Helder Barbalho apresenta visão do Pará para a bioeconomia global no TEDx Amazônia, em Belém
Governador destacou avanços ambientais, metas de restauração e preparação de Belém para a COP30 durante sessão especial na TED Countdown House
O governador do Pará, Helder Barbalho, apresentou nesta sexta-feira (14), no TEDx Amazônia, em Belém, a visão estratégica do Estado para a construção do Vale Bioamazônico, ecossistema de bioeconomia, inovação e desenvolvimento sustentável baseado na biodiversidade amazônica. A sessão especial na TED Countdown House foi conduzida pelo jornalista Akshat Rathi, sênior reporter da Bloomberg News.
Ao explicar o conceito do Vale Bioamazônico, Helder Barbalho destacou que a iniciativa integra agendas essenciais para o futuro da Amazônia e do planeta.
“O legado ambiental colocou na mesma mesa a agenda agrícola, a economia sustentável, o financiamento para preservar a floresta, a bioeconomia da biodiversidade, o mercado de carbono e os serviços ambientais”, afirmou.
O governador ressaltou que o Pará vive “uma nova história”, baseada na transição para uma economia de floresta em pé e no combate rigoroso ao uso ilegal da terra.
“Há sete anos nós escolhemos novos caminhos para o Pará, uma nova história. Precisamos criar uma nova cultura em que se use a floresta e a terra para construir uma nova economia”, reforçou.
Avanços ambientais, fiscalização e políticas climáticas
Durante a conversa, Helder apresentou resultados ambientais e econômicos alcançados pelo Estado, destacando a redução histórica do desmatamento e o fortalecimento da fiscalização, do planejamento territorial e das políticas climáticas — como o Plano Amazônia Agora, a Política Estadual sobre Mudanças Climáticas e o Plano de Bioeconomia.
Ele também enfatizou iniciativas pioneiras de restauração em larga escala, como a primeira concessão pública brasileira para reflorestamento, realizada em parceria com o setor privado. O projeto abrange cerca de 10 mil hectares e pode gerar 2 mil empregos verdes, contribuindo para a meta estadual de restaurar 5,7 milhões de hectares até 2030.
“Transformamos uma área pública sob forte pressão em um exemplo de concessão florestal para reflorestamento. Em 40 anos de concessão, serão muitos empregos verdes e um modelo para o Brasil”, explicou.
Rastreabilidade da pecuária e valorização das boas práticas
Outro ponto central da entrevista foi a implementação do sistema de rastreabilidade individual da pecuária. Com 26 milhões de cabeças de gado, o Pará avança para garantir uma produção desvinculada do desmatamento.
“Não é possível cobrar apenas dos produtores. Precisamos que a indústria pague pelas boas práticas, pelas práticas agrícolas integradas e ambientalmente corretas”, destacou o governador.
Preparativos para a COP30 e legado urbano para Belém
Ao responder perguntas da plateia, Helder Barbalho apresentou os avanços na preparação de Belém para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em novembro de 2025. Ele explicou que o planejamento prioriza investimentos estruturantes especialmente nas áreas periféricas, com reconstrução de ruas, requalificação de canais, renovação da frota de ônibus climatizados e conectividade com Wi-Fi.
“Não é possível criar uma cidade de excelência só no centro; o legado precisa alcançar toda a população”, afirmou.
"Estou orgulhoso de colocar Belém na mesma posição de cidades como Madri, Dubai, Baku e Glasgow. Temos problemas semelhantes a outras grandes áreas urbanas do mundo, mas agora mostramos que a Amazônia pode ser referência em soluções.”
Educação ambiental obrigatória e construção de uma nova cultura
Helder lembrou que o Pará é o primeiro estado brasileiro a incluir educação ambiental obrigatória no currículo oficial, iniciativa que considera essencial para transformar comportamentos e consolidar uma nova cultura ambiental.
“As escolas são uma oportunidade única de criar essa consciência. [...] Só a educação pode garantir uma nova cultura sobre a crise ambiental”, observou.
Ao encerrar sua participação, o governador destacou que a agenda ambiental e econômica em curso é permanente e representa um compromisso do próprio Estado.
“É uma agenda do Estado, e a sociedade paraense já compreendeu sua importância. A transição ecológica não tem volta”, concluiu.
