Fapespa abre III Seminário da Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia
Evento reúne pesquisadores das universidades do Pará e apresenta estudos sobre desenvolvimento sustentável e cadeias produtivas da bioeconomia

A Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) promove o III Seminário da Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia, durante os dias 19, 20 e 21 de agosto, em Belém. A iniciativa é liderada pela Fapespa, em parceria com a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e Universidade Federal do Pará (UFPA). O objetivo é integrar ciência e planejamento regional como pilares para o desenvolvimento sustentável do Estado, tendo a bioeconomia como eixo central.
O evento reúne pesquisadores, representantes de instituições públicas e estudantes das universidades parceiras com o objetivo de apresentar os resultados preliminares e as devolutivas das linhas de ação em andamento da Rede de Bioeconomia. A Rede foi criada para mensurar a bioeconomia no Pará, seus impactos sociais e identificar parcelas ainda não visíveis dessa economia, ampliando a compreensão do setor e evidenciando sua complexidade e potencial. O seminário está sendo realizado na Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (EABA).
"A Fapespa, por meio da Rede Pará de Contas Regionais, está desenvolvendo estudos preliminares estratégicos para promover e consolidar políticas públicas baseados em desenvolvimento sustentável da região, considerando as especificidades, as necessidades locais, e também elaborar proposta e posicionamentos técnicos baseados em estudo e pesquisas da Bioeconomia paraense", destacou Atyliana Dias, diretora de Estatística e Tecnologia e Gestão de Informação Fapespa, responsável pela Rede.

Parceria – Criada em novembro de 2024 pela Fapespa, a Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia foi idealizada para estimar o tamanho da bioeconomia paraense. O projeto busca promover o desenvolvimento sustentável na Amazônia, envolvendo pesquisadores das instituições no processo de mensuração da bioeconomia no Estado, identificando seu funcionamento como produtora e demandadora de insumos. O estudo também inclui a avaliação dos desdobramentos da renda gerada pela bioeconomia, e de seu impacto no desenvolvimento econômico e social da região.
Além de solidificar resultados das pesquisas já realizadas até o momento, o seminário visa promover o diálogo entre os pesquisadores das instituições parceiras da Rede Pará de Contas Regionais e Bioeconomia no cenário internacional de discussão climática e a planejar sua atuação futura.
Pesquisas- No início da programação, realizada, na tarde da terça-feira (19), com a 1ª plenária, foram apresentados os resultados preliminares de dois produtos, sendo o de Notas Fiscais Eletrônicas (NFe) e o da Tabela de Recursos e Usos (TRU), que são projetos fruto da parceria com a Fapespa, desenvolvidos pelo Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam), da Unifesspa.

O projeto Notas Fiscais Eletrônicas (NFe) permitirá ao usuário saber a origem e o destino dos produtos de bioeconomia, e a Tabela de Recursos e Usos (TRU) que vai possibilitar a organização de atividades econômicas e os produtos de acordo com o tipo de operação econômica, por exemplo, produção, consumo intermediário, consumo final e componentes do valor adicionado, assim como saber o Produto Interno Bruto (PIB) do Pará.
Durante o seminário foi apresentado o resultado preliminar dos projetos desenvolvidos pela Unifesspa, um deles se desdobra da análise da Rede de Abastecimento e Consumo, que faz uso dad Notas Fiscais Eletrônicas (NFe), e consistiu em um sistema de filtragem de dados, que identificou 433 produtos potencialmente relacionado à Bioeconomia.
A outra linha, que visa estimar a Tabela de Recurso de Usos (TRU) com abertura para bioeconomia, resultou em nota técnica com a exposição metodológica para a classificação desses produtos e a proposta de distribuição do valor de R$ 420 bi, valor bruto da produção doméstica dos itens produzidos no Pará.
Segundo o Giliad Souza da Silva, professor do curso de Economia, de pós-graduação de planejamento e coordenador do Lacam, da Unifesspa, a Rede é inovadora, porque utiliza metodologias que são cientificamente robustas e são as primeiras propostas de metodologias para esse tipo de análise.
"O resultado importante da Rede é o pioneirismo em um conjunto de agendas políticas. Isso significa, então, que há um conjunto de agendas de pesquisa com metodologias pioneiras, que, consequentemente, terão resultados também pioneiros", afirmou o professor Giliad .
Para ele, a iniciativa inédita contribuirá em escala planetária. "A gente nunca tinha tido essa experiência com ações robustas e com colegas do Pará. Então, nesse caso, me parece que o primeiro grande resultado é o fortalecimento de redes de pesquisadores do Pará, que, de fato, tem relevância nessas agendas de pesquisa e conseguem gerar produtos, inclusive em escala planetária".
Programação - O evento segue até o dia 21 com apresentações, propostas e discussões sobre resultados preliminares de estudos sobre cadeias produtivas da bioeconomia já obtidas até o momento, envolvendo diferentes núcleos de pesquisa.
Participam o Laboratório SBDiversidade/Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA); e o grupo Dinâmica Agrária e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia (DADESA) do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os grupos vão abordar as cadeias bioeconômicas e as contas alfas, enquanto o Políticas Públicas de Mitigação e Adaptação Climática (PPMAC)/Universidade do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) trará estudos sobre políticas climáticas e o gasto público local em interface com a bioeconomia.
“O seminário é voltado às instituições convidadas e integra o esforço contínuo da Fapespa em promover o desenvolvimento regional com base em dados, inovação e sustentabilidade”, explica a diretora de Estatística e Tecnologia e Gestão de Informação Fapespa, Atyliana Dias.