Congresso Paraense de Trilhas vira oportunidade para alunos de Eventos do IFPA
Especialistas e gestores discutiram o futuro do ecoturismo e da conservação ambiental no Estado, e alunos colocaram em prática o que aprenderam em sala de aula
O 1º Congresso Paraense de Trilhas se transformou em um laboratório de aprendizagem para estudantes do curso técnico em Eventos do Instituto Federal do Pará (IFPA), nos dias 15, 16 e 17 de setembro, no Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em Belém. Enquanto especialistas e gestores discutiram o futuro do ecoturismo e da conservação ambiental no Estado, os alunos colocaram em prática o que aprenderam em sala de aula, vivendo uma experiência única de organização e apoio a um evento de repercussão regional.

O congresso, organizado pelo movimento Trilha Amazônia Atlântica, reuniu representantes do Ministério do Turismo, Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ideflor-Bio, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Conservação Internacional, Rede Brasileira de Trilhas e outras instituições parceiras.
A proposta foi fortalecer a criação de corredores ecológicos, valorizar as trilhas existentes e consolidar o Pará como destino estratégico de ecoturismo no Brasil. Nesse cenário, a presença dos estudantes do IFPA vai além do apoio logístico: representa uma ponte entre a formação técnica e as demandas reais do mercado.

Experiência - Para Márcia Chagas, aluna do curso de Eventos, a participação no congresso foi um divisor de águas em sua trajetória acadêmica e profissional. “Foi uma experiência rica, porque o Congresso falou sobre diversos assuntos relacionados à biodiversidade e às trilhas do Pará. Como técnicos em eventos, estamos colocando em prática tudo o que aprendemos no IFPA, ao mesmo tempo em que ampliamos nosso conhecimento sobre temas que não eram tão divulgados, como as trilhas ecológicas. É um aprendizado duplo, da área de eventos e do meio ambiente”, destacou.
Além da prática profissional, os alunos estão atentos ao futuro, especialmente com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, em Belém. Para Márcia, “a formação em Eventos ampliou muito meus horizontes. Hoje consigo enxergar caminhos para atuar em grandes empresas ou até mesmo investir em um negócio próprio, voltado ao Turismo de Base Comunitária. Essa experiência me mostrou que existem muitas oportunidades no setor, e que posso me preparar para aproveitá-las”, completou.

Cooperação - A coordenadora do curso de Eventos do IFPA, Neila Cabral, reforçou que a parceria com o Ideflor-Bio é estratégica para a formação integral dos estudantes. “Nossa metodologia prioriza que tudo o que o aluno aprende na teoria seja vivenciado na prática. O Congresso é um exemplo disso, porque alia organização de eventos à sustentabilidade e à temática ambiental, que fazem parte do eixo de turismo e hospitalidade. Acreditamos que experiências como essa preparam nossos alunos não apenas para conquistar um diploma, mas para qualificarem o mundo do trabalho e atuarem com responsabilidade social e ambiental”, explicou.
Neila Cabral também ressaltou que a experiência adquirida no evento dialoga diretamente com o legado da COP30. Segundo ela, os cursos do IFPA estão alinhados à Escola Nacional do Turismo, lançada em parceria com o Ministério do Turismo para garantir mão de obra qualificada antes, durante e depois da conferência climática. “Esses alunos já estão sendo inseridos em um cenário real, e certamente serão absorvidos pelo mercado”, disse a coordenadora.
Para o presidente da Rede Brasileira de Trilhas e gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio, Júlio Meyer, a integração entre o Congresso e a formação acadêmica do IFPA é um ganho coletivo. “Os estudantes têm a chance de aprender na prática como funciona um evento de grande porte, ao mesmo tempo em que entram em contato com a importância das trilhas para o turismo, para a conservação e a qualidade de vida da população. É uma oportunidade de formar profissionais mais conscientes, que levam consigo não apenas técnicas de organização de eventos, mas também valores ligados à sustentabilidade e à valorização da Amazônia”, afirmou.