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Governo do Pará realiza ação pioneira de atenção à saúde mental em aldeia indígena

Uma equipe multiprofissional prestou atendimentos de psicologia, assistência social, terapia ocupacional e educação física na comunidade

Por Governo do Pará (SECOM)
18/03/2024 22h20

Profissionais de várias áreas da saúde fizeram consultas e atendimentos gratuitos na aldeia Trocará, da etnia Assurini, localizada em Tucuruí, nos dias 16 e 17 de março. A ação é da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), em conjunto com o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e Distrito Sanitário Indígena - DSEI Guatoc. A ação foi voltada para a manutenção da saúde das comunidades tradicionais e do interior do Estado.

A demanda surgiu como um pedido da Secretaria dos Povos Indígenas (SEPI) após relatos de situações relacionadas a transtornos mentais, além de uso de álcool e drogas, entre indígenas da comunidade. “A ação de saúde mental para povos indígenas é mais do que necessária, por conta de que os povos indígenas também são afetados nos seus direitos por conta de todo um contexto social. Assim, não só as pessoas que residem nos centros urbanos são afetadas, mas eles também, seus territórios são afetados, principalmente por conta de álcool e droga” relatou Eliana Veloso, gerente de articulação e promoção dos direitos dos povos indígenas da SEPI. 

A equipe multiprofissional de atenção à saúde mental do HC ofereceu serviços de atendimento individual especializado à assistência social, terapia ocupacional, psicologia e educação física. Atividades em grupos foram desenvolvidas para fortalecer o diálogo, vínculo e a troca de saberes entre os indígenas, tudo para preservar a cultura junto ao desenvolvimento das práticas de cuidado com a saúde mental.

O psicólogo George Faro ressaltou a importância desse contato com os indígenas. “Quantas vezes nós temos pacientes indígenas, acompanhantes indígenas no serviço, em Belém, no HC. Então, essa ação é muito importante para a gente realizar esses atravessamentos, entender melhor, compreender melhor, se aproximar mais da cultura e do quanto esses determinantes sociais de saúde são importantes para que possamos realizar um atendimento de qualidade, prestar o melhor serviço, como a população merece”, esclareceu. 

Para o cacique Pirá Assurini, preservar a identidade indígena, assim como desenvolver as práticas de cuidado à saúde mental, é indispensável em sua aldeia. “A saúde mental para nós é uma coisa nova e a gente não sabia que tinha isso, então para isso, a gente aproveitou essa oportunidade”, afirmou o cacique.

Atendimento multiprofissional - A equipe multiprofissional do HC trata o paciente para além dos sintomas, trabalhando e dando assistência em suas necessidades sociais, por meio de um sistema integrativo desenvolvido pelos profissionais da atenção à saúde mental, especializados em média e alta complexidade. O foco também é desenvolver o bem-estar dos pacientes. O educador físico Rômulo Santos explica como a atividade física auxilia na saúde mental. “A atividade física é muito importante para melhorar a saúde mental, porque ela trabalha na produção de alguns hormônios, como a dopamina, a oxitocina, que através do exercício físico, através da atividade física, são liberadas no organismo, trazendo assim o foco do bem-estar, do prazer, da melhora do humor. Então, é de extrema importância a atividade física para a melhora da saúde mental”, explicou o profissional.

Levar o modelo de equipe multiprofissional até a aldeia, pela primeira vez, agregou ainda mais na ação “Saúde por todo Pará em Territórios Indígenas”, que realiza ações de saúde e educação pelo estado desde a pandemia da Covid-19. 

“Agora, com outras especialidades que a gente atrelou, fizemos essa parceria junto ao Hospital de Clínicas para trazer uma equipe multiprofissional. Então vieram psicólogos do HC, psiquiatras, assistentes sociais, terapeuta ocupacional, educador físico, uma equipe multiprofissional que já trabalha esse formato no HC para trazer para dentro dos nossos territórios indígenas e está sendo um sucesso”, afirmou Tatiany Peralta, Coordenadora da Saúde Indígena e Populações Tradicionais da SESPA.

O Governo do Estado planeja intensificar as ações em parceria com órgãos estaduais e federais para assegurar os direitos das comunidades tradicionais e garantir um olhar cada vez mais atento às suas necessidades específicas.

Texto de Mariela Oliveira