Sespa promove oficina para implantação da vigilância das micoses oportunistas no Pará
Evento apresentou a plataforma “Micosis”, uma ferramenta para fortalecer a vigilância epidemiológica e mapear a incidência das doenças, entre outras ações

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com o Ministério da Saúde, realiza em Belém, desde segunda-feira (26) até esta terça-feira (27), a Oficina de Implantação da Vigilância das Micoses Endêmicas e Oportunistas. O evento acontece no auditório do Centro Universitário Metropolitano da Amazônia (Unifamaz) e reúne técnicos dos Centros Regionais de Saúde, profissionais de hospitais e representantes dos municípios da Região Metropolitana de Belém.

Maria Adelaide Millington, médica infectologista da área técnica de micoses endêmicas e oportunistas da Coordenação Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Micobacterioses Não Tuberculosas (CGTM), da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA), ressaltou a importância da iniciativa.
“Estamos implantando o sistema de vigilância das micoses, bem como uma plataforma de dispensação de antifúngicos para todo o Brasil. Com isso, poderemos obter dados essenciais para orientar ações relacionadas à assistência, tratamento e prevenção dessas doenças. Essa parceria com o Pará será fundamental para a identificação e notificação dos casos”, afirmou.

Entre os principais objetivos da oficina está a apresentação da plataforma “Micosis”, um sistema informatizado desenvolvido pelo Ministério da Saúde que permite a notificação de casos, a solicitação e a dispensação de antifúngicos utilizados no tratamento das micoses endêmicas e oportunistas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
A implantação da ferramenta visa fortalecer a vigilância epidemiológica, mapear a incidência dessas doenças, padronizar o fluxo de medicamentos e contribuir para a construção de estratégias de prevenção e controle, além de otimizar o atendimento e tratamento dos pacientes.

Adriana Leal, enfermeira da Coordenação Estadual de Tuberculose da Sespa, e ponto focal da vigilância das micoses endêmicas no Pará, explicou que, embora as notificações e distribuições de medicamentos já aconteçam no Pará, ainda não havia um protocolo formalizado. “Esse apoio do Ministério da Saúde é justamente para formalizar o protocolo das micoses e torná-lo oficial no Estado. O Pará é o sexto Estado onde o Ministério está realizando essa implantação”, destacou.
Ela acrescentou ainda: “Com a implantação do protocolo, o objetivo é garantir um acesso mais rápido às pessoas que adoecem por essas doenças causadas por fungos, formalizando esse processo no estado e divulgando para todas as nossas áreas que existe uma norma oficial. Assim, a solicitação pode ser feita seguindo um protocolo específico, facilitando o acesso ao tratamento com mais agilidade e eficiência.”

Ana Raquel Santos Miranda, responsável pela vigilância em saúde do 11º Centro Regional de Saúde (CRS), em Marabá, que participou da oficina, enfatizou a importância do evento para a qualificação da assistência em saúde. “Nós não trabalhamos de forma empírica, mas sim com protocolos e fluxos bem estabelecidos, sempre visando o rigor técnico e, dessa forma, proporcionar uma assistência melhor para a nossa população”, avaliou.
A programação da oficina começou com uma apresentação geral sobre o tema, focada na articulação com as áreas técnicas para a implantação do sistema. No período da tarde, foram abordados os principais aspectos das micoses endêmicas e oportunistas, incluindo características epidemiológicas, clínicas, assistenciais e diagnósticas, além das etapas necessárias para a implantação do sistema.

Nesta terça-feira (27), será realizada uma atividade prática, com demonstração do funcionamento da plataforma, incluindo a solicitação de medicamentos, o processo de notificação e uma aula prática nos computadores.
Texto de Suelen Santos / Ascom Sespa