Semas realiza reunião do COGES-Clima com foco na estruturação da governança climática estadual
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Clima e Sustentabilidade (Semas) realizou, nesta terça-feira (16), a 11ª Reunião Ordinária do Comitê Gestor do Sistema Estadual sobre Mudanças Climáticas (COGES-Clima), em Belém. O encontro reuniu representantes do poder público, instituições de pesquisa, movimentos sociais, setor produtivo e organizações da sociedade civil para avaliar os avanços da política climática estadual em 2025 e definir prioridades para 2026.
Realizada no Centro de Treinamento e Formação Ambiental da Semas, a reunião teve como foco central o balanço das ações desenvolvidas ao longo do ano e o planejamento estratégico para o próximo ciclo, com destaque para a atualização da estrutura de governança climática da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas (PEMC), instituída há cinco anos. A proposta busca aprimorar a atuação dos colegiados, fortalecer os mecanismos de participação e ajustar a governança às demandas atuais da agenda climática do Pará.
A secretária adjunta de Gestão de Águas e Clima da Semas, Renata Nobre, destacou o amadurecimento da política climática estadual ao longo desse período.
“Este encontro nos permite planejar os próximos passos, após cinco anos de implementação, da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas. A atualização da governança da PEMC é um avanço necessário para incorporar aprendizados, fortalecer os colegiados e ampliar a capacidade do Estado de responder aos desafios climáticos de forma integrada e participativa”, afirmou.
Durante a programação, a Semas também apresentou o Relatório Anual de Execução do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), com os principais resultados alcançados. Em 2025, as ações do PlanBio mobilizaram cerca de R$ 900 milhões em investimentos, apoiaram aproximadamente 2.800 negócios e beneficiaram mais de 400 mil pessoas em diferentes regiões do Estado, consolidando a bioeconomia como eixo estratégico para o desenvolvimento sustentável do Pará. A agenda inclui ainda a entrega do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, voltado ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis e à promoção da inovação baseada na sociobiodiversidade, ciência e valorização dos saberes tradicionais.
Segundo a secretária adjunta de Bioeconomia da Semas, Camille Bemerguy, os resultados reforçam a integração entre bioeconomia e política climática. “Os resultados do PlanBio mostram que a bioeconomia é parte central da estratégia climática do Pará. Avançamos na consolidação de ações que conectam conservação ambiental, geração de renda e valorização dos povos e comunidades tradicionais, fortalecendo uma agenda de desenvolvimento alinhada à floresta viva”, destacou.
A reunião reafirmou o papel do COGES-Clima como espaço permanente de articulação interinstitucional e participação social.
Erika Monteiro, representante da Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungo), ressaltou a importância da participação das populações tradicionais na construção da política climática estadual. “Essa reunião faz um balanço dos avanços e desafios da governança desse espaço tão importante de decisão. Para o movimento quilombola, estar no COGES-Clima é fundamental, porque entendemos que somos parte dos maiores defensores da questão climática e ambiental”, afirmou.
Ela também destacou que o espaço contribui para que as comunidades se sintam parte do processo de formulação das políticas públicas. “Estar nesses espaços nos permite propor, avaliar estratégias e nos sentir parte desse processo. As comunidades tradicionais estão entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas, e é essencial que suas vozes sejam ouvidas para que essa política funcione”, completou.
Além da avaliação de 2025, a reunião avançou na definição de prioridades para 2026, incluindo o fortalecimento das câmaras técnicas, a integração entre os colegiados do sistema estadual de governança climática, a construção do Sistema Jurisdicional de REDD+ do Pará e o aprofundamento da articulação entre clima, bioeconomia, regularização fundiária, ordenamento territorial e políticas sociais.
