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Na COP30, Pará defende inovação como motor da bioeconomia e da criação de mercados sustentáveis

Governo reforçou estratégia de consolidar a bioeconomia como vetor de desenvolvimento sustentável e geração de renda

Por Jamille Leão (SEMAS)
12/11/2025 14h31

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) destacou, na terça-feira (11), no estande do Banco do Brasil, na Green Zone da COP30, ações que unem tecnologia, conhecimento tradicional e oportunidades para os povos da floresta.

Durante o painel “Inovação e acesso a novos mercados de produtos compatíveis com a floresta”, o Governo reforçou sua estratégia de consolidar a bioeconomia como vetor de desenvolvimento sustentável e geração de renda. A coordenadora de Bionegócios da Secretaria de Bioeconomia (Sabio), Jéssica Brilhante, destacou como a combinação entre inovação, pertencimento e valorização dos saberes tradicionais está transformando a relação das comunidades com a floresta.

“O Pará está construindo o caminho da sociobioeconomia, com base em oportunidades concretas para os povos da floresta. Essa é uma transição que não acontece de um dia para o outro, mas que exige tempo, qualificação e estrutura. Temos trabalhado para que as populações que sempre viveram da floresta possam agora viver com a floresta, de forma sustentável e com geração de renda”, afirmou a coordenadora.

Transformando e desenvolvendo o território

O Estado vem fortalecendo políticas públicas que dão suporte direto à produção sustentável, como o Parque de Bioeconomia e o Inova Sociobio. Essas iniciativas têm como foco a formação técnica e empreendedora, o beneficiamento local e o acesso a crédito e editais — elementos essenciais para transformar a base produtiva dos territórios.

“Por muito tempo, muitas comunidades não se sentiam parte desse processo. Hoje, há um novo cenário de pertencimento. As pessoas começam a enxergar que seus produtos da floresta têm valor de mercado, que elas podem fornecer alimentos, cosméticos e insumos sustentáveis e não apenas vender matéria-prima. Esse é o passo que muda a lógica econômica da floresta”, destacou Jéssica.

Tecnologias sociais – impactos na transformação da produção comunitária

O trabalho desenvolvido pelo Estado, por meio da Semas, vem adaptando a realidade do Pará, da região, dos povos da floresta e seus conhecimentos a um processo de inserção tecnológica e técnica para promover inclusão, sustentabilidade e melhorias nas condições de vida dessas pessoas. Jessica Brilhante lembrou o caso de uma produtora de tucumã que levava dez dias para secar o fruto manualmente, mas que, com apoio de estudantes, conseguiu reduzir o tempo de secagem para apenas três dias por meio de uma estufa artesanal feita com isopor, lâmpadas e sensores simples.

“Isso é inovação aplicada à realidade local. São tecnologias simples que otimizam processos e aumentam a produtividade sem comprometer o equilíbrio ambiental. Essa mulher, que antes produzia pouco e com muito esforço, agora consegue entregar mais e acessar novos mercados. A tecnologia, quando chega com respeito ao conhecimento tradicional, transforma vidas”, ressaltou.

Jéssica lembrou ainda que a inovação não se resume a equipamentos ou softwares, mas também envolve a valorização do conhecimento ancestral e a troca entre gerações.

“Tudo começa com o saber local. A senhora da comunidade sabia como secar o tucumã, e os estudantes apenas aprimoraram o processo. Foi o conhecimento tradicional que possibilitou a inovação. É isso que queremos fomentar: a integração entre ciência, juventude e saber popular”, afirmou.

Transição e desenvolvimento - Com foco na sustentabilidade e na geração de oportunidades locais, o Governo do Estado reforça que a bioeconomia é peça-chave na transição para um novo modelo de desenvolvimento, baseado na conservação, na valorização da biodiversidade e na permanência das populações na floresta.

“A inovação vem para otimizar e fortalecer o conhecimento tradicional. O objetivo é criar uma economia que seja sustentável, justa e conectada com o futuro do nosso território. A floresta em pé precisa ser o centro do desenvolvimento”, concluiu Jéssica.

A presença do Pará na COP30, com painéis como este na Green Zone, evidencia o compromisso do Estado em promover um diálogo global sobre a transição ecológica e o papel estratégico da Amazônia nesse processo. Nesse contexto, os mecanismos de financiamento verde e as parcerias público-privadas se tornam fundamentais para ampliar investimentos em inovação, pesquisa e infraestrutura, consolidando a bioeconomia como motor de desenvolvimento sustentável e inclusivo na região.

Texto Lucas Maciel/ Ascom Semas