Enfermagem do Hospital Galileu contribui para recuperação mais segura no pós-operatório

Silenciosas, mas potencialmente perigosas, as complicações no período pós-operatório podem atrasar a recuperação e até colocar vidas em risco. No Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), referência em trauma ortopédico na Grande Belém, a equipe de enfermagem atua diariamente para reduzir riscos, combinando vigilância clínica, técnica precisa e educação contínua dos pacientes e familiares.

Infecções no sítio cirúrgico, trombose venosa profunda, lesões por pressão, desidratação, distúrbios hidroeletrolíticos e até problemas relacionados à dor e à cicatrização podem ser prevenidos com acompanhamento rigoroso. 

"A enfermagem é peça-chave na recuperação segura. Nosso trabalho é identificar precocemente qualquer sinal de complicação e orientar os pacientes sobre cada etapa do processo de cuidado", explica a coordenadora de enfermagem do HPEG, Yasmim Rendeiro.

Nos casos de cirurgias ortopédicas, as orientações diárias fazem toda a diferença. "A equipe reforça cuidados simples e essenciais, como não apoiar o membro operado antes da liberação médica, usar corretamente andadores ou muletas, hidratar-se bem, observar os curativos e reconhecer sinais de alerta para infecção ou trombose. Também incentivamos a prática dos exercícios prescritos pela fisioterapia e a adesão correta aos analgésicos", detalha Yasmim.

Durante a internação, a enfermagem monitora sinais vitais, evolução clínica e cicatrização. Mas o trabalho vai além: "Envolvemos familiares e cuidadores, usamos materiais educativos, explicações verbais e demonstrações práticas. A educação é tão importante quanto a técnica — ela garante que o paciente compreenda os cuidados e se sinta seguro", afirma a coordenadora.

Atendimentos

José Costa Silva, 77 anos, lavrador e morador de Dom Elizeu, na região do Rio Capim, segue em recuperação na unidade do Governo do Pará. Ele passou por uma cirurgia para corrigir uma fratura no joelho direito. Com 39 dias de internação, ele tem recebido cuidados assistenciais contínuos. 

"Estou satisfeito com o atendimento. A equipe de enfermagem me trata com carinho, faz todos os curativos com cuidado e se preocupa constantemente em saber como estou. Isso me deixa tranquilo e feliz, porque sinto que realmente se importam comigo", afirmou José.

Já Alenilson Reis Alves, 34 anos, trabalhador de serviços gerais e morador de Icoaraci, está em recuperação após tratamento de osteomielite no fêmur esquerdo, em razão de um acidente. Ele tem recebido cuidados intensivos da equipe de enfermagem, fundamental em sua recuperação.

"Os profissionais de enfermagem do Galileu são atenciosos, sempre me escutam e explicam cada etapa do tratamento. Estou 38 dias internado e o atendimento é excelente em todos os aspectos, desde a administração dos medicamentos até as orientações sobre os cuidados necessários. Isso tem sido fundamental para o meu progresso", contou Alenilson.

A enfermeira Rose Daniele destaca que o papel da equipe de enfermagem é essencial tanto no pré quanto no pós-operatório. Segundo ela, uma série de cuidados deve ser adotada antes da cirurgia para garantir segurança e evitar cancelamentos, que podem gerar insatisfação nos pacientes e prolongar o tempo de internação. "Entre as medidas mais importantes estão a suspensão de anticoagulantes, a conferência de documentos e exames, além da solicitação de hemocomponentes e reserva de leitos de UTI, quando necessário", explica.

Rose ressalta que o olhar da enfermagem vai além do físico. "Também precisamos estar atentos ao estado emocional do paciente, já que o estresse e a ansiedade antes do procedimento podem impactar sua recuperação", afirma. No pós-operatório, a equipe atua na monitorização constante, controle da dor, prevenção de sangramentos e cuidado integral com a ferida cirúrgica. "Nosso foco é que o paciente se recupere sem complicações e com bem-estar físico e mental", complementa Rose.

Protocolos

Entre as estratégias do HPEG, está o Protocolo de Higienização das Mãos, pilar da prevenção de infecções. "Ele define momentos-chave e técnicas adequadas para evitar contaminações. Associamos isso a outras medidas voltadas à prevenção de infecções e trombose", ressalta Yasmim.

Números

Somente em 2025, até o momento, a enfermagem do HPEG já acompanhou 1.425 pacientes cirúrgicos. Em junho, foram 222 atendimentos pós-operatórios, um volume que reflete a intensidade do trabalho assistencial.

Alta segura e continuidade do cuidado

O cuidado não termina na saída do hospital. "Desde a internação, começamos a preparar a alta. Fornecemos orientações orais e por escrito sobre higiene, movimentação, alimentação e sinais de alerta. Assim, garantimos que o paciente continue se cuidando em casa e evite complicações", destaca Yasmim.

Composta por 184 enfermeiros e técnicos de enfermagem, a equipe de enfermagem do HPEG representa cerca de 60% dos colaboradores da instituição, sendo considerada a espinha dorsal do atendimento hospitalar. 

O diretor executivo da unidade, Cledes Silva, também reforça a importância desse atendimento. "A atuação da equipe de enfermagem é estratégica para a excelência assistencial que buscamos no HPEG. Quando investimos em capacitação e protocolos seguros, reduzimos complicações, diminuímos o tempo de internação e entregamos um atendimento mais humano. O paciente percebe que existe um time completo cuidando dele e isso gera confiança e melhores resultados."

Sobre o HPEG
O Hospital Público Estadual Galileu é uma unidade de referência em trauma ortopédico, gerenciada pelo Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Texto de Roberta Paraense