da Fundação em apoiar a interiorização da ciência, valorizar talentos locais e impulsionar a inserção do Pará nas redes nacionais e internacionais de pesquisa. 

O Programa Bolsa-Pará vem se consolidando como mecanismo de apoio e promoção da formação de recursos humanos, com bases científicas desde a graduação até a pós-graduação. Por meio deste programa, a Fapespa mantém atualmente mais de 1.500 bolsas ativas nas modalidades de Iniciação Científica, para cursos regulares de Graduação e do Programa Forma-Pará, Mestrado e Doutorado em todas as ICTs sediadas no Estado, garantindo uma presença em mais de 80 municípios.

“Com isso, garante que a formação de recursos humanos, não se limite ao conhecimento acadêmico, mas também alcance a formação de competências científicas tecnológicas e inovadoras”, avalia o diretor Científico da Fapespa, Deyvison Medrado.

Enquanto agência estadual de fomento, a Fapespa tem operacionalizado os Programas Centelha e Tecnova, que visam apoiar o desenvolvimento e a inovação em empresas paraenses. Com essas iniciativas, a Fapespa já apoiou de 2022 até hoje 69 empresas inovadoras, para sua capacitação, estruturação, ampliação do modelo de negócios e inovação.

“Cabe frisar que, destas, pelo menos 39 desenvolvem produtos da bioeconomia paraense. Ao final deste ano, novas empresas serão selecionadas para o apoio da Fapespa e da Finep, por meio do Programa Tecnova III, ampliando o número de empresas incentivadas ao desenvolvimento tecnológico, bioeconômico e inovador”, informa Deyvison Medrado.

Outra ação de destaque é a Iniciativa Amazônia +10, que reúne 25 fundações estaduais de Amparo à Pesquisa do Brasil. Este ano, a iniciativa passou a fomentar novos projetos, por meio de uma coalizão de parceiros nacionais e internacionais. Dentro deste grupo, a Fapespa se mantém como a Fundação com o maior número de projetos aprovados, reforçando a pujança da comunidade científica do Pará.

Novos editais e oportunidades

Para os próximos meses, a Fapespa prepara novos editais de fomento voltados à inovação e à sustentabilidade. Também estão em planejamento ações de estímulo à captação de recursos externos e à internacionalização de pesquisadores emergentes.

De acordo com a presidência da instituição, as metas para 2026 incluem aumentar o número de parcerias internacionais, ampliar a participação de instituições paraenses em editais competitivos e fortalecer a integração entre ciência e desenvolvimento regional. Com essas ações, a Fundação se consolida como referência de incentivo à pesquisa e inovação no Pará, e e na Amazônia, dando suporte aos pesquisadores espalhados pelo Estado. 

“A ciência é um instrumento essencial para orientar políticas públicas e promover o desenvolvimento sustentável do Pará. Nosso compromisso é fortalecer o ecossistema de pesquisa e inovação, ampliando parcerias e oportunidades para que o conhecimento produzido na Amazônia tenha impacto real na sociedade”, enfatiza Marcel Botelho.

Fapespa amplia investimentos e consolida Rede Pará de Boeconomia

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas também vem reforçando seu papel estratégico no fomento à ciência e à inovação voltadas para a sustentabilidade e a bioeconomia no Pará.

Em 2023, a instituição destinou R$ 11,3 milhões a 42 projetos de pesquisa alinhados ao Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), envolvendo 192 pesquisadores de diferentes áreas. O resultado superou as expectativas iniciais do edital, que previa apenas dez projetos selecionados. Hoje, a Fapespa executa dentro do Plano de Bioeconomia 91 projetos. Isso representa um investimento de R$ 15,6 milhões, nos últimos três anos. 

Além disso, a Fapespa participa do Programa Centelha, com investimentos destinados a startups e negócios de impacto, parte deles voltados a soluções sustentáveis e bionegócios. O apoio ao desenvolvimento e à industrialização por meio do Programa Tecnova III é responsável por uma disponibilidade de orçamento de R$ 12,6 milhões para os próximos anos.

Fundação contribui com infraestrutura científica

A  Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas apoia, também, a infraestrutura científica paraense, como o Laboratório de Biossoluções e Bioplásticos da Amazônia (Laba), sediado na Universidade Federal do Pará (UFPA), que investiga novos materiais e alternativas tecnológicas para o desenvolvimento sustentável da região.

Com o avanço da bioeconomia como eixo estratégico de desenvolvimento, a Fapespa criou a Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia, em parceria com a UFPA, a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).

A rede quer mapear e mensurar a dimensão econômica da bioeconomia no Pará, construindo indicadores regionais que permitam estimar a contribuição do setor para o PIB e o desenvolvimento sustentável. As metodologias são alinhadas a parâmetros do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da ONU (Organização das Nações Unidas), fortalecendo a base de dados sobre as cadeias produtivas amazônicas, como as do açaí, da castanha e dos óleos vegetais.

Investimentos nas cadeias produtivas

Em agosto de 2025, o III Seminário da Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia, por exemplo, reuniu pesquisadores, gestores públicos e representantes de comunidades locais para debater estratégias e consolidar o avanço das ações no território paraense.

Um estudo do WRI Brasil estima que o fortalecimento de 13 cadeias produtivas da bioeconomia poderia acrescentar R$ 816 milhões ao PIB do Pará, gerar 6.600 empregos e aumentar a arrecadação fiscal em R$ 44 milhões, a partir de investimentos de cerca de R$ 720 milhões.

Os números reforçam o potencial do Pará em se tornar uma referência nacional e internacional em bioeconomia, integrando ciência, conservação e desenvolvimento. Nesse contexto, os investimentos da Fapespa e a consolidação da Rede Pará de Bioeconomia ganham ainda mais relevância como base para um modelo de crescimento sustentável na Amazônia.