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SAÚDE PÚBLICA

Hospital Regional Público do Marajó adere à prevenção da gravidez na adolescência

No Espaço da Gestante do HRPM, profissionais abordaram aspectos psicológicos, legais, familiares e emocionais da gravidez precoce

Por Governo do Pará (SECOM)
23/02/2024 23h07

O Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), informa que mais de mil adolescentes se tornam mães anualmente no Brasil. A cada hora, aproximadamente 44 bebês nascem de adolescentes, o que ressalta a importância de políticas públicas destinadas à prevenção da gravidez precoce e suas complicações, incluindo impactos psicológicos e sociais.

Nesse contexto, em fevereiro, mês dedicado à prevenção da gravidez na adolescência, o Hospital Regional Público do Marajó (HRPM), em Breves, norte do Pará, intensificou ações de educação em saúde sobre a temática na quinta-feira (22). A iniciativa, realizada no Espaço da Gestante do HRPM, foi organizada pelas profissionais Leydy Teixeira, enfermeira responsável pelo espaço da gestante; Joliane Cruz, psicóloga Clínica, e a assistente social Lorena Pena.

Leydy Teixeira disse que durante a mobilização foram apresentadas, por meio de cartazes e roda de conversa, orientações para a prevenção e alertas sobre os impactos que uma gravidez na adolescência pode ocasionar. “Durante o contato com as usuárias ouvintes, tivemos uma boa aceitação. Esclarecemos dúvidas e trocamos experiências. Entre os tópicos, tiveram destaque as possíveis mudanças psicológicas, a importância do uso do preservativo. Se essa adolescente engravidou, ela está mantendo relações sexuais desprotegida, correndo o risco de contrair uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST). Além disso, foram expostas as dificuldades em lidar com a gravidez, o impacto familiar, questão do abandono, bem como a aceitação dessa gravidez”, detalhou a enfermeira.

Legislação - A ação contou ainda com abordagem sobre os direitos e a proteção da população adolescente, com embasamento no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Foi explicado um pouco sobre as questões de violência sexual, principalmente às menores de 14 anos. Segundo a lei brasileira, jovens grávidas de até 14 anos, mesmo que seja consentida a gestação, é considerada vítima de violência sexual. Mencionamos também a evasão escolar, que pode interferir no futuro dessa gestante e no futuro do bebê”, acrescentou Leydy Teixeira.

Segundo Joliane Cruz, a gravidez na adolescência pode apresentar questões psicológicas, sociais e econômicas, que tem diversos impactos na vida dos jovens, podendo interferir na autoestima, qualidade de vida, relações familiares, interpessoais, afetivas/amorosas e acadêmica. A descoberta da gravidez pode gerar um aumento significativo nos níveis de estresse, irritabilidade, ansiedade e depressão.

A profissional observou que os adolescentes podem se sentir inseguros, sobrecarregados pelas mudanças naturais da fase de desenvolvimento, além das responsabilidades que vêm junto com a gravidez. “Embora esses impactos possam ser significativos, o apoio e suporte familiar, e do genitor da criança, é de suma importância, incluindo apoio emocional, educacional e social, que podem ajudar os adolescentes a enfrentar esses desafios e desenvolver resiliência. A intervenção precoce e o acesso a recursos e serviços de apoio são essenciais para mitigar os impactos psicológicos negativos da gravidez na adolescência”, disse  Joliane Cruz.

Nanda Pinheiro.
Aprovação
- Nanda Pinheiro, 22 anos, usuária do Hospital Regional do Marajó, aprovou a iniciativa, pois acredita que as informações podem contribuir com a comunidade. Ela disse que foi mãe na adolescência, aos 15 anos, e teve dificuldades quanto à aceitação familiar. “Foi uma escolha minha, e eu já estava casada, mas foi difícil a aceitação dos meus pais. Minha mãe foi muito rígida, inicialmente. Meu filho, agora, está com quatro anos, e não foi fácil a gravidez. Tive muita dificuldade no começo. Minha mãe sempre falava para eu me prevenir. Futuramente, eu pretendo tratar desse tema com meus filhos, principalmente se eu tiver uma filha. É bom ser mãe, mas é difícil, porque perdemos muitas oportunidades da vida, como o estudo”, relatou.

A equipe do HRPM promoverá mais uma roda de conversa com a comunidade na próxima quinta-feira (29).

O HRPM é uma unidade de saúde do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Presta assistência de média e alta complexidade para uma população superior a 325 mil habitantes do sudoeste marajoara, que compreende os municípios vinculados ao 8° Centro Regional de Saúde (CRS) - Anajás, Bagre, Breves, Curralinho, Gurupá, Melgaço e Portel.

O Hospital Regional Público do Marajó fica na Avenida Rio Branco, nº 1.266, no centro urbano de Breves. Mais informações podem ser obtidas via telefones: (91) 3783 2140 /3783 2127.

Texto: Pedro Amorim - Ascom/HRPM