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Seminário promove intercâmbio sobre Indicação Geográfica de países da Pan-Amazônia

Em Belém, Sigema apresentou aos participantes as papas nativas de Ayacucho, que está entre as 13 IGs reconhecidas pelas origens e saberes dos povos tradicionais do Peru

Por Rose Barbosa (SEDAP)
12/12/2025 21h13
Batatas nativas do Peru foram destaque no espaço destinado a produtos de IG

Consideradas um dos maiores tesouros do Peru, país que integra a Pan-Amazônia, as papas nativas de Ayacucho (batatas nativas peruanas) estão entre os produtos já reconhecidos mundialmente com a Indicação Geográfica(IG) e Marcas Coletivas (MC). Durante o III Seminário Internacional de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas (III Sigema), encerrado no final da tarde desta sexta-feira (12), os visitantes que passaram pelo Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, instalado no Porto Futuro, em Belém, nos dois últimos dias, degustaram um dos mais tradicionais produtos do país andino.

O Peru foi um dos países representados na programação, coordenada pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Edilberto Tenório, fundador e presidente da sede das Papas Nativas de Ayacucho, uma das 13 IGs registradas no país, ressaltou a importância do Sigema e do intercâmbio entre Brasil e países da Pan-Amazônia para fortalecer o reconhecimento de novos produtos como IG.

Edilberto Tenório, representante da IG das papas nativas peruanas, achou importante a troca de informações com produtores locais

“Somos um continente com muita riqueza milenar, mas enfrentamos muitas dificuldades, principalmente a pobreza. Temos muitos potenciais produtos que podem ser reconhecidos internacionalmente”, disse Edilberto Tenório, informando que o Peru é considerado o centro produtor mundial de batatas.

“São mais de 3 mil variedades de papas diferentes. Excepcionais em sabor, formas e texturas”, explicou o empreendedor. Ele disse que as batatas estão intrinsecamente ligadas à antiguidade. Os ancestrais costumavam cuidar dos produtos nativos de maneira diferente, por isso conseguiram cultivar diferentes espécies. “Continuamos produzindo e cuidando, mesmo com dificuldades e diferenças no clima, entre o frio e o calor”, acrescentou Edilberto.

Produtos com trançados de Arapiuns, de Santarém, foram expostos no evento

Experiências e saberes - A participação de representantes de Indicações Geográficas de outros países no Sigema, reforçou a coordenadora do evento, Márcia Tagore, teve como finalidade apresentar experiências que traduzam efetivamente o conceito de uma IG, como as papas nativas de Ayacucho. “O representante dessa IG contou toda a história  de como começaram, das tradições culturais da famílias, como reuniu não só vários produtos em torno de uma marca coletiva, mas que posteriormente foi conquistando o reconhecimento de uma IG. O produto que ele nos apresenta é de uma qualidade linda, gostosa e muito bem trabalhada. Ele nos trouxe essa questão de processo, de reunião, de agregar às informações a construção de uma embalagem que atendesse ao consumidor, mas principalmente como foram consolidando o espaço local com outros produtores de batatas. Isso é muito importante”, afirmou a coordenadora.

Tradicional farinha de Bragança foi aprovada pelos participantes de outros estados e países

O III Sigema contou também com a participação da especialista Adriana Yannez, representado a IG Te Argentino. Em uma apresentação virtual, ela destacou a importância de ter em eventos a oportunidade de demonstrar esse potencial a outros países, de divulgar o significado do processo de Marcas Coletivas e Indicação Geográfica.

Segundo Márcia Tagore, “é um processo que demora, é trabalhoso, como ela (Adriana Yannez) demonstrou em sua fala, mas que precisa da capacitação, e ter um cuidado especial nesse tratamento porque são produtos que demonstram para a sociedade a qualidade e a história de um produto”. O evento reuniu, ainda, representantes do Paraguai.

Durante os dois dias, engenheiras agrônomas, especialistas, produtores e empreendedores de produtos IGs e Marcas Coletivas se reuniram em palestras e painéis, realizados na arena e no miniauditório do Parque da Bioeconomia, e também trocaram experiências e participaram de degustações de tradicionais.