Em Marabá, Hospital Regional alerta para riscos da automedicação
Especialista da unidade de saúde do Governo do Pará destaca que o hábito, comum entre a população, pode mascarar sintomas, atrasar diagnósticos e provocar intoxicações graves
Tomar remédio por conta própria é uma prática disseminada no Brasil, onde cerca de 90% da população admitem esse hábito, segundo pesquisa feito pelo Instituto Datafolha. Para alertar os pacientes sobre os perigos dessa prática, o Hospital Regional do Sudeste do Pará "Dr. Geraldo Veloso" (HRSP), em Marabá, realizou nesta segunda-feira (5) ações educativas, em alusão à Semana Nacional do Uso Racional de Medicamentos.
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no Brasil como consequência da automedicação.
A atividade integrou o Projeto “Saúde em Foco”, desenvolvido pelo Setor de Humanização do Hospital. A iniciativa busca levar informação e acolhimento aos pacientes durante o tempo de espera por consultas e exames.
Aprovação - Maria de Lourdes Ferreira, 58 anos, moradora de Marabá, que esperava por um exame de raio-X, aprovou a iniciativa. “Muitas vezes tomamos remédio indicado por vizinhos ou parentes achando que vai ajudar, mas pode acabar piorando. Depois dessa orientação, vou pensar duas vezes antes de fazer isso”, afirmou a usuária do HRPS.
O autônomo João Carlos, 42 anos, também morador de Marabá, reforçou a importância da ação. “Achei útil, porque nem sempre a gente sabe o perigo de tomar remédio por conta própria. Agora entendo os riscos, e vou procurar sempre ajuda médica antes de qualquer coisa”, garantiu João.
Uso racional - As palestras educativas foram conduzidas pelo farmacêutico do Hospital Regional, Deyvison Moraes Paixão, que explicou os principais riscos da automedicação e reforçou a importância do uso racional dos medicamentos. Ele alertou que o consumo de remédios sem orientação profissional pode mascarar sintomas, dificultar diagnósticos e até provocar intoxicações graves.
“É fundamental que a população entenda que todo medicamento tem efeitos colaterais e interações, e que só deve ser utilizado com prescrição adequada. O uso indevido pode trazer mais prejuízos do que benefícios, principalmente em casos de antibióticos, anti-inflamatórios e analgésicos”, destacou o farmacêutico.
Durante a atividade, Deyvison Paixão também chamou a atenção para os perigos da conhecida “farmacinha caseira” — prática comum no País, em que medicamentos vencidos ou sem identificação são armazenados em casa. “Manter uma farmacinha sem os devidos cuidados representa sério risco à saúde. Medicamentos mal armazenados, fora da validade ou sem identificação podem causar intoxicações graves. O ideal é descartá-los corretamente, conforme a orientação das unidades de saúde”, orientou.
O profissional ainda destacou que as pessoas devem tomar medicamentos nos horários corretos e na posologia adequada para garantir a eficácia do tratamento. "Se o medicamento não for tomado na hora certa ou na dosagem correta, pode perder a eficácia e comprometer a recuperação", acrescentou o farmacêutico.
Estrutura - O Hospital Regional do Sudeste do Pará "Dr. Geraldo Veloso" é gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
A unidade é referência para a região, oferecendo 100% dos atendimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hospital conta com 135 leitos, sendo 97 destinados à internação clínica e 38 voltados às Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Adulto, Pediátrica e Neonatal.