HC alerta sobre hipertensão arterial, mal que atinge 35% da população brasileira
A chamada “pressão alta” é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de quadros de infarto, entre outras complicações de saúde
Paciente em atendimento na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), referência para doenças renais ou cardíacasO Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, lembrado nesta segunda feira (26), foi criado, em 2002, com objetivo de sensibilizar a sociedade sobre a doença que atinge atualmente cerca de 35% da população brasileira. O controle efetivo da chamada "pressão alta'' é desafiador, já que em muitos casos, os sinais e os sintomas não são evidentes.
Em Belém, o médico cardiologista da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), Vitor Holanda, explica as múltiplas causas para o desenvolvimento da hipertensão e os riscos associados à falta de controle ou diagnóstico.
“O histórico familiar, a obesidade, sedentarismo, má alimentação e estresse são alguns dos fatores que contribuem para o desenvolvimento da hipertensão. Por ter pouco ou nenhum sintoma, não é raro que pessoas cheguem par um atendimento após algum acontecimento programado ou repentino e acabam descobrindo a doença. Em 30% dos casos, o primeiro sintoma pode ser um infarto, por isso a doença é tão preocupante’’, enfatiza o cardiologista Vitor Holanda.
Cardiologista do Hospital de Clínicas, Vitor Holanda: "Após o diagnóstico de hipertensão, é essencial seguir as recomendações médicas". De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade da população hipertensa ainda não foi diagnosticada, por isso a doença é tachada como silenciosa. Ela é capaz de acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos, a partir do estreitamento das artérias, o que resulta em um maior esforço do coração para bombear o sangue por todo organismo e depois recebê-lo de volta.
Quando não tratada da maneira correta, a hipertensão pode causar outros danos à saúde que vão além das complicações cardiológicas ou doenças renais, para as quais o Hospital de Clínicas é referência no Pará. A doença pode ainda causar perda de visão e aneurismas nos vasos cerebrais, por isso o controle é tão importante quanto o diagnóstico.
Além dessas complicações, em um cenário de pandemia, a hipertensão é um fator de risco para o desenvolvimento de quadros mais graves do novo coronavírus no organismo. “Sedentários, obesos e diabéticos geralmente estão associados aos fatores de risco da hipertensão e, em geral, acabam sendo mais propensos a um quadro mais grave de Covid-19’’, alerta Vitor Holanda.
Precauções e tratamento
Quando diagnosticada, a hipertensão requer um tratamento que passa pelo controle dos números, o que pode ser feito com medicamentos recomendados por especialistas e mudanças no estilo de vida como: controle do peso, maior ingestão de líquidos e alimentação balanceada com redução no consumo de sal, principalmente aquele contido nos temperos artificiais, refrigerantes, enlatados e embutidos.
“O controle da hipertensão não é fácil. Depois do diagnóstico de hipertensão, é essencial seguir corretamente as recomendações médicas para evitar um maior comprometimento da saúde. Muitos pacientes começam a tomar a medicação indicada, melhoram o quadro e param de se medicar por achar que a doença estabilizou, mas a menos que seja uma orientação do médico, a medicação não pode ser interrompida”, complementa Vitor Holanda.