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Iniciativa Amazônia +10 é destaque do primeiro painel da Fapespa na COP30

A Fundação Amazônia de Amparo à Pesquisa está entre as instituições que integram o Pavilhão Pará da Green Zone, na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
10/11/2025 17h55

Criada com o objetivo de apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico, sustentável e inclusivo no norte do Brasil, a Iniciativa Amazônia +10 foi o destaque do painel apresentado pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (Fapespa), na sala Castanheira, do Pavilhão Pará, na manhã desta segunda-feira (10). O Pavilhão integra a Green Zone - a Zona Verde da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), iniciada hoje, em Belém.

Intitulado “Iniciativa Amazônia +10: Colaboração Subnacional e Financiamento Conjunto para desenvolvimento local da Amazônia”, o painel teve o objetivo de reforçar o papel das fundações estaduais e dos governos subnacionais na construção de modelos inovadores de governança e financiamento conjunto, apresentando projetos em execução no Pará que entregam resultados relevantes para mitigação, adaptação e bioeconomia, e apresentar as futuras ações da Iniciativa Amazônia +10.

Pesquisadores no painel que reforçou o papel das fundações estaduais e dos governos subnacionais na construção de modelos inovadores de governança e financiamento

“Nós falamos sobre a Iniciativa Amazônia +10 sob uma perspectiva muito ampla de como essa estratégia de financiamento de governos subnacionais para pesquisa científica, tecnológica e inovadora é um modelo a ser seguido, e de como a gente pode melhorar esse modelo, que hoje funciona muito bem”, informou o diretor Científico da Fapespa, Deyvison Medrado, moderador do painel.

Além do diretor, participaram da programação a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Márcia Perales Mendes Silva, e representantes de projetos apoiados pela iniciativa.

Polyanna da Conceição Bispo: valorizar pesquisadores da Amazônia

Engajamento e experiências - Polyanna da Conceição Bispo, uma das coordenadoras do Projeto “Amazonian BioTechQuilombo”, financiado pela Amazônia +10 por meio da chamada de Expedições Científicas, esteve presente e falou sobre a experiência.

“Foi muito interessante ver a perspectiva dos painelistas sobre como esse engajamento com a comunidade é importante. Também as perspectivas dos pesquisadores já envolvidos em outras chamadas da Amazônia +10, que puderam compartilhar suas experiências com a gente, por exemplo relacionadas à importância de se valorizar os pesquisadores amazônicos, de se dar o protagonismo pros pesquisadores amazônicos, também”, ressaltou.

Protagonismo amazônida – Professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Monique Medeiros foi uma das integrantes do painel. Coordenadora de um dos projetos apoiados pela iniciativa, via chamada lançada pela Fapespa, Monique disse que aproveitou a oportunidade não apenas para relatar os resultados do projeto, mas também para falar sobre como ele consegue oportunizar a conexão com pessoas de outros estados, e de outros países, além de fazer com que as próprias pessoas das comunidades sejam pesquisadoras envolvidas nessas iniciativas.

(A| partir da esquerda) Rommel Ramos, professor da UFPA; Márcia Perales Mendes Silva, presidente da Fapeam; Monique Medeiros, professora da UFPA, e Deyvison Medrado, diretor Científico da Fapespa

“Estamos em um espaço muito significativo de outros atores olhando para o desdobramento das nossas pesquisas. Me parece bem estratégico que a gente tenha conseguido compartilhar esses resultados, e tenha também colocado sugestões para o aperfeiçoamento de próximas chamadas que a Fapespa possa vir a ter no seu portfólio”, pontou.

Integração - Também integrando o painel, o professor Rommel Ramos, da UFPA, destacou a importância da integração proporcionada pela iniciativa para os pesquisadores locais. “É uma chamada que possibilita a integração entre vários grupos de pesquisas fora do Estado, no Brasil inteiro, mantendo o protagonismo dos pesquisadores da região, o que é importante para nós atendermos às demandas locais em relação a problemas a serem resolvidos”, frisou Rommel Ramos, acrescentando que “trazer isso para a COP é fundamental, para mostrar o que está sendo construído hoje no Pará com o financiamento do Estado, da nossa Fundação de Amparo”.

Articulada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e do Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência, Tecnologia e Inovação (Consecti), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a iniciativa Amazônia +10 possui, atualmente, 61 projetos de pesquisa apoiados com aproximadamente R$ 120 milhões, sendo metade oriunda dos governos subnacionais, por meio das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa, mobilizando uma rede ativa de mais de 1.900 pesquisadores no Brasil, e em outros países, com cerca de 400 bolsistas ativos e 562 produtos científicos gerados, e mais de 11 mil pessoas alcançadas em ações formativas até o momento.

Deyvison  Medrado: compromisso com a agenda climática

“Iniciativas como a Amazônia +10 demonstram como a cooperação entre governos subnacionais pode fortalecer o financiamento à CT&I, promover inovação orientada por desafios locais e ampliar a capacidade de resposta da ciência frente à crise climática. Ao integrar múltiplos atores e fomentar pesquisas estratégicas, a iniciativa reforça o papel dos estados na construção de uma bioeconomia inclusiva e na valorização da floresta em pé como ativo de desenvolvimento”, reforçou Deyvison Medrado, diretor Científico da Fapespa.

Mobilização - A proposta da Iniciativa Amazônia +10 é conectar pesquisadores, gestores públicos e parceiros estratégicos, incluindo instituições internacionais comprometidas com a agenda climática. Desse forma, a iniciativa demonstra ação concreta, pluralidade e capacidade de mobilização, consolidando um legado que amplia o impacto da ciência amazônica.

“Além do desenvolvimento local, o Programa também busca a ampliação da construção de conhecimentos científicos, tecnológicos e inovadores sobre a região, sobre algumas diretrizes fundamentais. Uma delas é referente ao protagonismo dos pesquisadores sediados na Amazônia, para que eles não sejam somente fornecedores de matéria-prima, de dados brutos, mas que também possam conduzir, planejar e discutir como os projetos serão executados”, explicou Deyvison  Medrado. Ele completou: "Para além disso, é a inclusão da Amazônia como protagonista desse processo de participação dentro dos projetos de pesquisa e de atuação”.

Texto: Beatriz Rodrigues, estagiária, sob a supervisão de Manuela Oliveira – Ascom/Fapespa