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Em Brasília, Helder Barbalho defende COP30 como a "COP da implementação"

Em seminário promovido por veículos de comunicação, o governador cobrou menos discurso e mais ação na conferência climática que será realizada em Belém

Por Igor Nascimento (SEMAS)
30/09/2025 18h33

O governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu nesta terça-feira (30), em Brasília, que a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) seja marcada por resultados concretos, sendo vista como a “COP da implementação”. Para ele, é hora de transformar intenções em ações efetivas de mitigação dos efeitos climáticos, ampliar o financiamento internacional e fomentar políticas públicas voltadas à conservação ambiental.

O chefe do Executivo estadual participou do seminário “COP30 – Preservação de Florestas e Bioeconomia: os caminhos para mitigar a crise climática”, promovido pelos veículos de comunicação O Globo, Valor Econômico e CBN. No painel “A vez dos Estados: as soluções para proteger a natureza e promover o desenvolvimento sustentável”, Barbalho dividiu a mesa com o governador do Acre, Gladson Cameli, sob mediação de Thiago Bronzatto, diretor da sucursal de O Globo em Brasília.

“Se fosse apenas um evento, poderia ser feito em São Paulo, no Rio ou aqui em Brasília. Mas ter a ousadia de realizar o maior evento sobre mudanças climáticas na maior floresta tropical do mundo é um chamamento simbólico. Precisamos de menos discurso e mais implementação”, afirmou o governador.

Segundo ele, a conferência deve ir além da pauta ambiental e enfrentar temas centrais como a transição energética. “Que nós possamos reduzir as intenções e passar para as ações. Essa é a nossa expectativa! Nós temos uma COP que discute meio ambiente e mudanças climáticas, e falar sobre isso é muito mais do que uma agenda apenas. Nós vamos debater a transição energética, que está no centro dos debates. O uso de combustíveis fósseis é hoje o maior emissor e o maior desafio à redução das emissões. Discutir mudanças climáticas é discutir o futuro da matriz energética global”, defendeu. 

Financiamento climático e responsabilidade compartilhada

Helder Barbalho destacou que o Brasil, e especialmente a Amazônia, tem potencial para contribuir com a redução da temperatura global, mas essa contribuição precisa vir acompanhada de justiça climática. “Que nós possamos fazer um chamamento para o Norte Global, para que compreendam que temos condições de colaborar com a redução da temperatura a partir do nosso estoque florestal. Mas, para isso, precisamos ter financiamento climático. Eles não podem nos apontar o dedo e dizer ‘salvem a humanidade preservando a floresta’ e transferir esse custo”, frisou. 

O governador destacou avanços do Pará na redução do desmatamento e anunciou o lançamento, em outubro, do Parque de Bioeconomia. “Queremos transformar nossa biodiversidade em inovação, conhecimento, pesquisa e geração de riqueza. Nosso desafio é construir o Vale Bioamazônico, nos moldes do Vale do Silício, na Califórnia, conciliando desenvolvimento e proteção ambiental”, ressaltou. 

Pecuária de baixo carbono

Outro ponto abordado pelo governador foi a modernização da pecuária, setor relevante na economia paraense. “Precisamos migrar do modelo extensivo para o intensivo, garantindo produção de alimentos com preservação da floresta”, disse. 

Ele acrescentou que o Estado também já avançou com políticas de rastreabilidade. “Temos um decreto estadual que exige rastreabilidade individual de todo o rebanho bovino paraense. Isso permite acompanhar cada animal, desde o nascimento até o abate, garantindo integridade produtiva, valorização das boas práticas e segurança para a indústria da carne”, lembrou. 

Por fim, Helder Barbalho defendeu a importância da remuneração de comunidades que ajudam a conservar o meio ambiente, por meio de políticas de Pagamento por Serviços Ambientais. “Com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento, estamos estruturando mecanismos para recompensar quem cuida da floresta. Proteger o meio ambiente é também proteger os milhões de brasileiros que vivem na Amazônia”, concluiu.