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Fundação ParáPaz destaca importância da psicologia no acolhimento a vítimas de violência

Atendimento humanizado e integrado ajuda vítimas de violência a reconstruírem autoestima, confiança e autonomia

Por Nathalia Mota (PARAPAZ)
27/08/2025 17h53

Na Fundação ParáPaz, em Belém, o trabalho das psicólogas é fundamental para que mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência encontrem acolhimento, força e novos caminhos. Nas unidades integradas e especializadas, espalhadas por vários municípios, o primeiro contato muitas vezes acontece em um momento de grande fragilidade, quando a profissional oferece escuta, apoio e ferramentas para ajudar cada pessoa a reconstruir a autoestima e se fortalecer.

A psicóloga Danielly Alcântara, que atua na ParáPaz Mulher, em Belém, desde 2021, ressalta que o trabalho nesse espaço proporciona mais do que acolhimento imediato; é uma oportunidade de transformação. “Mais do que ouvir, proporcionamos um espaço seguro para que as assistidas possam expressar suas experiências. Aqui, promovemos saúde mental, autonomia e liberdade, fortalecendo a autoestima, a autoconfiança e ajudando as mulheres na tomada de decisões, no desenvolvimento da resiliência e no enfrentamento de traumas”, informa a especialista.

O trabalho das psicólogas se integra a uma rede multiprofissional, composta por assistentes sociais, pedagogos, advogados e outros profissionais, garantindo que as vítimas recebam apoio completo e continuado. 

Força para recomeçar - O impacto desse trabalho é visível na trajetória das mulheres atendidas. A.A.E.M., 39 anos, que vivenciou a violência doméstica, encontrou no Serviço de Psicologia da Fundação ParáPaz o suporte essencial para reconstruir sua vida. 

“Desde o primeiro dia em que comecei meu atendimento senti segurança em compartilhar minhas dores e abrir meu coração. A psicóloga foi, sem dúvida, uma das razões que me fizeram continuar acreditando em dias melhores. Com seu apoio e incentivo, pude me encorajar e buscar caminhos para fortalecer minha autonomia, principalmente a financeira, que foi a parte mais difícil de todo esse processo. Sou profundamente grata por ter encontrado esse acolhimento, que me deu esperança, coragem e vontade de seguir em frente”, ressalta a usuária da Fundação. 

Além disso, as psicólogas destacam os desafios e aprendizados do dia a dia do atendimento. Para Sabrina Monte, que atua há quase seis anos na Fundação ParáPaz Integrada de Tucuruí, no sudeste paraense, cada atendimento é uma oportunidade de ouvir e transformar histórias de vida.

“A demanda de atendimento é difícil e dolorosa. É necessário ter sensibilidade, respeito e ética. Tem casos que doem na alma, como ouvir crianças relatarem situações de maus-tratos e abuso, mulheres descrevendo as violências sofridas. Mas, no final de cada atendimento, o agradecimento por cada palavra renova nossas forças e fortalece nosso caminho, com a certeza de que estamos na direção certa”, informa Sabrina Monte.

Sede da Fundação ParáPaz, em Belém

Acolhimento - O atendimento psicológico às crianças e aos adolescentes também é uma prioridade. A psicóloga do Centro de Atendimento ParáPaz Santa Casa, Camila Sassim, explica que trabalhar com vítimas de violência sexual é desafiador, pois exige acolher uma dor profunda sem revitimizar, lidar com impactos emocionais graves e, ao mesmo tempo, articular com a rede de proteção para garantir segurança e cuidado.

Camila Sassim prioriza o resgate da autoestima e autoconfiança 

“É fundamental resgatar a autoestima e a autoconfiança dessas crianças, que muitas vezes se perdem nesse processo de violência. Com as crianças menores, abaixo de cinco anos, os desafios são ainda maiores, já que elas ainda não verbalizam o suficiente ou não conseguem organizar os fatos de forma lógica. Por isso, utilizamos recursos lúdicos, como brincar, desenhar e pintar, que permitem que elas expressem suas dores e emoções de maneira natural”, destaca Camila Sassim.

Ela reforça que o atendimento também envolve os responsáveis pelas crianças e adolescentes, fortalecendo a rede de proteção, oferecendo apoio emocional, orientando sobre como lidar com os sentimentos da vítima, prevenir revitimização e garantir um ambiente seguro e acolhedor para a recuperação e estabilidade emocional.