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Fórum Mundial de Doação de Leite Humano em Belém reforça o trabalho da rede de captação

Santa Casa é palco de evento internacional que tem como tema: "Banco de Leite Humano e Mudanças Climáticas – O que podemos fazer a mais?"

Por Samuel Mota (SANTA CASA)
07/05/2025 13h42

O Fórum Mundial de Doação de Leite Humano, que acontece pela primeira vez em um Estado da Amazônia, discute nesta quarta-feira (07) a importância da rede de Bancos de Leite nos Estados brasileiros e países integrantes da rede mundial. O evento é promovido pelo Ministério da Saúde e Fiocruz em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde de todo o Brasil e tem o apoio da Organização Pan-Americana de Saúde. 

Cynara Souza, gerente do Banco de Leite Humano da Santa Casa, que participou da sessão "Olhares e Vivências no enfrentamento das vulnerabilidades programáticas e sociais de recém-nascidos e lactantes, nos estratos populacionais mais vulnerabilizados", destaca que o evento está proporcionando uma reflexão de como devemos nos comportar frente às situações climáticas entre as quais queimadas, enchentes e secas dos rios. 

“São situações diversas que acabam dificultando o acesso à economia de subsistência de várias famílias. Então, como nós vamos nos comportar enquanto Rede frente ao binômio mãe e bebê, para garantir essa segurança alimentar e nutricional, como um alimento seguro, saudável e sustentável, que é o leite humano? Matéria prima para salvar os bebês que necessitam desse alimento. É por isso que nós sensibilizamos as mães que estão amamentando e que doem seu excesso de leite, que possam conhecer um banco de leite mais próximo do seu município, da sua localidade, aprendam e conheçam esse trabalho e incentivem através da doação de leite humano”, enfatiza a gerente.

Doutor João Aprígio

O coordenador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH), João Aprígio de Almeida, revela estar feliz na realização do evento em Belém e particularmente na Santa Casa do Pará. “O Brasil tem uma trajetória de quatro décadas de construção de soluções inovadoras para os bancos de leite humano como uma estratégia de atenção ao recém-nascido, aos lactentes, sobretudo às crianças de risco. Hoje o Brasil sedia a rede global de banco de leite humano. Nós temos uma ação coordenada que envolve toda América Latina, Caribenha, Hispânica, Península Ibérica, África de língua portuguesa e os países que compõem o Brics”. 

“Isso é uma ação coletiva, e nós estamos realizando aqui como evento pré-COP30 Saúde. E é importante destacar que a Santa Casa de Belém, que é o banco de leite mais antigo da região amazônica, está tendo a cooperação oficial com todos os países da América Latina e nós achamos por bem, inclusive, trazer aqui todos os países que integram a Pan-Amazônia. E trazer essa discussão para a Amazônia, para Belém, sede da COP, e trazer para dentro da Santa Casa, sede do Banco de Leite, mais antigo da Amazônia, para nós é uma oportunidade que muito nos orgulha”, destaca Aprígio. 

Bruno Carmona, presidente da Fundação Santa Casa, destacou em sua fala no Fórum, que ações dessa natureza não são possíveis de serem realizadas sem o empenho das pessoas. “Pessoas que coordenam, pensam, planejam e executam aquilo que a gente precisa para poder ter o leite materno. O leite humano para as crianças que estão necessitadas e que precisam de ações dessa natureza e a Santa Casa fica muito feliz de poder compor o cenário internacional, de poder compor e executar aquilo que nos é dado como missão”, destaca.

“Cuidar da saúde das pessoas gerando conhecimento, e esses momentos em que nós temos diversas mentes pensando, diversas pessoas que entendem do assunto e que pensam na integração de uma rede. Em situações municipais, estaduais, regionais, nacionais e internacionais são significativas. Para isso nós precisamos de pessoas engajadas. Muitíssimo obrigado às mães doadoras pelo carinho, pela sensibilidade e de vocês entenderem que têm crianças que precisam de ajuda, que precisam de leite humano”, pontua o gestor.

Relevância - Segundo Maria Alves Belém, diretora de Apoio Técnico e Operacional da Fundação Santa Casa, o Fórum Mundial da Rede Brasileira de Banco de Leite, tem um grande objetivo que é fortalecer todo o trabalho dos bancos de leite na promoção, na captação de doadoras voluntárias para o leite humano. “Importante para que a gente consiga atender os pequenos recém-nascidos na nossa instituição, principalmente aqueles mais vulneráveis. Então, esse trabalho acontece mundialmente e esse evento traz essa congregação tanto das regiões brasileiras, de todos os estados brasileiros, quanto de outros países, principalmente os países pan-americanos”. 

“A Santa Casa por ser uma referência, não só do território paraense, como no Brasil. O Banco de Leite da Santa Casa foi o primeiro banco da região amazônica e é a referência do Estado. E esse evento que é realizado anualmente, teve Belém do Pará como palco. Que ainda este ano vai sediar também o evento global de sustentabilidade, que é a COP30. E os bancos de leite, eles congregam da mesma importância, porque a gente traz sempre um futuro sustentável para essa população, para o futuro da população, que é o uso do leite humano, do leite materno”, enfatiza a diretora.

João Aprígio de Almeida, que coordena a rBLH, diz que a mulher-mãe é a grande protagonista dessa história. “Se nós pensarmos na criança, a criança é o principal beneficiário. A criança é importantíssima, muito importante, mas é a mulher-mãe que tem o filho prematuro, em condições que demandam cuidados especiais, que vive o estresse de ter o filho antes do tempo, de não ganhar o filho no colo, e vive novamente o estresse de não ter o leite. E saber que aquele leite é importante para o seu filho e a outra mulher, que é mãe, que tem filho, que amamenta e que compartilha o seu leite, compartilha mais do que o seu leite, compartilha a sua maternidade. Elas são fundamentais, elas são a razão da nossa existência”, enfatiza.