Fundação ParáPaz promove cursos de Libras gratuitos e fortalece inclusão social no Pará
Os cursos de Libras e ações inclusivas da Fundação ParáPaz já alcançaram centenas de pessoas, fortalecendo a comunicação, a cidadania e o protagonismo da comunidade surda no estado

A Fundação ParáPaz tem incentivado o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais (Libras), promovendo cursos de formação em diferentes municípios do estado. A iniciativa busca ampliar a inclusão e garantir que cada vez mais pessoas possam se comunicar com mais facilidade.
Em Mocajuba, no nordeste paraense, a Unidade Integrada de Inclusão Social ParáPaz já qualificou mais de 660 alunos, distribuídos entre turmas do curso básico, intermediário, avançado e também na versão Kids, voltada para crianças.

Segundo a coordenadora da unidade, Edilene Meireles, o curso tem se destacado pela receptividade da comunidade e pelo espaço de valorização da população surda. “Hoje, eles se sentem importantes por ter um espaço que dá oportunidade para que outras pessoas possam se expressar com eles. Já estamos com 24 turmas formadas e uma lista de espera bem grande”, afirmou.
Edilene ressaltou que, em julho deste ano, foi ofertada uma oficina de informática voltada especialmente para pessoas surdas. A expectativa era de pouca adesão, mas as vagas foram rapidamente preenchidas.
A iniciativa também alcançou a Usina da Paz Castanhal, onde duas turmas foram concluídas, somando 65 alunos formados. Entre eles está Cleane Ribeiro da Silva, que, mesmo sendo fluente por ter um irmão surdo, buscou se aperfeiçoar para melhorar o atendimento inclusivo.
“Minha maior motivação foi o atendimento ao público, porque vejo de perto as dificuldades que meu irmão enfrenta pela falta de comunicação. Apesar de já ser fluente em Libras, eu sempre busco me reciclar porque é uma língua que precisa ser praticada constantemente”, relatou Cleane.

Na UsiPaz Benevides, a primeira turma de Libras está em andamento desde setembro, reunindo 42 alunos sob a orientação da professora Amada Rayol. Parte dos participantes atua na área da educação, enquanto outros chegaram ao curso motivados por vínculos pessoais. É o caso de Marisete Santos Lima, tia de uma jovem surda.
Desde cedo, ela aprendeu a se comunicar com a sobrinha por meio de sinais que criaram juntas. Mas a comunicação ganhou novos desafios quando a sobrinha se casou com um rapaz também surdo e Marisete percebeu que não conseguia manter o diálogo da mesma forma com ele. Foi então que surgiu a oportunidade da qualificação e a Marisete se inscreveu.
“Eu queria muito aprender para poder me comunicar com ele porque do jeito que eu falava com minha sobrinha, ele não entendia. Hoje já consigo fazer alguns sinais, estou evoluindo e a professora já passou alguns exercícios e já consigo ver minha evolução. Não gosto de perder nenhuma aula, porque quero me aperfeiçoar cada vez mais”, contou.
Em setembro, a UsiPaz Guamá, em Belém, deu início ao curso “Libras para Atendimento ao Público”, voltado para maiores de 18 anos. As 25 vagas ofertadas foram totalmente preenchidas.