Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
RECONHECIMENTO
English Version

Adepará certifica primeira agroindústria de farinha indígena do Estado durante a 42ª Expoalta, em Altamira

Além do selo artesanal vegetal, a programação da feira também abre espaço para a rastreabilidade bovídea

Por Rosa Cardoso (ADEPARÁ)
07/11/2025 15h15

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) concedeu, nesta quinta-feira (6), o selo artesanal para a agroindústria de farinha da Associação Indígena Juruna Tubyá, de Altamira. Este é o primeiro certificado de registro de produtos artesanais emitido pela Agência para um estabelecimento indígena no Estado. A entrega do certificado ocorreu durante a 42ª Feira de Exposição Agropecuária de Altamira (Expoalta), considerada o maior evento do agronegócio da região Xingu.

O selo da Adepará confirma a qualidade e a segurança sanitária do processo de fabricação da farinha da associação, batizada pelos indígenas de Sasa tiha, que, na língua juruna, significa “farinha típica do nosso povo”. O registro abre portas à comercialização do produto em supermercados e participação em licitações institucionais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ambos do governo federal. 

“A certificação que a Adepará oferece para o produtor rural é de grande importância para quem está produzindo, porque abre novos mercados. Além disso, ela significa qualidade do produto que chega à mesa do consumidor”, explica o gerente regional da Adepará, Rubens Moraes. “É um marco ter a primeira agroindústria indígena da nossa região com registro artesanal”, completa. 

A agroindústria de beneficiamento de mandioca foi construída e equipada pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, para contribuir com a geração de renda dos indígenas da etnia Juruna, que vivem no ramal do Picadinho, localizado a 115 quilômetros da sede do município. A presidente da Associação, Irasilda Juruna, reforça o peso da conquista. “Ter o nosso selo artesanal é um orgulho imenso. Sempre fizemos farinha com dedicação, mas, sem o apoio da Norte Energia, não teríamos conseguido chegar aqui. Agora, o nosso sonho é levar a nossa farinha para mais mesas, para além da nossa região”, destaca.

Para a implantação e funcionamento da agroindústria, a Norte Energia apoia a Associação Indígena Juruna Tubyá por meio de três programas da usina, que abrangem as etapas do plantio – inclusive a preparação da área, que corresponde a nove hectares de plantação de mandioca – processamento e comercialização. O projeto une valorização cultural e desenvolvimento sustentável. “A certificação possibilita que a tradição da produção de farinha indígena seja preservada e, ao mesmo tempo, ganhe competitividade no mercado formal. É uma conquista da comunidade e um exemplo para outras regiões”, avalia a gerente Socioambiental do Componente Indígena, Sabrina Miranda Brito.

O caminho para a certificação incluiu a realização do curso de Boas Práticas em Manipulação de Alimentos, ministrado na comunidade. O treinamento, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em parceria com a Norte Energia, abordou higiene no processamento, uso correto de equipamentos, acondicionamento seguro dos produtos e adequações para atender às exigências sanitárias. “Esse curso veio na hora certa, fortalecendo não só a produção de farinha, mas também de outros produtos da associação, como chocolates, licores e geleias”, completou Irasilda.

Outra etapa importante para fortalecer a atuação comercial da agroindústria de beneficiamento de mandioca foi a emissão do Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) para as famílias associadas, pela Emater. 

A agroindústria também passou pela etapa de licenciamento ambiental, conduzida pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Altamira (Semma). Durante a vistoria, a equipe técnica avaliou as instalações e as medidas adotadas para mitigar impactos ambientais, especialmente no manejo dos resíduos da produção. 

Com capacidade de produção de 1.020 kg por dia, a agroindústria conta com áreas para recepção e descarga; armazenamento, produção e está equipada com descascador de mandioca, prensa hidráulica, desintegrador, peneira vibratória, forno manual e forno mecanizado. 

Chocolate do Xingu

Uma das regiões de maior produção de cacau do Pará, o Xingu segue impulsionando a implementação de agroindústrias artesanais de chocolate. Com apoio do governo do Pará, por meio da Adepará, mais um estabelecimento foi contemplado com o registro artesanal vegetal.

A  Chocolate Suk, do município de Brasil Novo, foi autorizado a atuar como fabricante de chocolate e pode produzir 20 tipos de chocolate em barra, além de nibs, contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva e gerando renda para produtores rurais, fornecedores de insumos, cooperativas e associações, que são responsáveis pela garantia de que a sanidade e a qualidade de produtos vegetais in natura foram respeitados. 

42ª Expoalta - A exposição agropecuária de Altamira também será vitrine para a rastreabilidade bovídea, um dos pilares do programa  pecuária sustentável, que está sendo implementado pela Adepará em todo o Estado e que eleva a carne produzida no Pará a outro patamar, garantindo maior controle sanitário e responsabilidade ambiental.

Neste sábado (8), haverá uma brincagem simbólica para marcar esse novo momento da pecuária na região, que possui mais de três milhões de cabeças de gado. Serão identificados animais do rebanho bovino na exposição, com a colocação de dois brincos, um azul e outro amarelo - visual e eletrônico - e inserção no Sistema de Rastreabilidade Bovídea do Pará (SRBIPA). A programação contará com a presença da fiscal agropecuária Bárbara Lopes, coordenadora de cadastro e rastreabilidade da Adepará, produtores rurais  e de autoridades locais.

*Com informações da Assessoria de Comunicação da Norte Energia