Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose destaca cuidados com saúde
Data reforça a conscientização, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença causada pela coagulação do sangue no interior das veias

No dia 16 de setembro é celebrado o Dia Nacional de Combate e Prevenção à Trombose, instituído pela Lei nº 12.629/2012. A data objetiva ampliar a conscientização da população sobre a doença, reduzir casos não diagnosticados e incentivar estratégias de prevenção e tratamento baseadas em evidências. A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) reforça a importância de reconhecer os riscos e adotar medidas preventivas como forma de manter a saúde vascular em dia.
Segundo o Ministério da Saúde, a data também busca fortalecer os sistemas de cuidados em saúde, garantindo melhores práticas para prevenção, diagnóstico e tratamento, além de incentivar pesquisas voltadas à redução da carga da doença trombótica no país.
A trombose é caracterizada pela formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos, podendo ser arterial ou venosa, sendo mais comum a venosa em membros inferiores. Entre os principais sintomas estão dor de início súbito, inchaço (edema) e vermelhidão no membro afetado.
De acordo com o cirurgião vascular, Moisés do Carmo Bastos, coordenador dos serviços de cirurgia vascular do Hospital Metropolitano Abelardo Santos e do Hospital Regional Público dos Caetés, a atenção aos sinais é fundamental. .
“A trombose é considerada uma doença silenciosa porque seus sintomas podem começar de forma imperceptível, evoluindo progressivamente com dor, edema e vermelhidão. Muitas vezes, o paciente demora a buscar atendimento, o que aumenta os riscos de complicações", disse o doutor Moisés, que é também médico do corpo clínico do Hospital Universitário João de Barros Barreto e do Hospital Amazônia.
"Quanto antes o diagnóstico for feito, maior a eficácia do tratamento”, destaca o especialista.
Entre os fatores de risco mais comuns, estão o uso de anticoncepcional oral, tabagismo, viagens longas (com mais de três horas de duração), pós-operatório, presença de varizes em membros inferiores, gestação, período do puerpério e casos associados a neoplasias.
A prevenção passa por hábitos simples e cuidados médicos adequados. “O ideal é que o paciente em situação de risco faça uma avaliação com um cirurgião vascular ou angiologista. Em alguns casos, apenas o uso da meia elástica é suficiente, enquanto em outros pode ser necessário o uso de anticoagulantes. Manter-se hidratado e praticar atividade física também são medidas fundamentais para reduzir o risco de trombose”, orienta doutor Moisés Bastos.
O diagnóstico é feito por meio de exame físico associado ao ultrassom Doppler colorido. Já o tratamento varia de acordo com o caso, podendo incluir o uso de anticoagulantes orais ou, em situações específicas, métodos endovasculares: como filtro de veia cava, fibrinolíticos e cateteres de trombectomia.
No Pará, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), 882 internações por trombose foram registradas em 2024. De janeiro a julho de 2025, outras 553 internações já foram contabilizadas no estado.
Para garantir o acesso ao diagnóstico e tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS), onde será avaliado por um clínico geral. A partir dessa avaliação, o paciente pode ser encaminhado para um especialista em hospitais de referência, assegurando acompanhamento adequado e medicamentos para prevenir complicações.