Policlínica Metropolitana alerta sobre a importância da doação de sangue para tratamento das doenças falciformes
Paciente necessita fazer transfusão constantemente, ou mesmo o transplante de medula óssea
Seguindo com o compromisso de alertar a população sobre os cuidados com a saúde, a Policlínica Metropolitana do Pará, em Belém, reforça, neste mês de Junho a conscientização sobre as doenças falciformes. Elas são genéticas e hereditárias e precisam de atenção para o resto da vida. A especialista da Poli também observa a relevância da doação de sangue, essencial para o tratamento contínuo dos pacientes.
As doenças falciformes são identificadas nos primeiros dias de vida por meio do teste do pezinho e confirmada pelo exame de eletroforese de hemoglobina, que tem como objetivo identificar os diferentes tipos de hemoglobina que podem ser encontrados circulantes no sangue.
A hematologista Ana Virgínia Van Den Berg, coordenadora do serviço na Policlínica Metropolitana, explica que no caso da hemoglobina falciforme, ela tem uma quantidade de hemoglobina S de 50% ou mais. “Na Policlínica fazemos o acompanhamento desses pacientes, mas o centro de referência em Belém é o Hemopa, que oferece a transfusão e a medicação, chamada Hidroxiuréia”, frisou.
A especialista ainda explica que essas doenças são “hereditárias e detectadas pelo teste de pezinho e confirmadas por exame que mostra uma hemoglobina diferente, denominada de S (HbS), e se caracteriza por ter um teor baixo de oxigênio. E ela fica diferente, o que chamamos de meia lua, e isso impede que o oxigênio seja oferecido para todos os órgãos".
Ana Virgínia ressalta, ainda, a importância da detecção precoce e do alerta às famílias com histórico da doença. "O sinal de alerta é saber se a criança tem uma anemia, pesquisar essa anemia e pesquisar uma história sugestiva dos pais ou parentes que tenham uma anemia falciforme", destaca.
É importante observar também se a criança tiver queixas de dores nos ossos, nos pés e nas mãos, e na fase mais velha, apresentar um desenvolvimento fora do normal, acompanhado de uma anemia.
“Esse tipo de anemia chamamos de hemolítica, pois existe a destruição de células do sangue. Elas têm sobrevida menor que a normal, por causa dessa destruição das hemácias, e por isso, é necessário fazer uma transfusão sanguínea a cada dois, três meses”, enfatizou especialista.
Tratamentos - Apesar dos desafios, há tratamentos disponíveis. "O hematologista consegue controlar e hoje já temos tratamento, inclusive, com a correção definitiva dessa hemoglobina, através do transplante de medula óssea", observa Ana Virgínia.
Serviço - Por mês, a Policlínica Metropolitana realiza cerca de 250 atendimentos no serviço de hematologia, atendendo pacientes da Região Metropolitana de Belém e de outros municípios paraenses, mediante encaminhamento da atenção básica. "Eles são referenciados, no entanto, não é uma demanda espontânea. Os que podem ser tratados na unidade permanecem, e os que não, encaminhamos para os centros de referência", explica a coordenadora.
Além disso, a unidade atua na triagem de pacientes com doenças malignas do sangue, como leucemias, linfomas e mieloma, e acompanha casos de anemias hereditárias, como as falciformes, talassemias e deficiência de G6PD. "Atendemos também aos pacientes que necessitam de um acompanhamento de transfusões sanguíneas", detalha Ana Virgínia.
A Policlínica Metropolitana é gerenciada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Os serviços são gratuitos e as consultas devem ser agendadas por meio da Regulação Estadual. Para retorno ou marcação de exames, o agendamento é realizado pela Central de Relacionamento, através do WhatsApp Business no número (91) 98521-5110 ou pelo e-mail: [email protected].
Data - 19 de junho é o Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas, em 2008, como forma de chamar a atenção para a doença, que é genética, hereditária e caracterizada por alterações no sangue – os glóbulos vermelhos se tornam rígidos, assumem formato de foice, dificultando a passagem de oxigênio para o cérebro, pulmões, rins e outros órgãos.