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CÍRIO 2019

Pacientes do Ophir Loyola recebem bênçãos durante traslado para Ananindeua

Por Leila Cruz (HOL)
11/10/2019 11h58

Minutos com a Rainha da Amazônia são esperados pelos pacientes e seus familiaresIniciou, na manhã desta sexta-feira (11), a primeira romaria – a mais longa com duração de cerca de 10 horas –, de um total de doze oficiais do Círio de Nazaré 2019. Um dos momentos mais emocionantes durante o Traslado da Basílica Santuário para Ananindeua e Marituba é a tradicional parada em frente ao Hospital Ophir Loyola, em Belém. Os minutos com a Rainha da Amazônia são muito esperados pelos pacientes. Eles encontram na fé a força necessária para enfrentar enfermidades complexas, como câncer, e a tão esperada cura.

A programação já é realizada há 15 anos e faz parte do calendário oficial de eventos do hospital. As arquibancadas foram montadas com cinco dias de antecedência e a decoração recebeu as cores do Outubro Rosa e Novembro Azul, campanhas que marcam a luta contra o câncer de mama e de próstata, respectivamente.

A equipe de Guardas da Santa HOL é sempre a primeira a chegar. O grupo é formado por 65 servidores voluntários, com intuito de promover a segurança dos pacientes nesse momento de devoção e inserção à cultura dos paraenses. Um deles é Cláudio Coelho, 51, chefe do departamento de logística. Ele integra a Guarda de Nazaré há 21 anos e também é voluntário da Guarda HOL. “É motivo de muita honra fazer parte das duas guardas, espero ansioso pelo período do Círio. Quando Nossa Senhora passa, o coração estremece”, contou.

Imagem cumpre o traslado da Basílica Santuário para Ananindeua e Marituba, considerado o mais longo das procissõesNas arquibancadas, a expectativa dos pacientes se mistura com a dos moradores do entorno. Todos têm um motivo especial para estar ali: agradecer, pedir, receber ou apenas sentir a presença da Mãe. Tão logo a imagem se aproxima, as mãos se elevam e as lágrimas escorrem pelo rosto. É a recepção de quem é considerada soberana pelos devotos, uma intercessora das causas junto a Deus.

Há um ano, Maria Lucenita, 50, recebeu o difícil diagnóstico de um câncer de mama. Ela precisou retirar uma parte do seio e iniciou a quimioterapia. O tratamento surtiu efeito. Uma das primeiras a chegar, exibia nas mãos um seio de cera que foi apresentado à ‘Virgem’. “Tenho muita fé, tenho certeza que nossa Senhora de Nazaré vai me curar. Maria é nossa mãe, e mãe sempre procura proteger e dar o melhor pelos filhos”, acredita.

Assim como Maria, Douglas Beltrão, 40, é muito devoto. Quem o vê não imagina que passou por 20 cirurgias durante o tratamento contra um linfoma não-Hodgkin, tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. Ao ver a imagem peregrina, sentiu um misto de emoção e gratidão pela graça alcançada: está curado há 12 anos. “A doença só fez aumentar a minha fé, tive tuberculose durante o tratamento, mas não desanimei. Sabia que ia ser curado”, relatou.

As crianças do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo e familiares também tiveram um espaço reservado. A pequena Isadora Cristina, 8, tem motivo especial para agradecer. Ela foi diagnosticada há 30 dias com um tumor no cérebro e foi desenganada pelos médicos, então sua madrinha e mãe fizeram uma promessa.

“Em uma noite, os especialistas disseram que não poderiam fazer mais nada por ela, não era mais possível fazer cirurgia, nem quimioterapia ou radioterapia. Mas depois do batismo, no final da noite, uma comissão médica resolveu estudar o caso. Na mesma hora, eu estava de joelho rezando o rosário para Nossa Senhora de Nazaré, para que passasse à frente. No dia seguinte, informaram que ela seria submetida à radioterapia e agora está de alta. Só tenho a agradecer, não é à toa que é a mãe de Cristo’, disse Milene Lima.

As homenagens foram conduzidas pelo cantor Júlio César e Ministério Seráfico. Hinos marianos foram entoados e a benção soou como um conforto. Ver não é suficiente, alguns precisam tocar. “Todo ano, o momento da parada aqui na frente é muito emocionante, o fator espiritualidade é de grande relevância para recuperação do paciente, especialmente como os nossos que lutam contra o câncer”, ressalta a chefe da divisão de eventos socioculturais do hospital, Sildete Cruz.