Governo do Pará se une ao governo federal para fortalecer o etnoturismo com mapeamento de comunidades indígenas
Ação conjunta visa reunir dados, promover boas práticas e consolidar um modelo de turismo responsável e inclusivo em todo o território nacional.
O Ministério do Turismo (MTur) está liderando um projeto inédito de mapeamento das comunidades indígenas que atuam no turismo em todo o território nacional. A ação faz parte do Projeto “Brasil Turismo Responsável” e é resultado de uma cooperação técnica entre o MTur, o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). A iniciativa teve início em julho de 2024 e conta com a adesão do governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi) e da Secretaria de Estado de Turismo (Setur).
O objetivo é identificar e mapear as comunidades indígenas que desenvolvem atividades turísticas de base comunitária, reconhecendo e promovendo boas práticas sustentáveis, sempre com o consentimento das próprias comunidades. O levantamento também busca subsidiar políticas públicas voltadas à valorização cultural e ao fortalecimento da economia indígena, a partir de um turismo responsável e inclusivo.
"Esse mapeamento é inédito e super necessário, porque a gente sabe que algumas comunidades já fazem isso literalmente por conta própria, e hoje, o Ministério do Turismo, juntamente com o Ministério dos Povos Indígenas e a presidência da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), só veio fortalecer. Eu e a equipe já estamos pensando como vamos trabalhar as terras indígenas aqui do Pará, em parceria, para que o governo do Estado, através da Secretaria dos Povos Indígenas e da Secretaria de Turismo, se junte ao Ministério do Turismo. Assim, podemos fortalecer esse trabalho que é tão perfeito e maravilhoso, mas também sustentável dentro das terras indígenas. Isso ajuda não só a promover o turismo sustentável, mas também a pensar políticas de proteção territorial”, destacou a secretária de Estado dos Povos Indígenas, Puyr Tembé.
Segundo a coordenadora-geral de Turismo Sustentável e Responsável do MTur, Carolina Fávero, o projeto vem preencher uma lacuna histórica na formulação de políticas públicas para o setor.
“Quando a gente começou a trabalhar, em especial com o foco em comunidades indígenas e o etnoturismo, percebemos que não tínhamos nenhum diagnóstico para saber onde havia turismo e como ele era feito. Essa falta de informações dificultava a criação de políticas públicas que beneficiassem os povos originários. O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) não tinha esse conhecimento, a própria Funai também não. Então, o mapeamento vai servir como base até para a academia, para as agências de viagem que querem desenvolver ações e já poderão identificar onde há experiências. Que sirva para todos, e que a gente consiga fortalecer cada vez mais o turismo responsável nessas comunidades e trazer todos os benefícios que ele pode gerar”, ressaltou.
Para facilitar a coleta de informações, foi disponibilizado um formulário eletrônico, aberto até 31 de outubro de 2024, voltado a comunidades indígenas, organizações públicas e privadas que possuam dados sobre atividades turísticas envolvendo povos indígenas.
A ação permitirá reunir informações detalhadas sobre as experiências em andamento, permitindo um diagnóstico mais preciso das necessidades das comunidades e promovendo a visibilidade dos produtos turísticos criados por elas.
Com o mapeamento, o Ministério do Turismo pretende ampliar o Mapa Brasileiro do Turismo Responsável e fortalecer uma rede de turismo sustentável, inclusiva e culturalmente diversa, respeitando os saberes tradicionais, a autonomia e os territórios indígenas — com destaque especial para as experiências que vêm sendo desenvolvidas no Pará, um dos Estados com maior potencial de etnoturismo na Amazônia.
