MIS recebe mostra ‘Resistências Cinematográficas’ a partir da quinta-feira (23)
Iniciativa é da Cinemateca Brasileira e traz 20 filmes a Belém sobre tempos de resistências, a partir de documentários e obras de ficção

O Museu da Imagem e do Som do Pará (MIS) recebe a mostra “Resistências Cinematográficas”, da Cinemateca Brasileira, no Auditório Eneida de Moraes do Centro Cultural Palacete Faciola, na avenida Nazaré, entre os dias 23 e 31 de outubro. O projeto itinerante roda com exibições de filmes por diferentes regiões do país e chega a Belém com uma lista de 20 películas, sendo 13 longas e 7 curtas-metragens. Esta edição se dedica a recordar os tempos de repressão e resistência, a partir de obras ficcionais ou de documentários.
Na primeira edição da mostra itinerante, realizada em 2023, a Cinemateca Brasileira percorreu o país com filmes que retratavam diferentes momentos históricos e propostas estéticas de mais de 120 anos de história. Na edição atual, a curadoria decidiu se aprofundar na riqueza do cinema brasileiro, exibindo processos democráticos e de resistência a retrocessos autoritários, no Brasil, especialmente, durante a ditadura militar brasileira.
Todas as sessões da mostra são gratuitas e os títulos selecionados têm classificação livre ou para idades entre 10 e 16 anos. As atividades da mostra começam com uma mesa de abertura, no próximo dia 23, sobre o tema desta edição. Um momento com a mediação da diretora do MIS-PA, Indaiá Freire, e a presença do cineasta Januário Guedes e de Eneida Guimarães, que foi anistiada política.
A diretora do MIS exalta a iniciativa, por abordar um tema sensível e necessário à pauta do dia a dia. “Não foi um tempo bom do ponto de vista econômico, muito menos social. Muita gente morreu, muita gente foi presa e muita gente sofreu violência de todo tipo de espectro, sem ter a quem reclamar, porque estavam todos amordaçados, a Justiça muito amordaçada, o legislativo muito amordaçado. Por isso, precisamos estar sempre lembrando para não repetir”, afirma Freire.
O Projeto Viva Cinemateca da Cinemateca Brasileira, que integra a iniciativa das exibições itinerantes, também investe na revitalização, restauro e modernização de acervos cinematográficos. Segundo o Instituto Cultural Vale, um dos patrocinadores da iniciativa, a principal missão da medida é preservar e difundir as produções brasileiras.
“O Instituto Cultural Vale está ao lado da Cinemateca por entender a importância da casa
da produção audiovisual brasileira, uma das maiores instituições do gênero no mundo,
que preserva, também, um retrato da nossa própria identidade. Por isso, atuamos, juntos,
em iniciativas pela sustentabilidade e modernização do espaço e pela salvaguarda de seu
acervo, em especial, a coleção de filmes em nitrato de celulose, de valor inestimável”, diz
Hugo Barreto, diretor-presidente do Instituto Cultural Vale.
A herança cultural que se faz presente nas obras escolhidas também auxiliam reflexões sobre o desenvolvimento humano e dos valores sociais. "A instituição tem um papel fundamental na construção, conservação e difusão da nossa herança cultural, com ações que promovem o desenvolvimento humano e geram valores para toda nossa sociedade”, afirma Glauco Paiva, gerente executivo de comunicação e responsabilidade social da Shell Brasil, outra patrocinadora da Cinemateca.
Sobre as expectativas com os frutos desse tipo de troca, ele destaca que “juntos, preservamos o cinema nacional e as obras audiovisuais em geral, tão importantes para a preservação de nossa identidade”, conclui Paiva.
Texto de Maycon Marte / Ascom Secult