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ENSINO E SAÚDE

Pesquisa Clínica consolida o Hospital Ophir Loyola como polo de ciência, inovação e acesso no SUS

Com pesquisas clínicas inéditas na região Norte, hospital amplia acesso a tratamentos modernos e se posiciona como referência científica nacional

Por Brenna Godot (HOL)
19/12/2025 12h36

A implantação do Serviço de Pesquisa Clínica do Hospital Ophir Loyola (HOL), em maio de 2025, representa um divisor de águas na história da instituição e da oncologia na região Norte. Mais do que a criação de um novo setor, o movimento marca uma decisão estratégica que reafirma a missão do hospital de oferecer cuidado oncológico de excelência, fundamentado em ciência, inovação e equidade no SUS.

Coordenadora da pesquisa clínica, Dra. Danielle Feio

Segundo a coordenadora do Serviço de Pesquisa Clínica, Dra. Danielle Feio, o momento era necessário e inadiável. “A oncologia moderna exige evidência científica, precisão diagnóstica e acesso a terapias inovadoras. Permanecer apenas como consumidor de conhecimento já não era suficiente. O Hospital Ophir Loyola precisava e merecia ocupar o lugar de produtor de ciência.”

Com grande volume assistencial, alta complexidade clínica, equipes qualificadas e uma população com perfil epidemiológico próprio da Amazônia, o HOL reúne condições únicas para transformar a prática assistencial em produção científica relevante.

Produção de ciência no Norte do Brasil

Com a estruturação do Serviço de Pesquisa Clínica, o Ophir Loyola consolida-se como referência científica na Região Norte, inserindo a realidade amazônica nos grandes debates da oncologia contemporânea. Produzir ciência local significa gerar dados próprios, responder perguntas relevantes para a população da região e contribuir ativamente para o avanço do conhecimento médico nacional e internacional.

“Transformar essa realidade em dados, estudos e inovação não é opção. É responsabilidade institucional”, reforça a Dra. Danielle.

O hospital deixa de ser apenas campo de aplicação de protocolos externos e passa a ser coparticipante da construção das evidências que moldam o futuro do tratamento oncológico.

Integração a redes de excelência nacional

Diretor-geral do Hospital Ophir Loyola, Dr. Heraldo Pedreira

Atualmente, o HOL integra redes de pesquisa clínica ao lado de instituições de referência como o Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e grupos cooperativos como o Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG).

Para o diretor-geral do hospital, Dr. Heraldo Pedreira, essa inserção representa um avanço institucional histórico. “Significa colocar o Hospital Ophir Loyola no mesmo nível dos grandes centros de referência do país, garantindo acesso a conhecimento, tecnologia e inovação que se traduzem em melhor assistência aos nossos pacientes e fortalecimento do SUS no Pará.”

Estar nesse ecossistema é sinônimo de reconhecimento técnico, credibilidade científica e maturidade institucional, além de comprovar que o hospital atende aos mais altos padrões de ética, qualidade e governança em pesquisa clínica.

Pesquisa, ensino e a força da Amazônia

Diretor de Ensino e Pesquisa do HOL, Erick Pedreira

Para o diretor de Ensino e Pesquisa, Dr. Erick Pedreira, a entrada do HOL no circuito nacional de pesquisa clínica representa um verdadeiro salto histórico.

O hospital atende cerca de 16 mil pacientes por mês, sendo aproximadamente 80% oncológicos, e possui uma forte vocação para o ensino e a pesquisa. A alta prevalência de determinados tipos de câncer na região como estômago, pênis e colo do útero, torna o cenário amazônico especialmente relevante para estudos clínicos.

“A pesquisa está diretamente ligada ao ensino. Ela fortalece a formação de residentes e alunos, promove troca de conhecimento, gera publicações científicas e valoriza a produção local”, destaca o diretor.

Com o apoio do Laboratório de Biologia Molecular (LabMol), o objetivo é impulsionar a pesquisa clínica no hospital, elevando a qualidade do ensino e da produção científica a médio e longo prazo.

Impacto direto para os pacientes do SUS

As parcerias firmadas pelo HOL se traduzem em benefícios concretos para os pacientes. Atualmente, o hospital conduz estudos clínicos com foco em:

                •             Imunoterapia

                •             Terapias-alvo

                •             Drogas anticorpo–conjugadas

                •             Testes genéticos e biomarcadores

                •             Ferramentas baseadas em Inteligência Artificial

Na prática, isso significa acesso a tratamentos de última geração, com rigor científico, segurança e acompanhamento estruturado, algo que historicamente ficava restrito a grandes centros do eixo Sul-Sudeste ou à saúde suplementar.

Precisão diagnóstica e terapêutica: o que muda na vida do paciente

Para os pacientes, a pesquisa clínica representa uma mudança concreta no cuidado oncológico:

                •             Diagnósticos mais precisos

                •             Tratamentos definidos a partir do perfil molecular do tumor

                •             Menor toxicidade desnecessária

                •             Maior chance de resposta terapêutica e sobrevida

                •             Decisões personalizadas, não padronizadas

É a transição do “tratamento para todos” para o tratamento certo, para a pessoa certa, no momento certo dentro do SUS.

A experiência de quem vive a pesquisa

Participante da pesquisa do Oncogenoma Brasil. Maria do Socorro

A paciente Maria do Socorro Balieiro, de 33 anos, diagnosticada com câncer de mama e participante da pesquisa do Oncogenoma Brasil, relata a importância do acesso gratuito a exames genéticos avançados.

“Achei muito bom. Graças a Deus a medicina está evoluindo bastante e ajudando pessoas que não têm condições de fazer esse exame particular.”

Ela conta que o diagnóstico inicial causou medo, mas foi superado pela fé e pelo acolhimento recebido. “Quando soube, fiquei muito assustada, por ser um fator agressivo. Mas a minha fé em Deus foi maior.”

Sobre o acompanhamento no hospital, Maria do Socorro destaca o cuidado humano da equipe. “A equipe de pesquisa do Hospital Ophir Loyola foi muito atenciosa e carinhosa comigo desde o começo.”

E finaliza com um sentimento de esperança e contribuição coletiva: “Fico muito feliz, pois sei que vou ajudar muitas pessoas no futuro.”

Próximos passos: crescimento com qualidade e ética

As próximas etapas do Serviço de Pesquisa Clínica incluem:

                •             Expansão do número de protocolos ativos

                •             Ampliação das áreas terapêuticas

                •             Fortalecimento da infraestrutura

                •             Capacitação contínua das equipes

                •             Consolidação do HOL como centro formador e multiplicador de conhecimento

Conclusão - O Serviço de Pesquisa Clínica posiciona o Hospital Ophir Loyola como protagonista científico, referência em inovação e exemplo de que é possível fazer pesquisa de alto nível, com impacto real, dentro do SUS e na Amazônia.

O HOL avança para onde sempre deveria estar: na linha de frente da ciência e do cuidado oncológico no Brasil.