Próteses feitas no CIIR devolvem autoestima e qualidade de vida a pacientes com perda visual

Em alusão ao Dia Nacional de Combate à Cegueira pelo Glaucoma, celebrado neste 26 de maio, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, destaca seu papel como referência no atendimento especializado a pessoas com deficiência visual, inclusive em casos de perda total da visão decorrente de doenças como o glaucoma. A unidade, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), conta com uma oficina de próteses oculares que já produziu mais de 100 unidades personalizadas nos últimos três anos.

Coordenador da oficina de prótese ocular do CIIR, Marcelo Carneiro explica que o atendimento é destinado a usuários encaminhados pelo serviço de oftalmologia, já com indicação de reabilitação ocular. “O usuário chega aqui com a indicação, e realizamos todas as etapas da reabilitação. A prótese é confeccionada de forma personalizada, respeitando as características do olho remanescente. Moldamos a cavidade, produzimos a esclera e pintamos a íris com base no outro olho, para garantir o máximo de semelhança com o aspecto natural”, detalha o profissional.

A produção das próteses é feita integralmente na unidade, o que, segundo Marcelo Carneiro, representa um diferencial importante. “Todo o processo é realizado aqui mesmo, no CIIR. Desde a moldagem até a finalização da prótese, incluindo caracterização com veias, pintura da íris e manutenção. O usuário não precisa se deslocar para outro local. Também oferecemos o acompanhamento após a entrega, com retornos periódicos e substituições, quando necessário”, completa.

O número de atendimentos vem crescendo gradativamente, conforme o coordenador. "Já entregamos mais de 100 próteses oculares nos últimos três anos, e a demanda só aumenta. Cada mês temos mais usuários encaminhados para o nosso laboratório, o que mostra que o serviço está sendo cada vez mais conhecido e valorizado por outras unidades de saúde", observa.

A reabilitação vai além da estética. Em muitos casos, representa o resgate da autoestima e da qualidade de vida. É o caso da dona de casa Maria Antônia de Miranda, moradora do município de Igarapé-Miri, que está em processo de recebimento de uma nova prótese. Após perder a visão de um dos olhos, enfrentou dificuldades para continuar seu tratamento. "Eu pensei até em desistir, porque é difícil vir sozinha. Mas meu marido me incentivou, disse que eu precisava cuidar da minha vista. Estou confiante de que com essa nova prótese vou parar de sentir dor e vou conseguir fazer minhas coisas com mais tranquilidade", relata.

Para Maria Antônia, a reabilitação também tem um significado emocional. “A gente sente, sabe? Quando olha no espelho e vê um olho parecido com o outro, dá uma sensação de normalidade. A autoestima melhora, mesmo eu já tendo me acostumado. Vai valer a pena no final”, afirma.

Acesso - O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às pessoas com Deficiência (PCDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido é analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SRE).

Serviço: O CIIR e Cetea são órgãos do Governo do Pará administrados pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Cetea funciona na Rua Presidente Pernambuco, nº 489, bairro Batista Campos, em Belém. O CIIR está localizado na Rodovia Arthur Bernardes, nº 1000, também na capital paraense. Mais informações: (91) 4042-2157/58/59.

Texto e fotos: Danielle Carvalho - Ascom CIIR