“A Vida é um Show” celebra dez anos do Projeto de Dança Inclusiva com emoção e diversidade no Teatro Margarida Schivasappa
Produzido pelo Núcleo de Oficinas Curro Velho, o espetáculo reuniu 30 artistas com e sem deficiência em uma noite marcada por magia e representatividade
O Teatro Margarida Schivasappa, em Belém, foi palco, na noite da última quarta-feira, 3, do espetáculo “A Vida é um Show: dez anos de dança e diversidade”, que celebra uma década do projeto de Dança Inclusiva do Curro Velho, da Fundação Cultural do Pará (FCP). Com 30 artistas em cena, a montagem reafirmou o compromisso do projeto em mostrar que a dança é um espaço democrático, acolhedor e aberto a todos os corpos. Criado em 2015, o projeto de Dança Inclusiva do Curro Velho completou dez anos mantendo vivo seu propósito central: garantir que todos, pessoas típicas e atípicas, encontrem na arte um espaço de expressão, aprendizado e pertencimento.
A diretora geral do espetáculo, Jennifer Soares, destacou a importância da proposta para a inclusão e a democratização da dança. “Trabalhar com a inclusão, com a dança na perspectiva de inclusão, é muito rico porque a gente trabalha com possibilidades e com um propósito que é mostrar que a dança é para todos. Trabalhar os corpos diversos, mostrar que a dança tem o seu espaço democrático e acolhe todo mundo. Então os 10 anos reforçam a importância de fazer arte para todos”, afirmou.
A montagem apresentada ao público foi resultado de dois meses de ensaios realizados no Curro Velho, reunindo artistas que participam do projeto anualmente. Segundo Jennifer, a escolha pelo tema do circo trouxe ainda mais encantamento à obra. “Neste espetáculo a gente trabalha com a magia. O objetivo de trazer o circo era mostrar esse lado encantado, o mundo em que a gente sonha, que é um mundo de possibilidades e de encantos que acolhe todo mundo sem preconceitos”, completou.
O coordenador de Iniciação Artística da FCP, Jorge Cunha, relembrou o início da iniciativa e ressaltou a evolução do projeto ao longo dos anos. "O projeto de dança inclusiva surgiu em 2015 para atender a Lei Brasileira de Inclusão. Começou na Casa das Artes, que era o espaço com melhor acessibilidade. Iniciou com uma turma de pessoas com e sem deficiência e, a cada semestre, a gente culmina em um espetáculo. Este ano comemoramos dez anos da existência do projeto”, explicou.
Entre os bailarinos que emocionaram o público está Aline Rosa, pedagoga, cadeirante e integrante da Companhia de Dança “Do Nosso Jeito”. Ela destacou a força transformadora que a dança tem para pessoas com deficiência. “A nossa maior missão é transformar a vida das pessoas através da dança, principalmente das pessoas com deficiência. É sobre elas se reconhecerem na sociedade, poderem realizar seus sonhos. Para a maioria daqui, estar dançando no teatro é um sonho: o sonho de ser reconhecido como bailarino e promover a dança para todos os corpos, para toda essa diversidade que a gente tem”, afirmou.
O espetáculo também emocionou familiares e convidados. A dona de casa Rosângela Prado, 61 anos, assistiu com orgulho à apresentação da neta. “Foi maravilhoso, gostei muito de todas as apresentações, foi fantástico. Minha neta já faz parte da companhia há três anos”, contou emocionada.
Ao final da noite, o público celebrou não apenas uma década de história, mas também um futuro cada vez mais inclusivo e representativo para a dança no Pará, um show onde todos têm espaço para brilhar.
Texto: Matheus Maciel/Ascom FCP
