Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30 chega à etnorregião de Jacareacanga-Itaituba
Mobilização liderada pela Sepi segue fortalecendo o protagonismo indígena nos preparativos à conferência do clima e chega a mais uma etnorregião do Pará
A Caravana dos Povos Indígenas rumo à COP30 segue percorrendo o Pará e agora se prepara para desembarcar na etnorregião de Jacareacanga e Itaituba, no sudoeste estadual. A programação será realizada, nesta quinta-feira (31), na Quadra Ludeilson Baia, em Jacareacanga, e vai reunir lideranças indígenas das nove terras indígenas da região.
A Caravana é promovida pelo Governo do Pará, por meio da Secretaria dos Povos Indígenas do Pará (Sepi), com o apoio do Banpará, e tem como objetivo ampliar a escuta ativa nos territórios, promover a construção conjunta de políticas públicas e preparar os povos indígenas para uma participação efetiva na COP30, que será realizada em novembro, em Belém.
A etnorregião contempla as terras indígenas Munduruku, Praia do Mangue, Praia do Índio, Kayabi, Sai-Cinza, Daje Kap Ap, Sawre Bapi’n, Sawre Jaybu e Sawre Maybu, com presença dos povos Munduruku, Apiaká e também de povos indígenas isolados, que vivem sob regime de proteção integral.
Durante a caravana, a Sepi realiza oficinas, rodas de conversa e escutas com as lideranças locais, abordando temas como clima, direitos indígenas, educação, cultura, proteção territorial e propostas para a conferência climática.
“Estamos chegando a mais uma etnorregião com a certeza de que cada parada da Caravana é um passo importante na construção da COP30 que queremos: com os povos indígenas no centro das decisões. A etnorregião de Jacareacanga-Itaituba tem um papel essencial nesse processo, com povos que resistem e protegem a floresta há séculos”, destaca Puyr Tembé, secretária dos Povos Indígenas do Pará.
A Caravana já passou por outras etnorregiões reunindo centenas de lideranças indígenas em espaços de diálogo e articulação. A expectativa é que a iniciativa percorra todas as oito etnorregiões indígenas do Pará, reunindo propostas e consolidando estratégias para garantir a representatividade indígena na COP30.
Com a realização da COP30 na Amazônia, os povos originários têm reforçado sua posição como protetores do meio ambiente, da floresta e da vida, e a Caravana se tornou um espaço legítimo de construção conjunta com o Estado.
A presença da Sepi nos territórios reforça o papel do Estado junto aos povos indígenas, para que eles sejam protagonistas das decisões sobre o clima, a floresta e o futuro do planeta.