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Pará implanta novo teste para prevenir o câncer do colo do útero

Exame de DNA do HPV identifica o vírus com mais precisão e ajuda a detectar riscos antes que apareçam lesões

Por Bianca Botelho (SESPA)
11/12/2025 08h50
Na Ilha do Combu, em Belém, Sespa dá início a nova estratégia para a prevenção do câncer do colo do útero

O Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública, iniciou, na terça-feira (9) a implantação do teste de DNA-HPV, na Ilha do Combu e no Distrito D’Água, em Belém, além das regiões do Marajó I e II. A iniciativa marca uma nova estratégia para fortalecer a prevenção do câncer do colo do útero, alinhada às orientações nacionais e internacionais da linha do cuidado. O protocolo apresentado em Belém já é referência técnica e operacional para outros municípios.

O teste, que identifica com precisão o DNA do Papiloma Vírus Humano (HPV), utiliza tecnologia que amplia a detecção de lesões de baixo grau e de casos mais graves, como carcinomas invasores. Entre as principais vantagens em relação ao exame citológico tradicional estão o tempo reduzido de coleta, menor custo para o sistema de saúde e a possibilidade de auto-coleta quando a mulher não tem acesso ao preventivo de forma regular.

Para secretária de saúde do Estado (Sespa), Ivete Vaz, “Com o teste de DNA-HPV, damos um passo importante na prevenção do câncer do colo do útero no Pará. É um exame mais preciso, de fácil acesso e que fortalece o diagnóstico precoce. Nosso compromisso é ampliar essa estratégia para que mais mulheres sejam protegidas e tenham cuidado de qualidade perto de casa.”  

Nesta fase de implementação, o exame é destinado a mulheres entre 30 e 49 anos que não realizam o PCCU há mais de três anos ou que nunca fizeram o exame. O atendimento ocorre por demanda espontânea nas Unidades de Saúde ou mediante agendamento com o agente comunitário de saúde (ACS). Em Belém, seis unidades já estão habilitadas: UMS Guamá, UMS Condor, UMS Terra Firme, UMS Cremação, UBS Combu e UMS Jurunas.

Preparo para o exame - Para realizar o teste, é necessário que a mulher não esteja menstruada, não tenha tido relação sexual nas últimas 48 horas e não tenha usado cremes ou outros produtos vaginais. A higiene íntima diária está liberada.

O rastreamento, o tratamento das lesões iniciais e a vacinação contra os tipos de HPV de maior risco seguem sendo as principais estratégias para prevenir o câncer do colo do útero. A coordenadora estadual de Atenção Oncológica, Patrícia Martins, destaca o impacto da nova tecnologia na linha do cuidado, reforçando que o exame só precisa ser repetido a cada cinco anos, o que facilita o acesso das mulheres e reduz custos para o sistema público. Ela explica ainda que os resultados serão analisados pelo Instituto Evandro Chagas, fortalecendo a detecção precoce e a prevenção do câncer de colo uterino no estado.

Treinamento para os municípios - Nesta quarta-feira (10), foi realizado, no próprio Instituto Evandro Chagas, um treinamento direcionado aos municípios que utilizam o sistema GAL. O encontro apresentou o fluxo de realização do teste, garantindo que as equipes estejam preparadas para as etapas de coleta, envio e análise dos exames durante a expansão da estratégia no estado.

Metas de implementação - No Pará, a meta é alcançar cerca de 3 mil coletas mensais, com previsão de realizar 35.551 exames até janeiro de /2027. A ação integra o programa Agora Tem Especialistas, desenvolvido em parceria entre o Ministério da Saúde, o Governo do Pará e a Prefeitura de Belém.

Estratégia global - A implementação dos testes moleculares também segue a proposta da Organização Mundial da Saúde para acelerar a eliminação do câncer do colo do útero como problema de saúde pública. Entre as metas internacionais estão: 70% das mulheres testadas aos 35 e 45 anos com métodos de alta performance; 90% das mulheres com lesões precursoras ou câncer em tratamento; e 90% das meninas vacinadas contra HPV até os 15 anos, com horizonte de cumprimento até 2030.

A Secretaria de Estado de Saúde reforça seu compromisso no enfrentamento ao HPV e na eliminação do câncer cérvico-uterino, com ações e serviços que ampliam o acesso à prevenção e contribuem diretamente para salvar vidas, como a implantação do teste de DNA-HPV, que aumenta a capacidade de detecção precoce de forma mais eficaz e segura. 

Texto de Mariela Oliveira / Ascom Sespa