Peritas criminais engenheiras reforçam atividades forenses da Polícia Científica
Vinte e uma engenheiras lotadas tanto na Gerência de Perícias Tecnológicas quanto nos interiores do Estado atuam na PCEPA

Em alusão ao Dia Internacional da Mulher na Engenharia, celebrado em 23 de junho, a Polícia Científica do Pará (PCEPA) destaca a importância e a contribuição das engenheiras que integram seu quadro técnico. Atuando em áreas estratégicas como a Engenharia Legal e a Criminalística, essas profissionais desempenham papel fundamental na elucidação de crimes, na produção de provas técnicas e na promoção da justiça.
Na Polícia Científica, as engenheiras contribuem com conhecimentos técnicos altamente especializados em análises estruturais, acidentes, crimes ambientais, perícias de incêndio e outras áreas complexas da ciência forense. São 21 engenheiras lotadas tanto na Gerência de Perícias Tecnológicas quanto nos interiores do Estado, assim como em cargos de chefia.
A perita criminal e Gerente da Engenharia Aplicada, Márcia Barbosa de Sá, atua há 25 anos na Engenharia Civil. “Sempre me identifiquei com as ciências exatas, então, a engenharia sempre foi uma opção quando pensei no que cursar na faculdade, pois ela me abriria um bom leque de concursos e de trabalhos em empresas privadas. Na minha turma tinha apenas 5 mulheres. Algumas mulheres não se interessam pela profissão pois é uma profissão que requer a parte operacional, como visitação de obras, etc.”, contou a perita.
A perícia criminal surgiu como possibilidade ainda na faculdade, quando Márcia se identificou com alguns objetos de estudo da área. “Me identifiquei com a parte patológica, o estudo dos problemas, defeitos e falhas que ocorrem em construções, estruturas e materiais, foi quando percebi que poderia ser perita criminal, pois esta é uma das áreas em que o perito trabalha”, explicou.

A perita participou de casos emblemáticos, como o desabamento da Ponte do Moju, em 2019. “No começo, passei pelo Núcleo de Crimes Contra a Vida e depois vim para o setor de Engenharia Aplicada, passei pela Coordenação, e estou há 9 anos na Gerência de Engenharia Aplicada. Atualmente, gerencio as perícias que têm a ver com imóveis, desabamentos, problemas estruturais, incêndios, além da parte de funcionalidade de equipamentos eletrônicos, furto de energia”, completou.
Desafios- Para a perita criminal e engenheira agrônoma Socorro Almeida, os desafios começaram na faculdade, na qual havia apenas 6 mulheres em um universo de mais de 30 homens. “Eles nos tratavam como se fossemos frágeis e medrosas, que não suportaríamos trabalhar em uma área onde estaríamos suscetíveis a enfrentar condições adversas, e sempre mostramos que sim, conseguimos, logo, passaram a nos respeitar”, relatou a perita.
Atualmente, ela atua no Núcleo de Crimes Ambientais do órgão. “No órgão, desenvolvo minhas atividades em minha área de formação. Há muito respeito e valorização do nosso trabalho. Já enfrentamos muitas situações desafiadoras, além de muitas adversidades inerentes à área ambiental, mas sempre conseguimos desempenhar nossa função com muita garra, confiança e coragem”, completou a perita.
Texto: Amanda Monteiro/Ascom PCEPA