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Turismo de Base Comunitária fortalece desenvolvimento sustentável em Caxiuanã

Modelo impulsiona organização social, geração de renda e conservação ambiental na Flona de Caxiuanã, envolvendo comunidades ribeirinhas de Melgaço e Portel

Por Israel Pegado (SETUR)
11/12/2025 12h17

A região da Floresta Nacional de Caxiuanã, entre os municípios de Melgaço e Portel, no Marajó, recebeu entre os dias 4 e 9 de dezembro uma oficina de Turismo de Base Comunitária (TBC) promovida pela Secretaria de Turismo do Pará (Setur). A atividade reuniu moradores das comunidades de Caxiuanã, Laranjal, São Tomé e Glória, marcando um importante passo para estruturar o turismo sustentável no território.

Ao longo da programação, foram debatidos conceitos fundamentais do TBC, identificação do potencial turístico local, desafios da região e formas de organização comunitária. Os participantes também mapearam atrativos naturais e culturais que podem ser trabalhados de maneira ambientalmente responsável, como trilhas, igarapés, áreas de observação de aves, ambientes adequados para vivências científicas e elementos da cultura ribeirinha. A oficina incluiu ainda discussões sobre logística, acesso, oportunidades de geração de renda, integração do turismo com a bioeconomia e conservação da biodiversidade, além da construção de um plano inicial de ação para orientar os próximos passos das comunidades interessadas.

Com forte presença de floresta preservada, abundância de fauna e flora, rios de águas claras e práticas tradicionais como pesca e extrativismo, Caxiuanã desponta como um território de grande potencial para o Turismo de Base Comunitária. A proximidade da Estação Científica Ferreira Penna também amplia as possibilidades de turismo voltado para pesquisa, educação ambiental e vivências científicas — elementos que se integram de forma natural às experiências ofertadas pelas comunidades.

O fortalecimento do TBC tem capacidade de gerar impactos diretos na economia e no cotidiano local, ampliando oportunidades de trabalho e renda, valorizando saberes ancestrais e estimulando a organização comunitária. Ao assegurar que os benefícios do turismo permaneçam no território, o modelo contribui para reduzir o êxodo rural, promover a justiça social e consolidar um desenvolvimento verdadeiramente sustentável, com protagonismo das populações tradicionais.

De acordo com a Política Nacional de Turismo de Base Comunitária, essa forma de gestão promove um turismo solidário, responsável e centrado na participação local. No Pará, o TBC está presente em territórios ribeirinhos e comunidades tradicionais que mantêm modos de vida próprios, conhecimentos transmitidos pela tradição e relação direta com os recursos naturais para sua reprodução cultural, social e econômica. Com a Política Estadual de TBC (Lei nº 9.773/22), a Setur estrutura um modelo de desenvolvimento que integra bioeconomia, inclusão social, proteção ambiental e valorização das cadeias produtivas locais.

Para o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa, o avanço do TBC representa uma transformação concreta na forma de pensar o desenvolvimento no interior do Estado. “Quando a comunidade lidera o processo, o turismo deixa de ser apenas uma atividade econômica e passa a ser uma ferramenta de fortalecimento territorial. Em Caxiuanã, estamos vendo o turismo nascer das próprias pessoas, com respeito à floresta, à cultura e ao modo de vida. É assim que construímos um Pará mais inclusivo, sustentável e com oportunidades reais para quem vive nessas regiões”, afirmou.

A oficina encerrou mais um ciclo de ações da Setur voltadas à qualificação, organização e planejamento turístico em territórios comunitários. "Em Caxiuanã, o trabalho reforçou que o turismo, quando conduzido com responsabilidade e protagonismo local, torna-se uma importante via para promover conservação ambiental, geração de renda e valorização cultural para o futuro sustentável da Amazônia", explica Eduardo Costa.

A ação de Turismo de Base Comunitária (TBC) realizada dentro da Floresta Nacional de Caxiuanã — Unidade de Conservação Federal gerida pelo ICMBio — foi fruto de uma iniciativa conjunta entre o ICMBio e o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), contando também com o apoio da Setur na construção da oficina. As três instituições atuaram de forma articulada desde a concepção até a execução da atividade, com planejamento compartilhado da logística e definição das estruturas necessárias para garantir a realização da oficina.

"Essa iniciativa fortalece o compromisso interinstitucional em desenvolver e consolidar práticas de Turismo de Base Comunitária na região, promovendo o desenvolvimento sustentável, incentivando a gestão participativa e valorizando o protagonismo das comunidades tradicionais que vivem no território", conclui o técnico em TBC da Setur, Caio Vasconcellos.