Hospital da Mulher do Pará realiza primeira neurocirurgia com técnica menos invasiva
A paciente passa bem após cirurgia feita pela cavidade nasal, com uso de tecnologia moderna
O Hospital da Mulher do Pará (HMPA) realizou, pela primeira vez, uma neurocirurgia de alta complexidade, usando uma técnica minimamente invasiva, para a retirada de um tumor da hipófise, pequena glândula localizada na base do cérebro. A paciente, dona de casa Sueli Brito, do município de Ipixuna do Pará, nordeste paraense, foi operada com uma equipe médica especializada, no último domingo, 25, e está se recuperando bem.
Com atuação especializada em cirurgias de base de crânio, o médico otorrinolaringologista, Murillo Lobato, explicou que esse tipo de tumor pode causar sintomas como alterações visuais, cefaleia intensa e distúrbios hormonais, sendo essencial essa intervenção para aliviar os sintomas e evitar complicações mais graves.
O diferencial desse procedimento está na forma como ele foi feito. Em vez de abrir o crânio, os médicos acessaram o cérebro pela cavidade nasal, usando um endoscópio. Essa abordagem endoscópica, possibilita uma intervenção precisa e segura, que reduz o risco de complicações e o tempo de internação.
A neurocirurgiã Simone Rogério disse que esse tipo de cirurgia, em que se acessa a base do crânio com utilização de tecnologia, é chamado de microcirurgia endoscópica para ressecção de tumor de hipófise. “Realizamos a retirada do tumor com preservação da glândula hipófise. Sem a necessidade de abrir a calota craniana, pelo couro cabeludo, portanto de forma menos invasiva e sem cicatriz visível”, ressaltou a especialista.
O otorrinolaringologista reforçou que o trabalho em equipe traz benefícios significativos. “Essa cirurgia é um verdadeiro exemplo de integração entre especialidades. A equipe de otorrinolaringologia realiza o acesso até a base do crânio com segurança, abrindo o caminho pela via nasal. Em seguida, a equipe de neurocirurgia atua diretamente sobre o tumor, removendo-o de forma precisa. É uma técnica complexa, realizada apenas em grandes centros especializados, que exige total sincronia entre as equipes”, avaliou o médico.
”É uma cirurgia indicada para a maioria dos tumores de hipófise, mas a técnica também se aplica a diversas patologias que acometem a base anterior do crânio, acima e atrás da cavidade nasal. É uma técnica muito versátil que também pode ser utilizada de forma isolada ou combinada a outras técnicas para tratar patologias dos mais diversos tipos em outros locais no crânio”, acrescentou a neurocirurgiã.
Para a especialista, o procedimento foi possível por meio do investimento em equipamentos modernos e à capacitação técnica do hospital. “É algo inédito. Não somente pela atenção especial ao público feminino, mas também pelo novo padrão estabelecido pelo governo do estado que agora dispõe o que há de melhor e mais atual para o atendimento, com instalações modernas e de primeira qualidade até então não vistas na saúde pública. É certamente uma vitória para toda a população. A neurocirurgia se insere nesse contexto com a nobre e ambiciosa missão de cumprir a essas expectativas, e de levar ao público a segurança e confiança de que as pacientes do hospital serão atendidas no mais elevado padrão”, pontuou.
A diretora-geral do HMPA, médica intensivista, Nelma Machado, destacou que o procedimento inédito na unidade hospitalar marcou um avanço na oferta de tratamentos de alta complexidade, consolidando o hospital como referência regional no atendimento à saúde da mulher. “Vivemos um marco na história do Hospital da Mulher, a realização da primeira neurocirurgia. Esse é mais do que um procedimento, é o reflexo de um hospital que avança com excelência técnica e compromisso com a vida. A atuação integrada da equipe de neurocirurgia, otorrinolaringologia, anestesiologia e da nossa UTI, que acompanha o pós-operatório de alta complexidade, demonstrou a força da assistência especializada e humanizada que passamos a fazer parte na rede de assistência de saúde. Seguimos no propósito do Estado de oferecer cuidado integral e qualificado às mulheres do Pará, com segurança, inovação e responsabilidade”, concluiu a gestora.
