Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
SAÚDE

Profissionais de saúde discutem rumos da prevenção ao câncer no Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/03/2015 15h35

Até esta quinta-feira, 12, profissionais de saúde estarão reunidos no hotel Beira Rio, em Belém, para discutir aspectos associados à prevenção e ao tratamento de câncer durante o 2º Encontro Amazônico de Prevenção ao Câncer do Pará, aberto nesta terça-feira, 10. A programação reúne palestras, painéis, mesas redondas e explanações em relação à segunda maior causa de mortes no Pará e também no Brasil - sendo responsável por mais de 10% dos óbitos -, atrás apenas de doenças cardiovasculares como Acidente Vascular Cerebral e infarto, decorrentes, entre outras causas, da hipertensão.

Durante a abertura do evento, a secretária de Estado de Saúde, Heloisa Guimarães, deixou claro que não há outra saída para frear a disseminação do câncer que não seja a progressiva adesão por uma vida mais saudável. Por outro lado, disse ela, cabe ao profissional de saúde, sobretudo ao da Atenção Básica, estimular a população na luta pelo controle e prevenção, esclarecendo com mais precisão sobre os fatores de risco que facilitam a prevalência do câncer, como o tabaco, alimentação inadequada e o abuso do álcool e outras drogas.

O envelhecimento da população, a maior expectativa de vida e o maior número de diagnósticos tardios são ainda considerados um desafio para a maioria dos oncologistas, como mostra um dos mais recentes relatórios do Instituto Nacional do Câncer (INCA), destacando ainda que 30% dos casos da doença estão relacionados à alimentação inadequada e outros 30%, ao tabagismo. O tratamento do câncer, de uma forma geral, é determinado de acordo com o estágio da doença. “Quanto mais cedo a patologia for diagnosticada, menores serão os danos à saúde e maiores as chances de cura, por isso é necessário realizar os exames de rotina e complementares”, aconselha a coordenadora estadual de Atenção Oncológica, Patrícia Martins, em sua palestra motivacional que também deu início ao evento.

Uma das primeiras conferencistas do Encontro, a enfermeira Rejane Soares, do Ministério da Saúde (MS), sugere que o fortalecimento e a qualificação progressiva da rede de atenção básica pode auxiliar na detecção da doença no menor tempo possível, condição essencial ao processo de cura. Ainda segundo ela, é necessário atentar também para as ações da Atenção Primária, o diagnóstico em tempo oportuno, a aquisição de hábitos saudáveis, a capacidade para o autocuidado, a notificação correta e a avaliação dos indicadores.

Outro participante do evento, o coordenador da Rede Paraense de Controle ao Câncer, Antenor Madeira, afirma que só o consumo de cigarro está relacionado a mais de 50 doenças, dentre as quais o câncer de pulmão. “Os fumantes, comparados aos não fumantes, apresentam cinco vezes mais chances de sofrer infarto, cinco vezes mais de sofrer bronquite crônica e enfisema pulmonar e duas vezes de sofrer derrame cerebral”, afirma, ao ressaltar ainda que o hábito de fumar está bem menor se comparado há dez anos, mas que o evento servirá para elaborar novas estratégias para convencer velhos fumantes a deixar o vício e evitar com que os jovens sejam influenciados a procurarem o tabaco.

Rede de atendimento

Atualmente, o Pará dispõe de três instituições que atendem a pacientes com câncer: Hospital Ophir Loyola, Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Universitário João de Barros Barreto e o Hospital Regional do Baixo Amazonas. Mas estão em fase de implantação a Unacon do Hospital Regional de Tucuruí e o Hospital Oncológico Infantil, que juntamente com as unidades existentes tem condições de atender à demanda nas 13 Regiões de Saúde do Estado, conforme previsto no Plano Estadual de Atenção Oncológica. 

O objetivo do governo do Estado é descentralizar e fortalecer cada vez mais os serviços de alta complexidade, como fez no oeste do Estado, onde o Hospital Regional do Baixo Amazonas atende a pacientes com câncer de toda região, que não precisam mais vir para Belém. Para essa ampliação, no entanto, além de estrutura física e equipamentos, há necessidade de profissionais altamente especializados, como radioterapeutas e médicos físicos, que ainda são poucos no Pará. 

Na área de média complexidade, por meio da Unidade de Referência Especializada Materno Infantil e Adolescente (Uremia), que pertence à Sespa, as mulheres paraenses têm acesso a exames de mamografia, colposcopia, ultrassonografia, biópsia de mama guiada por ultrassom, biópsia de colo de útero, punção de mama e preventivo do câncer de colo de útero (PCCU). Também realiza cirurgias de exérese de mama, que é a retirada de nódulos por procedimento menos invasivo.

Diagnóstico - No dia 30 de dezembro, a Uremia inaugurou o Centro de Qualificação de Ginecologista, que visa a capacitar profissionais ginecologistas que atuam no interior do Estado para a realização dos exames colposcopia, biópsia e o exérese da zona de transformação do colo uterino. A finalidade é fazer o diagnóstico precoce e tratamento das lesões precursoras do câncer do colo do útero.

A Sespa também tem contribuído para agilizar o diagnóstico de câncer de colo de útero por meio do Laboratório Central do Estado (Lacen), que implantou o processo automatizado para realização de exames preventivos do câncer de colo de útero (PPCU), tornando-se o primeiro laboratório público a utilizar esse método de exame. O objetivo é melhorar a qualidade das amostras coletadas e agilizar os resultados dos exames para as mulheres. O equipamento custou R$ 448 mil e foi adquirido com recursos do Projeto QualiSUS financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

O segundo Encontro Amazônico de Prevenção ao Câncer é uma realização do governo estadual, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), Hospital Ophir Loyola (HOL), Associação Voluntariado de Apoio à Oncologia (Avao) e Rede Paraense de Controle do Câncer (RPCC), com apoio do Ministério da Saúde, INCA e Clínica Oncológica.