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PRESERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS

Ação integrada garante soltura de 100 quelônios em Ponta de Pedras no Marajó

Iniciativa encantou crianças e adultos que prestigiaram a atividade do Ideflor e parceiros comprometidos com a preservação da fauna aquática amazônica

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
28/04/2024 12h34

Biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro exibe filhotes liberados na praia de Ponta de Pedras no Marajó Uma importante ação ambiental marcou o início das celebrações pelos 146 anos de Ponta de Pedras, no Arquipélago do Marajó. O total de 101 quelônios ganharam a liberdade no principal balneário do município, a Praia da Mangabeira, graças ao trabalho conjunto do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), do Parque Zoobotânico Mangal das Garças e da Prefeitura Municipal. Crianças e adultos prestigiaram a programação, que promoveu esperança, e renovou os esforços pela preservação da fauna aquática.

Entre os quelônios reintegrados à natureza, destacam-se 85 filhotes de tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa), 14 tracajás (Podocnemis unifilis) e 2 muçuãs (Kinosternon scorpioides). Cada um desses animais representa não apenas uma espécie, mas um elo importante na complexa teia da biodiversidade amazônica.

A ação ganhou ainda mais relevância ao se saber que os quelônios soltos, nasceram em cativeiro, no Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém. No Mangal, os cuidados especializados garantiram o desenvolvimento saudável dos animais, da fase de postura dos ovos até o momento da soltura, passando por um berçário dedicado aos recém-nascidos.

O processo meticuloso, que abrange sete meses de cuidados intensivos, demonstra o comprometimento das instituições envolvidas com a conservação da fauna amazônica. Ao serem entregues aos órgãos ambientais, como o Ideflor-Bio, os quelônios estão prontos para enfrentar os desafios da vida selvagem, contribuindo para a manutenção do equilíbrio ecológico.

Conscientização - De acordo com o biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro, a soltura dos 101 quelônios não é apenas um evento isolado, mas parte de um esforço contínuo para promover a conservação ambiental e conscientizar a população sobre a importância da preservação da fauna aquática. Para ele, é fundamental sensibilizar a população marajoara sobre a importância de reintegrar e devolver à natureza aquilo que ela já oferece. 

“Esses organismos são importantes para a cadeia alimentar, porque vão servir de alimentos para alguns peixes e eles também vão se alimentar de alguns organismos que já existem nos rios. Esses organismos vão ficar no controle ambiental, portanto, tudo vai ficar em equilíbrio se esses animais estiverem presentes”, detalhou o biólogo do Mangal das Garças, Basílio Guerreiro. 

O gerente da Região Administrativa do Marajó, Hugo Deleon Dias, afirma que a reintegração desses quelônios à natureza não é apenas um ato simbólico, é uma medida concreta para garantir a sobrevivência dessas espécies em um ambiente cada vez mais ameaçado. “Ponta de Pedras, com sua rica biodiversidade, torna-se palco de uma importante narrativa de resgate e esperança, onde a comunidade se une em prol da proteção do meio ambiente”, enfatizou.

Repovoamento - Segundo a prefeita de Ponta de Pedras, Consuelo Castro, “já tivemos muitas tartarugas circulando por essa região e nosso objetivo é repovoar nossos rios com esses animais, para garantir que as futuras gerações possam contemplar fenômenos como a desova em nossa praia. É importante frisar que tudo isso só está sendo possível graças a parceria com o Ideflor-Bio e o Mangal das Garças, essas duas instituições importantíssimas que atuam na preservação da natureza”, pontuou. 

Secretário de Meio Ambiente de Ponta de Pedras, Justino Júnior: "Estamos felizes de colaborar com a continuidade da espécie"O secretário de Meio Ambiente de Ponta de Pedras, Justino Júnior, enfatiza que é a primeira vez que o município marajoara recebe esse tipo de iniciativa. “Estamos muito felizes em poder colaborar com a continuidade desses animais, que desempenham uma função importante na natureza. Nosso papel enquanto gestão pública é garantir que essas espécies encontrem o espaço adequado e possam se reproduzir em segurança”, disse o gestor.