PIB do Pará alcança R$ 254 bi no ano de 2023, um crescimento de 7,8%
Números são da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em parceria com o IBGE, divulgados nesta sexta-feira (14)
O Produto Interno Bruto (PIB) do Pará registrou o valor de R$ 254,55 bilhões, em 2023. Influenciado principalmente pelo desempenho positivo dos setores agropecuário e de serviços, o valor representa um crescimento de 7,8% em comparação com o ano anterior. Os dados são apresentados pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), em colaboração com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no relatório de Contas Regionais para 2023, divulgado nesta sexta-feira (14).
A análise, elaborada pela Diretoria de Estatística e de Tecnologia e Gestão da Informação (DETGI) da Fundação, aborda o PIB do Pará através de dados e tendências econômicas significativas, oferecendo uma visão detalhada sobre o seu desempenho, em um cenário marcado por desafios econômicos.
O economista e pesquisador Rickson Oliveira, o PIB é importante porque disponibiliza as informações metodologicamente consolidados sobre o PIB paraense. “O IBGE divulga os resultados do Brasil demais unidades da federação. No âmbito estadual, esse boletim reúne, organiza e apresenta de forma clara os dados consolidados do Pará, permitindo compreender o seu desempenho econômico, sua estrutura produtiva, a dinâmica dos setores e atividades econômicas e sua posição relativa no cenário nacional”, explica.
Recuperação e resultados – O PIB divulgado, nesta sexta-feira, aponta uma recuperação em relação ao ano de 2022, que caiu 10,2%, influenciado pela redução expressiva na atividade de Indústria Extrativa devido à queda de produção e dos preços do minério de ferro.
Em 2023, o PIB se recuperou crescendo 7,8%, ainda sofrendo impactos da desvalorização do preço do ferro, porém foi compensado pelo aumento de produção nas operações minerais do estado. Assim, a atividade saiu de uma retração de volume de -10,9% para crescimento real de 3,2%.
O crescimento do ano também foi impulsionado, pincipalmente pelos setores agropecuário e de serviços. “O setor agropecuário cresceu 23% em Valor Adicionado, e participou de 12,9% da economia paraense, os destaques foram as safras de soja, açaí, milho e dendê. A mandioca, além de ter forte participação em volume, apresentou elevada alta de preços, o que influenciou bastante no Valor Adicionado. Além disto, a pecuária se mantém firme, representando o 2° maior rebanho bovino do país”, explica Rickson.
Já setor de serviços atuou como líder da economia estadual, representando 58,6% do Valor Adicionado e cresceu 12% no ano de 2023. A atividade intermediação financeira foi a atividade que mais cresceu neste setor, com crescimento de 24,2%. Além disso, as três atividades com maior participação no setor foram: Administração Pública (40,4%), Comércio, Manutenção e Reparação de Veículos (18,4%) e Atividades Imobiliárias (12,3%), que juntas concentraram juntas 71,1% do Valor Adicionado total de serviços, consolidando-se como os principais motores do segmento terciário.
Por sua vez, o setor industrial participou com 28,5% da economia estadual e apresentou queda nominal de 2,3% em função da redução dos preços do minério de ferro, embora tenha registrado crescimento real de 1,2%. “Esse desempenho foi influenciado pela produção positiva das atividades de mineração e pela indústria de transformação, que aumentou sua participação para 19,6%, puxada pelo abate de reses e pela fabricação de óleos vegetais”, detalha.
Para Oliveira, esses resultados são essenciais para orientar o planejamento público, apoiar tomada de decisão estratégia, atrair investimentos privados e subsidiar políticas de desenvolvimento regional. “Além disso, o relatório reforça o compromisso institucional da Fapespa em produzir e disseminar estatísticas oficiais de alta qualidade, fundamentais para ampliar a transparência, fortalecer a gestão pública e promover análises socioeconômicas consistentes sobre a dinâmica econômica paraense”, destaca o economista.
Dados- O produto se diferencia de outro boletim produzido pela Fapespa em relação ao produto interno bruto paraense, o PIB Trimestral, devido a sua periodicidade, na metodologia e no grau de consolidação dos dados.
“O PIB trimestral é uma estimativa elaborada pela Fapespa, construída a partir de dados secundários (IBGE-SIDRA e outras fontes) que permitem acompanhar, de forma mais ágil, a tendência de crescimento econômico entre os trimestres atualizadas, sendo que o último lançamento foi o do segundo trimestre de 2025. Já o PIB Regional é o dado oficial consolidado pelo IBGE, produzido em parceria com a Fapespa ao longo do ano. Por seguir a metodologia completa do Sistema de Contas Regionais, esse resultado apresenta defasagem de aproximadamente dois anos, como observamos agora com a divulgação dos dados referentes a 2023 somente em 2025”, afirma Oliveira.
Para conferir outros resultados e estudo completo, acesse aqui.
Texto de Beatriz Rodrigues, estagiária, sob a supervisão de Manuela Oliveira / Ascom Fapespa
