Governo do Pará garante cadastro ambiental para agricultores de Irituia
Cadastro ambiental é essencial para que os produtores rurais atuem conforme a legislação ambiental, o que os permite acessar créditos e incentivos rurais
Fornecedores de bioinsumos para a indústria multinacional de cosméticos, agricultores de Irituia, no Rio Capim, estão sendo acompanhados pelo Governo do Pará, por meio do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) no município, para emissão ou retificação de cadastros ambientais rurais (cars) das propriedades. O car é obrigatório no contexto de regularização ambiental, conforme o Código Florestal (Lei Federal 12.651/12).
Ao longo desta semana, uma comitiva com especialistas da Emater, da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH - do governo alemão, e da empresa Natura, contratante de matérias-primas como muru-muru e tucumã, percorreu as comunidades Araraquara, Lago Grande e Floresta para levantamento sobre 38 famílias membros da Cooperativa Agropecuária dos Agricultores Familiares Irituenses (D’Irituia).
A ação preliminar, encerrada na quarta-feira (17), atende a uma demanda invocada pela própria Cooperativa. O objetivo é conscientizar sobre a importância de todas as etapas de conformidade ambiental e sanear a documentação dos imóveis, de modo a garantir manutenção de acesso a políticas públicas, a exemplo de crédito rural, e de expansão de mercados selecionados no âmbito de economia circular, economia solidária e empreendedorismo social.
As famílias mobilizadas trabalham principalmente com extrativismo de açaí, plantio e beneficiamento de mandioca e sistemas agroflorestais (safs), nos quais se destacam espécies nativas tais qual andiroba.
“A parceria com entidades internacionais do setor público e com a iniciativa privada só qualifica uma atuação que é a justa razão de ser da Emater: estar presente em pessoa, in loco, adentrada na realidade amazônica das comunidades e das famílias. Somos a ponta de um processo de diálogo, trânsito de informações e efetividade de políticas públicas e de oportunidades culturais, sociais e mercadológicas”, aponta a chefe do escritório local da Emater em Irituia, a pedagoga Wagma Monteiro, especialista em Gestão Escolar e em Língua Portuguesa e Análise Literária.
Para a agricultora Maria Valquíria Cordeiro, de 43 anos, diretora financeira da cooperativa D’Irituia, o apoio da Emater é “grandioso”: “Tudo de que precisamos, solicitamos, a Emater repercute, responde, e faz o possível para que dê certo”, diz.
Nos 32 hectares do Sítio Monte Cristo, na comunidade km 24 da rodovia BR-010, na região de São Francisco, Cordeiro cultiva hortaliças orgânicas e mandioca, entre outras atividades.
O carro-chefe de comercialização é uma receita autoral, toda de ingredientes da tradição da Amazônia: “cuí” (“farinha fina”, em tupi) da farinha d’água, manteiga de garrafa, jambu e temperos. A versão especial do produto é saborizada com pimenta-malagueta.
Texto de Aline Miranda
