ZPE de Barcarena projeta novo ciclo industrial para o Estado e reposiciona o Pará na economia nacional
Com base técnica consolidada e adesão do setor produtivo, iniciativa impulsiona transformação mineral e amplia protagonismo do Pará na agenda de exportação e inovação
O Governo do Pará apresentou, nesta quarta-feira (10), a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Barcarena como uma plataforma estratégica para impulsionar a industrialização, agregar valor à produção mineral e inserir o Estado em uma nova agenda econômica nacional. A cerimônia, realizada no auditório Albano Franco, reuniu mais de 160 participantes, entre empresários, representantes do setor financeiro, gestores portuários, parlamentares, escritórios de advocacia e instituições públicas, demonstrando o amplo interesse institucional e produtivo no projeto.
O evento foi organizado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) e pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Prefeitura de Barcarena e a empresa Bravo Metals. Com forte presença técnica e institucional, o lançamento marca o reposicionamento do Pará como polo industrial e exportador.
Lideranças destacam mudança de paradigma na economia paraense
Durante a cerimônia, três lideranças concentraram a mensagem institucional do Governo e do setor produtivo. O presidente da Codec, Lutfala Bitar, afirmou que a ZPE representa uma mudança estrutural na economia estadual.
"O Pará não pode continuar exportando riqueza bruta enquanto outros produzem tecnologia com a nossa produção. Estamos inaugurando um ciclo em que a geração de valor, a inovação e o emprego passam a acontecer aqui. A ZPE é o instrumento que reposiciona o Pará na economia industrial brasileira", disse.
O secretário da Sedeme, Paulo Bengtson, lembrou que a ideia da ZPE começou a ser debatida em 1988 e agora se materializa com governança e estrutura. “O que era tratado como algo distante se torna realidade com governança estruturada, empresa âncora definida e capacidade real de operação. O Pará é hoje o Estado que mais gerou empregos formais no país. A ZPE nasce dentro desse ambiente de crescimento consistente”, destacou.
Representando o setor produtivo, o presidente da Fiepa, Alex Carvalho, reforçou a importância da industrialização como motor de desenvolvimento. “O Estado produz riqueza, mas precisa transformá-la. O setor produtivo está alinhado, preparado e comprometido. A ZPE abre uma janela de competitividade que reposiciona o Pará entre os grandes centros industriais do país.”
Estrutura, governança e vantagens competitivas
A primeira apresentação técnica foi conduzida por Fabio Pucci, secretário-executivo do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE). Ele ressaltou que a ZPE de Barcarena se destaca por funcionar como zona primária alfandegada, o que reduz custos operacionais e amplia a previsibilidade para investidores. “A política de ZPE exige contrapartidas e entrega resultados. Barcarena está preparada para isso”, afirmou.
Na sequência, Pádua Rodrigues, diretor de Relações Estratégicas da Codec, apresentou as bases estruturantes da ZPE, resultado de uma reconstrução completa do projeto. Com governança moderna, empresa administradora formalizada, licenciamento ambiental em andamento e R$ 1,5 milhão já assegurados para as primeiras ações, a expectativa é que Barcarena se consolide como o maior eixo de processamento industrial do Norte do Brasil. Ele também destacou o potencial da área em operar como porto seco, o que amplia a eficiência logística.
Bravo Metals aposta na verticalização e transformação mineral
Encerrando a programação técnica, o CEO da Bravo Metals, Luis Azevedo, apresentou o Projeto Luanga, voltado à produção de metais estratégicos como paládio, platina, ródio, ouro e níquel. O plano industrial prevê a geração de mais de 500 empregos durante a fase de implantação e cerca de 400 postos diretos na operação, com mais de 75% de conteúdo local.
“A Bravo não veio extrair. Veio transformar. A verticalização é um compromisso econômico e estratégico. E Barcarena reúne os elementos necessários para isso: logística, energia, mão de obra e um ambiente institucional sólido”, afirmou Azevedo. Segundo ele, os metais produzidos atenderão cadeias industriais globais relacionadas à transição energética, mobilidade e tecnologia.
ZPE fortalece transição econômica e industrialização sustentável
Com apoio federal, estrutura consolidada, logística estratégica e adesão do setor produtivo, a ZPE de Barcarena marca o início de uma nova etapa da industrialização paraense. O Estado dá um passo decisivo em direção a uma economia baseada na agregação de valor, inovação tecnológica, sustentabilidade e geração de empregos qualificados.
Mais que um marco administrativo, a ZPE representa a consolidação de uma política de Estado voltada à transformação da matriz produtiva e ao reposicionamento do Pará no cenário nacional e internacional da indústria e do comércio exterior.
