Terapia Ocupacional no Hospital Galileu reconstrói vidas após traumas ortopédicos
Intervenção vai além do físico e promove autonomia, autoestima e qualidade de vida a pacientes em processo de reabilitação

No Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), na Grande Belém, o processo de reabilitação de pacientes com traumas ortopédicos é conduzido por uma equipe multidisciplinar qualificada. Entre os profissionais que atuam na linha de frente dessa reconstrução, está o terapeuta ocupacional. Mais do que recuperar funções motoras, o profissional atua também no campo emocional, resgatando a autonomia e o senso de identidade dos pacientes.
Lorena Cordeiro é a terapeuta ocupacional do hospital, e ressalta que o papel da Terapia Ocupacional é essencial para que pacientes voltem a realizar atividades simples do cotidiano, muitas vezes interrompidas por traumas graves, como acidentes ou cirurgias ortopédicas complexas.
"Trabalhamos desde o fortalecimento muscular, mobilidade e coordenação, até a adaptação de tarefas e ambientes. Nosso foco está sempre na autonomia do paciente e na qualidade de vida", explica Lorena.
Cuidando do corpo e da mente
A abordagem terapêutica vai além da recuperação física. Muitos pacientes enfrentam barreiras emocionais durante o processo de reabilitação, como medo de não recuperar suas habilidades, frustrações com limitações físicas e inseguranças com o futuro.
"A Terapia Ocupacional oferece apoio psicossocial. Ajudamos o paciente a ressignificar suas capacidades, a entender que ainda é possível viver com independência e dignidade, mesmo com adaptações", afirma a terapeuta.

Atividades que transformam
Durante as sessões, Lorena Cordeiro, explica que os pacientes realizam uma variedade de atividades voltadas para a reabilitação funcional. Os exercícios incluem treino de atividades da vida diária (AVDs), como tomar banho, vestir-se, segurar utensílios ou usar o banheiro com segurança. São também trabalhadas habilidades motoras finas, força muscular e mobilidade com auxílio de recursos terapêuticos e simulações do dia a dia.
Essas práticas preparam o paciente para retomar sua rotina com mais segurança e menos dependência.
Autonomia
Grande parte do trabalho do terapeuta ocupacional também envolve orientar a família e o paciente na adaptação do ambiente doméstico, para torná-lo mais acessível e seguro.
"Sugerimos modificações simples que fazem grande diferença, como instalar barras de apoio no banheiro, elevar assentos ou reorganizar objetos de uso frequente em locais acessíveis", destaca Lorena Cordeiro.
Essas mudanças garantem que o paciente possa realizar tarefas com mais independência e reduzam riscos, como quedas e acidentes domésticos.

Resultados
Aos 61 anos, Wanda Tomasso Silva, é um exemplo do impacto positivo da terapia ocupacional. Após ser transferida de um Hospital de urgência e emergência, para o Galileu, passou por procedimentos ortopédicos, incluindo liberação de cápsula articular, retirada de fios de Kirschner e sessões regulares de terapia ocupacional.
"As sessões são muito boas. Me sinto melhor. Quando eu falto, sinto a diferença. Hoje já consigo segurar um garfo, colocar um brinco e segurar objetos que antes eu não conseguia", relata, emocionada.
A evolução de Wanda, observa a terapeuta, é reflexo de um cuidado contínuo e personalizado, que respeita seus limites e valoriza cada conquista.
Atendimento
A Terapia Ocupacional no HPEG é desenvolvida em conjunto com médicos, fisioterapeutas, psicólogos, enfermeiros, fonoaudiólogos e assistentes sociais. Essa abordagem interdisciplinar permite um olhar mais amplo sobre o paciente e assegura que todos os aspectos da sua recuperação — físicos, emocionais e sociais — sejam contemplados.

"Cada profissional contribui com sua especialidade para um plano de reabilitação integrado. O foco é sempre o paciente como um todo", reforça Lorena Cordeiro.
Ela reforça a TO para o processo de recuperação após um trauma ortopédico: "A reabilitação é um processo de superação. É um passo de cada vez, e cada conquista importa. Acredite na sua capacidade de se reinventar. Você não está sozinho — estamos aqui para caminhar ao seu lado, fortalecendo cada parte dessa reconstrução", concluiu a profissional.
O Hospital Galileu, gerenciado pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA) em parceria com a Secretária de Estado de Saúde Pública (Sespa), dispõe de 104 leitos de internação e mantém o serviço de reconstrução e alongamento ósseo, cirurgias de traqueia e urológica, como hiperplasia prostática benigna, exclusão renal e triagem com biópsia de próstata.