Hospital Abelardo Santos garante atendimento especializado a povos indígenas na COP30
Unidade do Governo do Pará já atua, há mais de três anos, na assistência hospitalar a etnias indígenas, e será referência a esse público durante o evento ambiental
Na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, atuará como referência na assistência à população indígena. A unidade, considerada o maior hospital público do Governo do Pará, integra a rede de retaguarda assistencial estadual, e mantém em seu sistema o registro de mais de 300 etnias.
O HRAS atua na linha de cuidado a esse público, e é pioneiro na Amazônia na adesão ao Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), do Ministério da Saúde. A unidade cumpre os 11 requisitos estabelecidos pelo Programa, com ênfase na ampliação do acesso das populações indígenas aos serviços especializados de saúde e no respeito à interculturalidade.
“O Abelardo Santos tem uma estrutura moderna e capacidade para esse tipo de atendimento. Nos quartos do bloco indígena foram adaptadas redes, respeitando aspectos culturais e garantindo um atendimento humanizado a todas as etnias. Além disso, todos os profissionais estão preparados para realizar esse acolhimento”, afirma Heloísa Guimarães, secretária-adjunta de Gestão de Políticas de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Respeito e acolhimento - Nos últimos três anos, o Hospital Abelardo Santos realizou mais de mil atendimentos a pacientes indígenas, a maioria das etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku. A unidade mantém parceria com a Casa de Saúde Indígena (Casai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), que oferecem suporte linguístico e contribuem para uma comunicação mais eficaz durante o tratamento.
O paciente Bep Kaprin Xikrin destacou o atendimento universal oferecido pelo HRAS como um dos principais diferenciais da unidade. “Sem distinção. O tratamento é igual para todos, e estou melhorando a cada dia”, garante. A acompanhante Ireprin Xikrin Gavião também ressaltou o acolhimento recebido. “Pedi uma rede para que pudesse me deitar, e atenderam ao meu pedido”, acrescenta.
Já Freddy Cardona, liderança indígena Warao em Belém, recebeu atendimento especializado junto com sua filha, e reforçou a sensação de respeito e igualdade. “O atendimento universal foi uma das coisas que mais me chamou a atenção. Sempre há um receio de irmos a um lugar desconhecido e não sermos bem tratados. Mas aqui posso dizer que me senti tranquilo e confiante”, diz Freddy Cardona.
Capacitação e reconhecimento - Em agosto deste ano, o HRAS promoveu o 3º Circuito de Palestras de Saúde Indígena, em preparação para a COP30, com o objetivo de valorizar a cultura e os saberes tradicionais, ampliar o diálogo sobre interculturalidade e fortalecer um atendimento mais humanizado e respeitoso. O encontro contou com a participação de palestrantes indígenas, e capacitou todos os profissionais da unidade.
A diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, ressalta o papel do Hospital durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. “Vamos fazer o que já fazemos: oferecer assistência com segurança, qualidade e compromisso, reforçando o papel da unidade no cuidado à população e aos visitantes que virão para este evento histórico no Pará”, enfatiza.
O Hospital Abelardo Santos tem a certificação Acreditado – ONA1, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), um dos mais importantes reconhecimentos de qualidade na saúde no Brasil. “Nossa atuação é extremamente importante para os paraenses, e foi reconhecida pela organização da COP30 e pelo Ministério da Saúde. Estamos prontos para este momento”, ressalta Aline Oliveira.
Estrutura e serviços - O Hospital Regional Dr. Abelardo Santos dispõe de 360 leitos distribuídos entre emergência, cirurgia, internação clínica, Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e Unidades de Cuidados Intermediários (UCIn). A unidade oferece 11 especialidades médicas: vascular, urologia, cirurgia torácica, ginecológica, mastologia, endoscopia, pediatria, neurocirurgia geral e de coluna, clínica geral e obstetrícia.
Além de acolher os povos indígenas, o HRAS é referência no atendimento à mulher e à criança, mantendo as portas abertas 24 horas para casos de urgência e emergência nesses três perfis assistenciais.
O Hospital registra taxa de satisfação acima de 90% entre os usuários, com média anual de 93%. O tratamento humanizado, a alta médica segura e a qualidade da estrutura física e dos equipamentos estão entre os principais pontos destacados nas pesquisas conduzidas pelo Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU).
