Socorro Acioli encerra 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes com arena lotada e debate sobre ancestralidade
Autora cearense participou de bate-papo e sessão de autógrafos, emocionando o público no último dia da programação
Com uma programação marcada por emoção, reflexões e forte presença do público, a escritora Socorro Acioli encerrou neste sábado (22) a 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, em Belém. No palco da Arena Multivozes, ao lado da professora e contadora de histórias Janete Borges, a autora participou de um bate-papo sobre ancestralidade – tema central de sua obra – seguido por uma concorrida sessão de autógrafos no Ponto do Autor.
Foi a primeira vez que Socorro Acioli participou da Feira Pan-Amazônica, e a presença da escritora cearense, uma das mais aguardadas desta edição, atraiu um público fiel e engajado. A conversa foi marcada pela troca afetiva com os leitores, que lotaram o espaço para ouvir as experiências da autora e conhecer mais sobre os bastidores de seus livros, especialmente os romances “A Cabeça do Santo” e “Oração para Desaparecer”, destaque de vendas durante os sete dias do evento.
Vozes femininas e afetos ancestrais
O bate-papo teve início com Janete Borges lendo a “oração” que abre o romance Oração para Desaparecer, criando uma atmosfera de escuta e conexão. Professora e fundadora do grupo Chamando Contadoras de Histórias, Janete compartilhou sua relação pessoal com a ancestralidade, inspirada em narrativas indígenas, africanas e brasileiras. “A minha ancestralidade é o que me guia. Só compreendi isso quando adulta, ao estudar essas culturas e ouvir as histórias que moldaram meu caminho”, disse.
Em sua fala, Socorro Acioli também destacou a importância da ancestralidade feminina em sua trajetória literária. “A minha maior fonte de inspiração foi minha avó e as mulheres da minha família. É por elas que escrevo”, revelou. A autora ainda comentou sobre o processo de criação de sua nova obra, que trará personagens inspirados nas viagens que tem feito pelo Brasil. “Tenho certeza de que os próximos livros vão carregar essas marcas dos lugares por onde passei”, afirmou.
Leitores emocionados e sessão de autógrafos
Após o bate-papo, o público formou uma extensa fila para garantir o autógrafo da autora. O professor de Língua Portuguesa João Xavier foi um dos primeiros a chegar. “Ganhei A Cabeça do Santo de presente de aniversário há dois anos. Me emocionei com a leitura, usei o livro em sala de aula e hoje realizei o sonho de conhecer a autora. A obra me tocou profundamente”, contou.
Com esse encontro afetivo entre autora e leitores, a 28ª edição da Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes encerrou com celebração da literatura, da diversidade de vozes e da potência das narrativas amazônicas e brasileiras.
Texto: Juliana Amaral/Secult
