Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
AGRICULTURA E PESCA

Sedap repassa 110 mil mudas de bananas mais resistentes às Regiões de Integração 

Produção das bananeiras em laboratório e o repasse aos produtores integram ações estratégicas do Procacau para o desenvolvimento da cadeia produtiva

Por Rose Barbosa (SEDAP)
07/03/2024 11h04

De fundamental importância para o sombreamento do cacaueiro, a cultura da banana no Pará tem recebido uma atenção especial da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Já foram repassados somente neste ano, 110 mil mudas para mais de 70 municípios das diferentes Regiões de Integração do Estado. A secretaria desenvolve, por meio da Gerência de Fruticultura e do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura no Estado do Pará (Procacau), o Projeto de Fomento de Mudas de Bananeiras para fins de Sombreamento e de Renda Complementar às  Lavouras Cacaueiras do Estado. 

O valor total investido no projeto é de R$ 625. 900,00, aprovado pelo Conselho Gestor do Funcacau. As mudas adquiridas pela Sedap são das cultivares Pacovan ken e Pacoua, com resistência às principais doenças da cultura. Elas foram produzidas em laboratório (in vitro).

As bananeiras estão sendo distribuídas aos cacauicultores em pequenas quantidades, para multiplicação. O foco é beneficiar o maior número possível de produtores na implantação de novas áreas no território estadual. Em média, conforme prevê o projeto, cada produtor recebe 200 mudas para multiplicação e plantio em novas áreas.

As mudas são enviadas da sede da secretaria para as regionais da instituição, que se encarregam da entrega aos produtores e às prefeituras municipais. De acordo com as informações apresentadas no projeto, a cultura é amplamente difundida no território paraense sendo cultivada comercialmente em 122 municípios, sendo as mesorregiões do Sudoeste e Sudeste responsáveis por  70%  da  produção  do estado. Nestas regiões, a cultura é plantada principalmente visando o sombreamento provisório do cacacueiro. 

Esta condição, como explicou o gerente de fruticultura da Sedap, engenheiro agrônomo Geraldo Tavares, fez com que vários municípios grandes produtores de cacau também estejam entre os maiores produtores de banana do estado, com destaque para Medicilândia , Altamira Uruará, Pacajá  entre outros. 

Estratégias - O gerente de fruticultura da Sedap, Geraldo Tavares, explicou que esse trabalho de produção de mudas em laboratório e o seu consequente repasse fazem parte das ações estratégicas do  Procacau, que é o responsável na Sedap em gerenciar o Funcacau.

As mudas  foram distribuídas em diversos territórios onde é feito o cultivo do cacau. “A finalidade é fornecer ao produtor de cacau mudas para sombreamento provisório do cacau, ou seja, plantios novos, o governo subsidia a aquisição pelo produtor. Uma muda tem um custo para o governo do Estado de 5,8 reais, o que inclui frete, manipulação, entre outras atividades”, salientou Tavares.

São mudas resistentes a pragas como a Sigatoka negra, que é a principal doença que aflige as Américas e o Brasil, como explicou o gerente de fruticultura. “É por isso que o fomento não é feito para qualquer variedade comercial , temos que optar por plantas  com resistência às principais doenças”, alertou o engenheiro agrônomo.

Também foram abrangidos pelo projeto os municípios trabalhados pelo Programa Territórios Sustentáveis (TS), entre os quais, os que ficam localizados no Baixo Amazonas. “Nós priorizamos os municípios do ‘Territórios Sustentáveis’ que têm a ver com o cacau, praticamente todos os municípios do Baixo Tocantins que estão no programa foram atendidos com o repasse de mudas para multiplicação”, observou Geraldo Tavares.

Agroflorestais - O coordenador do Procacau da Sedap, engenheiro agrônomo, Ivaldo Santana, disse que a recomendação da secretaria aos produtores é que o plantio de cacau ocorra por meio dos Sistemas Agroflorestais (SAFs), pois o cacaueiro não pode ser plantado em pleno sol. São utilizados, como esmiuçou o especialista, vários tipos de sombreamento, sendo que o primeiro é feito pela bananeira.

“A cultura da banana deve ser plantada primeiro no solo e depois que vem a muda de cacau e ela fica um ano meio a dois anos, depois retira a banana e fica o sombreamento definitivo, que pode ser feito com qualquer cultura, inclusive o açaí e essências florestais, mas a banana é da maior importância para o sombreamento provisório do cacau. O Funcacau apóia a aquisição das mudas de bananas como incentivo para a implantação de um sistema harmônico e sustentável”, enfatizou o coordenador do Procacau.