Na COP30, Governo do Pará apresenta resultados de programa de combate à pobreza no meio rural
O programa conta com parceria do Governo Federal e é voltado a famílias vulneráveis. Prioridade é para indígenas, quilombolas e mulheres
Em formato de talk-show, o Governo do Pará, por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), apresentou ao público da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Emergências Climáticas (COP30), em Belém, na segunda-feira (17), um trabalho que vem restaurando dignidade e cidadania no meio rural paraense: o Programa de Fomento às Atividades Produtivas Rurais (Fomento Rural) é uma parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) que patrocina empreendimentos da agricultura familiar de famílias vulneráveis.
Desde 2024, com a adesão oficial do Governo do Pará à política pública, as metas de atendimento direto da Emater direcionam atenção especial a indígenas, quilombolas e mulheres. Daquele período até o fim deste ano, o contrato vigente contempla mil e 200 famílias de 62 municípios, com um montante superior a R$ 5,5 milhões. Na prática, a estratégia é de combate à fome e à pobreza no campo, por meio de difusão tecnológica, acompanhamento por especialistas e repasse financeiro: no caso, R$ 4,6 mil por beneficiário, sem que esse precise pagar nada de volta.
Agritalks - O evento “Inovação e Inclusão Socioprodutiva de Agricultores Familiares no Estado do Pará: experiências exitosas do Programa Fomento Rural” ocorreu na arena Agritalks, na Agrizone, na sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no bairro do Marco.
“No Pará, o Programa ganhou força diferenciada porque dialoga com realidades diversas - ilhas, comunidades ribeirinhas, comunidades quilombolas. O resultado é mais do que aumento de renda: é inclusão socioprodutiva, inovação e protagonismo das famílias”, anunciou a moderadora Cristiane Corrêa, veterinária mestra em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Sustentável, coordenadora técnica da Emater.
Além das equipes de assessoramento técnico e gestão por parte da Emater, nas figuras do engenheiro florestal Márcio Nagaishi, mestre em Ciências Florestais, e do engenheiro agrônomo Antônio Andrey Matos, especialista em Gestão e Tecnologia na Produção de Sementes, participaram da conversa Martha Pina, representante da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), e Haroldo Poxo Munduruku, coordenador da Associação Indígena Topaga Emanaeyu da Aldeia Sai Cinza, em Jacareacanga, no Tapajós.
Em Jacareacanga, justamente, o Fomento Rural há três anos é uma ferramenta de transformação da realidade socioeconômica das aldeias munduruku, com os recursos sendo aplicados na aquisição de equipamentos e reestruturação de sistemas, como casas-de-farinha.
“O Fomento Rural chegou para somar a uma presença histórica da Emater com os povos indígenas do município: as atividades são criação de galinha de granja nas aldeias, produção de farinha, plantio de guaraná, plantio de café. Essa produção é vendida no município e também no PAA [Programa de Aquisição de Alimentos] e Pnae [Programa Nacional de Alimentação Escolar], com a colaboração da Prefeitura”, aponta o chefe do Escritório Local da Emater, Raimundo Delival Batista, técnico em Agropecuária.
Texto: Aline Miranda (Emater)
