Helder Barbalho apresenta a 'COP das Soluções' e defende novo ciclo econômico e ambiental da Amazônia
Com 98% das obras concluídas e o pioneiro Parque de Bioeconomia no mundo, inaugurado em Belém, Pará chega à conferência como referência global em uso do solo e baixas emissões

O governador do Pará, Helder Barbalho, afirmou, durante o CNN Talks COP30, em Brasília, que o Estado chega à Conferência das Nações Unidas sobre o Clima como exemplo concreto de conciliação entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Ao apresentar o avanço das obras estruturantes, o fortalecimento da bioeconomia e o pioneirismo nas concessões de restauração florestal, Helder reforçou que a COP30 será a “COP das Soluções”, marcada por resultados práticos e mensuráveis.
“Em um ano e meio, executamos cerca de R$ 5 bilhões em investimentos e hoje temos 98% das obras prontas. Belém está preparada para receber o maior evento diplomático do planeta e para mostrar que a Amazônia é símbolo de soluções e não apenas de problemas”, afirmou o governador.
Legado urbano e uso responsável do solo
Helder destacou que a preparação de Belém para a COP vai além da infraestrutura física. Representa um novo modelo de ocupação urbana e gestão do território. Entre as entregas estão a duplicação da operação do aeroporto com investimentos da iniciativa privada, o sistema BRT Metropolitano, uma ponte de 600 metros que liga áreas estratégicas da capital, a maior estação de tratamento de esgoto da história da cidade, 13 quilômetros de canais drenados e urbanizados e parques lineares que reorganizam o crescimento em torno dos rios.
“Estamos construindo um modelo de desenvolvimento que concilia produtividade e integridade ambiental. O Pará é hoje um dos poucos estados brasileiros com estoque real de carbono que pode ser transformado em economia verde e repartição justa de benefícios”, afirmou.

Ele citou ainda as políticas de commodities de baixas emissões, como a pecuária rastreável — que permite acompanhar o histórico individual de cada animal — e a intensificação produtiva que evita o avanço sobre áreas de floresta. Com produtividade ampliada de uma para até três cabeças por hectare, o Estado pode triplicar o rebanho sem desmatamento, consolidando a transição de um modelo extrativista para um modelo sustentável de escala industrial.
Parque de Bioeconomia: o novo eixo da economia amazônica
O governador destacou ainda o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, inaugurado em Belém no início de outubro, como o único complexo do mundo dedicado à bioeconomia e um dos principais legados da COP30. Instalado no Complexo Porto Futuro, o Parque reúne maquinário industrial, laboratórios espaço para startups e incubadoras voltadas à transformação de insumos da floresta em biotecnologia, fármacos, cosméticos e alimentos sustentáveis, formando um ecossistema de pesquisa e negócios de impacto global.
“Queremos fazer de Belém o grande cluster da nova economia verde — o ‘Vale do Silício da biodiversidade’. No lugar da extração, a bioindústria; no lugar da degradação, a restauração; e no lugar da dependência, a inovação”, afirmou.
Helder lembrou que o Pará foi o primeiro estado do país a implantar uma concessão de restauração florestal, integrando a recuperação de áreas degradadas à geração de emprego e renda. Essa nova fronteira de desenvolvimento inclui cadeias como o cacau e o açaí, que já transformam antigas áreas de desmatamento em polos produtivos sustentáveis.
“A floresta viva precisa ser fonte de valor econômico. Estamos transformando conhecimento ancestral e tecnologia em ativos reais, com governança, rastreabilidade e escala”, disse.

Ao concluir sua participação, Helder Barbalho afirmou que a COP30 será a primeira conferência do clima sediada em uma floresta tropical, e que o Pará chega ao evento com resultados concretos em mitigação, restauração e inovação produtiva. Segundo ele, a COP será também o marco do reconhecimento internacional da Amazônia como território estratégico para o equilíbrio climático do planeta.
“O Pará apresenta à ONU um modelo integrado de infraestrutura sustentável, uso inteligente do solo e economia verde baseada na floresta. A COP das Soluções começa em Belém, mas o impacto será global”, concluiu.