Sespa reforça os cuidados e a prevenção da sífilis
A infecção, que pode ser transmitida por relação sexual sem proteção e da mãe para o bebê durante a gestação ou parto, exige diagnóstico precoce e tratamento adequado para evitar complicações

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de IST/Aids, reforça a importância dos cuidados e da prevenção contra a sífilis, uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum pallidum, no Dia Nacional de Combate à Sífilis e a Sífilis Congênita, comemorado neste sábado (18). A doença é transmitida, principalmente, por meio do sexo desprotegido e da transmissão vertical, quando a gestante infectada transmite a bactéria para o bebê durante a gestação ou o parto.
Manifestações e estágios da doença
A sífilis adquirida pode se manifestar em diferentes estágios clínicos: primária, secundária, latente e terciária — com sintomas e gravidades variados.
A sífilis primária caracteriza-se pelo aparecimento de uma úlcera genital (cancro duro), geralmente única, indolor, sem coceira ou secreção, que desaparece espontaneamente entre 3 e 8 semanas, podendo ser acompanhada de ínguas na região afetada.
A secundária apresenta lesões na pele e mucosas (roséolas, placas mucosas, condilomas planos), queda de cabelo localizada, febre, dores musculares, além de possíveis complicações neurológicas, oculares e hepáticas.
Já a sífilis latente (fase assintomática), sem sinais visíveis da doença. A maioria dos casos se encontra nesse estágio, o que reforça a importância da testagem rápida para o diagnóstico precoce.
E a terciária ocorre anos após a infecção inicial e pode causar lesões graves na pele, ossos, sistema cardiovascular e nervoso.
Sífilis congênita - A sífilis congênita ocorre quando a infecção é transmitida da mãe para o bebê. A forma precoce, até dois anos de idade, pode causar aumento do fígado e baço, lesões na pele, alterações ósseas e inflamação nasal com secreção.
Forma tardia, a partir dos dois anos, inclui a chamada tríade de Hutchinson, que são: dentes incisivos serrilhados, surdez e ceratite ocular, além de deformidades ósseas e atraso no desenvolvimento.
Diagnóstico e tratamento gratuitos pelo SUS

De acordo com a técnica de referência em sífilis da Sespa, Charliana Aragão, o diagnóstico e o tratamento da sífilis adquirida, em gestantes e congênita — estão disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
“O primeiro passo é a testagem rápida, oferecida em qualquer unidade básica de saúde ou nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA/SAE). A droga de escolha para o tratamento é a Benzilpenicilina, aplicada conforme orientação médica ou de enfermagem”, explicou a coordenadora.
Após o tratamento, o acompanhamento deve ser feito com o exame VDRL, conforme cada caso:
- Pessoas com sífilis adquirida: a cada três meses;
- Gestantes: mensalmente até o parto;
- Crianças com sífilis congênita ou expostas: aos 1, 3, 6, 12 e 18 meses de vida.

Prevenção - A coordenadora estadual de IST/Aids, Andrea Miranda, também reforça que a principal forma de prevenção é o uso regular do preservativo interno ou externo. “O acompanhamento das gestantes e de suas parcerias durante o pré-natal é essencial para interromper a cadeia de transmissão e evitar a sífilis congênita”, destacou.
Dados da sífilis no Pará - No Estado, os casos de sífilis adquirida registrados foram: 3.334 em 2022, 4.459 em 2023, 4.279 em 2024 e 2.305 de janeiro a setembro de 2025.
Quanto à sífilis em gestantes, os registros foram: 3.904 casos em 2022, 3.923 em 2023, 4.195 em 2024 e 3.743 de janeiro a setembro de 2025.
Já os casos de sífilis congênita apresentaram os seguintes números: 1.291 em 2022, 1.137 em 2023, 1.439 em 2024 e 1.019 de janeiro a setembro de 2025.
Ações e compromissos - A Sespa segue fortalecendo as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis no Estado. Nos dias 9 e 10 de outubro, a Secretaria promoveu um Encontro Estadual de Qualificação dos Comitês e Grupos de Trabalho (GTs) de enfrentamento à sífilis congênita, com oficinas e palestras sobre investigação qualificada, experiências exitosas municipais e integração entre vigilância, atenção primária e maternidades.
O evento integra a Política Estadual de Combate à Sífilis, instituída pela Resolução CIB nº 115/2022, e visa aprimorar a investigação dos casos e o cuidado materno-infantil.
Além das ações estaduais, a Sespa apoia e incentiva continuamente as iniciativas desenvolvidas pelos municípios, reforçando o compromisso com a eliminação da transmissão vertical da sífilis no Pará.
Texto: Ascom Sespa