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Santa Casa reforça parcerias para combater o escalpelamento e dar acolhimento às vítimas

Representantes do Ministério Público, do Legislativo estadual, da Seduc e da Cruz Vermelha de Belém e do Rio de Janeiro conheceram o trabalho do Espaço Acolher

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
14/07/2021 14h10

Espaço Acolher garante às vítimas toda a assistência prevista no Programa de Atendimento Integral às Vítimas de EscalpelamentosReferência materno-infantil de média e alta complexidade, a Fundação Santa Casa conta com uma equipe multiprofissional em várias especialidades, entre as quais o Programa de Atendimento Integral às Vítimas de Escalpelamentos (Paives), com atendimento no hospital e amparo no Espaço Acolher, da instituição.

Para fortalecer o combate ao escalpelamento, os técnicos do Espaço Acolher se reuniram nesta terça-feira (13), com os representantes do Ministério Público Estadual (MPE), da Assembleia Legislativa (Alepa) e da Seduc (Classe Hospitalar), para apresentar o Paives e o funcionamento da área de acolhimento. Segundo Luzia Matos, gerente do Espaço Acolher, o objetivo do Ministério Público é criar um projeto de prevenção contra os acidentes de barco que levam ao escalpelamento e ainda recomendar um Projeto de Lei Estadual que garanta fiscalização e controle das embarcações pelos municípios.

A gerência do Espaço Acolher tammbém se reuniu com representantes da Cruz Vermelha do Rio de Janeiro e de Belém, interessados em conhecer o trabalho desenvolvido pelo estado no atendimento às vítimas de acidentes em embarcações. Na ocasião, eles informaram que pretendem montar uma rede de apoio para primeiros socorros e assistência psicossocial aos acidentados e seus familiares.  

ACOLHER

Parcerias com instituições públicas e com a sociedade são essenciais para garantir atendimento integral às vítimas de escalpelamentosCriado para garantir o atendimento psicossocial às vítimas que passam meses na capital paraense enquanto aguardam cirurgias reparadoras ou outros procedimentos para melhorar o estado clínico e psicológico, o Espaço Acolher, mantido pelo Governo do Pará, por meio da Fundação Santa Casa de Misericórdia, também recebe acompanhantes das vítimas, quando necessário. 

Atualmente, o governo do Estado assegura atendimento às vítimas de escalpelamento por meio do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas, cujo fluxo inclui unidades básicas de saúde, unidades de urgência e emergência, Hospitais Regionais e a Fundação Santa Casa do Pará, através do Programa de Atendimento Integral às Vítimas de Escalpelamento.

EIXO DO MOTOR 

O escalpelamento é o acidente provocado pelo eixo do motor de pequenas embarcações. Por causa da falta de proteção no eixo, as vítimas - a maioria mulheres -, ao se aproximarem do motor, têm os cabelos arrancados, muitas vezes lesionando outras partes do crânio. Desde 2009, uma lei federal tornou obrigatória a proteção do eixo do motor. No entanto, apesar da fiscalização, embarcações ainda trafegam pelos rios da Amazônia com o eixo exposto.

A perda do couro cabeludo em embarcações, em geral, acontece quando o eixo do motor de uma embarcação não tem cobertura e os fios do cabelo se enrolam ao eixo, arrancando de forma total ou parcial o escalpe da vítima.

Cirurgias reparadoras são feitas, mas o cabelo não nasce mais. Há casos em que as vítimas também perdem inclusive orelhas, sobrancelhas e por vezes uma enorme parte da pele do rosto e pescoço, levando a deformações graves e até à morte. A maior parte das vítimas é moradora de comunidades ribeirinhas, onde o barco é o principal meio de transporte.