Pará reafirma compromisso com a bioeconomia através do lançamento da plataforma de monitoramento do Plano Estadual de Bioeconomia (Planbio)
Em junho, o estado se prepara para mais avanços no setor da Bioeconomia, entre eles a ferramenta que permitirá atualizações em tempo real sobre a implementação do plano

No próximo mês, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Pará (Semas) irá lançar a plataforma de monitoramento do Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio) e o Selo da Bioeconomia. A ação reforça o compromisso do governo estadual com a construção de uma nova lógica de desenvolvimento para a Amazônia, como destacado no evento "Turismo, Bioeconomia e Indicação Geográfica", promovido pela Semas na última semana. O encontro teve como objetivo fomentar reflexões e caminhos estratégicos para impulsionar o desenvolvimento sustentável na região.
“Quando falamos de bioeconomia, não estamos apenas falando de economia baseada em recursos naturais. Estamos falando de uma nova lógica de desenvolvimento, que respeita os ciclos da floresta, que exalta a diversidade biológica, cultural e territorial do estado, que valoriza os saberes tradicionais e coloca as pessoas no centro. É uma economia que nasce da floresta em pé, das mãos que colhem, transformam e protegem, e das vozes que contam essas histórias”, destacou a secretária adjunta de Bioeconomia, Camille Bemerguy.
O Plano Estadual de Bioeconomia do Pará (PlanBio), parte integrante do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), é uma das principais estratégias do estado na transição para uma economia de baixo carbono. Entre os destaques, está o avanço do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, uma iniciativa que visa transformar a região em um polo de desenvolvimento sustentável, científico e tecnológico.
Bioeconomia e turismo sustentável
Dentro do escopo do PlanBio, o turismo responsável e regenerativo é considerado uma das ferramentas essenciais para a redução das emissões de carbono. A atividade propicia investimentos que geram benefícios ambientais, sociais e econômicos, por meio de soluções baseadas na natureza, além de contribuir para o aumento da renda, da geração de empregos e da melhoria das condições de vida da população local.

Segundo Camille Bemerguy, “o turismo sustentável e as indicações geográficas são ferramentas poderosas para dar visibilidade, valor e identidade aos nossos territórios. O turismo, quando bem conduzido, aproxima o mundo da Amazônia real — aquela que encanta, acolhe e ensina —, enquanto as indicações geográficas ajudam a reconhecer e proteger produtos que carregam uma origem, uma cultura, um modo de fazer únicos, seja um açaí de sabor inconfundível, uma cerâmica moldada por gerações, ou uma tradição artesanal que atravessa séculos”.
Atualmente, o PlanBio reúne 122 iniciativas, tendo como eixos centrais o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, a valorização do conhecimento tradicional e da biodiversidade local.

Iniciativas práticas e integração de políticas públicas
Entre as ações previstas no âmbito do PlanBio estão a integração do Observatório do Turismo ao Observatório da Bioeconomia; o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à criação de áreas de pesca esportiva para o turismo ecológico; oficinas e encontros regionais para mobilização e sensibilização de comunidades; apoio à implementação da Política Estadual de Turismo de Base Comunitária do Pará (TBC); e assistência técnica voltada a produtos da cadeia produtiva da bioeconomia e/ou de Indicação Geográfica (IG).

Também está prevista a promoção da comercialização por meio da participação em eventos de turismo e bioprodutos, além da implementação de um centro de referência em turismo de base local e tradições culturais.
“Esses instrumentos não apenas fortalecem economias locais, mas também contribuem para manter vivos os modos de vida tradicionais e a biodiversidade da região. Eles conectam valor econômico com valor simbólico e ecológico. E isso, para a Amazônia, é revolução. Hoje, mais do que nunca, precisamos de soluções que sejam ao mesmo tempo justas, regenerativas e enraizadas no território. O que nos reúne aqui é justamente a construção desses caminhos, com diálogo, cooperação e visão de futuro”, concluiu Camille Bemerguy.
Texto: Vinicius Silva/ Ascom Semas